Sempre que uma data comemorativa (Domingo de Páscoa, Dia das Crianças, Dia das Mães, Dia dos Pais, Natal, etc.) se aproxima, nós, do Grupo de Amigos Voluntários, somos procurados para sermos mensageiros da solidariedade de amigos especiais que, através de nossas mãos, encurtam os caminhos que enriquecem seus corações dando suas parcelas de contribuição para tornar o mundo um pouco menos injusto. Graças a Deus, isso ocorre há muitos anos e, neste 2010, para a nossa alegria, também não está sendo diferente.
Nos dias que antecederam o Domingo de Páscoa, por exemplo, acompanhado de alguns companheiros de grupo (entre eles o Mário Carula e o casal Wagner Wawá Rodrigues e Ondina Cotrim) e de duas pessoas diferenciadas da sociedade botucatuense (os amigos Doutor Bolívar Pimenta Júnior e Maria Fernanda Pascucci, a Fernandinha, do Santander), saímos pela periferia da cidade com centenas de Ovos de Páscoa e uma quantidade enorme de cestas de alimentos.
O nosso objetivo era, simplesmente, agradar o maior número possível de famílias carentes e fazer a alegria da criançada com o tão sonhado coelhinho da Páscoa. Não deu outra. Na nossa maratona pelos bairros periféricos da cidade, em momento algum faltou aquela energia divina que acompanha as pessoas solidárias; a passeata só não foi mais grandiosa porque, durante o percurso, deparamos com um quadro pra lá de desolador: quatro crianças que já eram órfãs de pai e que naquela semana também haviam perdido a mãe, viviam numa moradia em condições subumanas.
Não foi nada fácil aceitar aquela triste realidade. Nem bem adentramos o barraco onde aquela criançada habitava e demos de cara com uma linda menininha (Verônica, de 10 anos) rastejando pelo chão. Confesso que meu fortíssimo coração quase parou com tal situação, no entanto, tivemos que continuar a nossa marcha, mesmo porque, nesses anos todos de estrada, vivenciamos casos e casos dessa natureza e, em todos, tivemos a proteção divina necessária para fazermos a nossa parte.
Bão, o quadro estava a nossa frente; não tínhamos outra coisa a fazer senão juntar forças e tentar mudar, o mais rapidamente possível, o rumo dessa indigesta situação. Foi exatamente isso que começamos a articular.
Foram dias e dias de um sofrimento contínuo, principalmente, quando chuvas fortes e frentes frias castigavam o nosso município; porém, como virou rotina nesta nossa prazerosa trajetória de vida, mais uma vez, alcançamos o nosso objetivo. Com a ajuda de alguns empresários botucatuenses e de um grupo de quarenta pessoas (a maioria ligada a UNESP) alcançamos a glória de proporcionar uma vida um pouco mais digna a essas quatro crianças, (a mais velha, com 14 anos de idade, sendo uma delas, portadora de deficiência física), moradoras na sofrida Vila São Benedito.
Com as graças DELE, o nosso Poderoso Pai, depois de quase seis meses de muita luta e tendo que conviver com essa insuportável realidade, essas quatro maravilhas estão dormindo, cada uma na sua caminha (sem frio e sem chuva) e, o mais importante, num lar aconchegante que tem um pedacinho do coração de cada uma das quarenta pessoas que ajudaram com seus tijolos a edificar uma carinhosa moradia. ETA NÓIS, CONSEGUIMOS JUNTAR QUARENTA TIJOLOS…!
Enfim, nóis que estamos acostumados a relatar nesta coluna causos alegres e muitíssimos prazerosos, hoje mudamos o nosso estilo de chegada e, com o coração pulsando mais forte, dividimos com todos aqueles que nos abraçaram nessa grande empreitada do bem, toda beleza que hoje, certamente, norteia a vida daqueles pequenos brasileiros do amanhã.
Através dos amigos Rubens Batistão Saliba e José Roberto Dalaqua (Pisos e Azulejos), Gaspar Borges da Silva (Sinhá Moça), José Carlos Pulini (Vidrocor), Lázaro Murback (Murba Madeiras), Mauro Antonio Garcia Vizotto (Vidraçaria São José), Fernando Azanha (Azanha Serralheria) e Luiz Francisco Ramos de Andrade (Pedrinho Materiais de Construção), Sérgio de Oliveira e Ari de Oliveira (Griffo Ferragens e Ferramentas), Luiz Rogério Perez (Eletro Perez), peças importantes nesta admirável ação de solidariedade, agradeço os quarenta amigos do FUSS, FAMESP e UNESP que também participaram desta majestosa corrente que acabou construindo e mobiliando uma linda casinha para essas quatro criaturinhas.
Com o mesmo carinho, abraço os amigos Silvio Geraldo Dindo dos Santos, Amauri Greguez, Marcos Camilo, Raimundo Margarida, Armando Malvera da Costa, Robson, David Matias e Ademir Greguez (todos profissionais voluntários) que nas horas de folga se dedicaram incansavelmente na conclusão daquele carinhoso acolhimento.
Ao pessoal da Associação de Pais e Amigos de Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais, a nossa APAPE, uma das entidades mais importantes da nossa região que também adotou a causa, além da admiração, a nossa mais profunda gratidão. Aliás, nos poucos meses em que vem sendo atendida pelos profissionais dessa conceituada Casa de Recuperação presidida pela nossa querida Dona Edith Salvador Ribeiro, a menininha Verônica já dá mostras de que logo, logo, caminhará sozinha, sem o respaldo de quaisquer equipamentos ortopédicos.
Envio o meu fraternal abraço desta semana a outros três parceiros das ações realizadas pelo Grupo de Amigos Voluntários: Doutor Sérgio Canuto, Caio Lecioli e Marcos Dalaqua. Esses três amigos, além de acompanharem a nossa atuação no social da cidade, ainda nos dão a honra de serem leitores desta coluna.
{n}Rubens de Almeida – Alemão
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