DE FATO, 51 É UMA BOA IDEIA!

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DE FATO, 51 É UMA BOA IDEIA! 03 dezembro 2019

Caro leitor, como admirador declarado de muitas campanhas de marketing que “rolam soltas” por esse Brasil afora, devo dizer que sempre gostei de uma, em especial, “51: UMA BOA IDEIA”. Por se tratar de uma publicidade de bebida alcoólica, vem acompanhada de uma “chamada” educativa (“… SE DIRIGIR NÃO BEBA…”) que alerta os consumidores de bebidas alcoólicas, do perigo que correm se dirigirem após ingerirem álcool!  Também apoio essa ideia!

Quem diria que essa propaganda, de enorme impacto comercial, um dia “serviria” para uma comparação de algo em minha vida! Pois bem, quis Deus que no ano de 1968, em meados do mês de novembro, eu, ainda menino me propusesse a prestar um concurso (um dos primeiros realizados na saudosa FCMBB – Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, hoje UNESP) para ingressar ao serviço público. Fui aprovado no referido concurso e assumi uma das vagas para trabalhar na tão respeitada e saudosa “faculdade”. Foi uma alegria imensa!

Mesmo sem experiência alguma para atuar numa instituição hospitalar (na época, o nosso Hospital das Clínicas funcionava em apenas um corredor do seu enorme complexo e contava com vagas para atender apenas 20 pacientes, isso quer dizer, o seu “patrimônio” para atendimento era tão somente quinze camas e cinco berços) tive a ousadia de dar  início à minha contribuição para ver prosperar aquela importante “Casa de Saúde” que a nossa hospitaleira Botucatu acabava de ganhar do Governo do Estado.

É evidente que eu era apenas um servidor que fazia parte da equipe que limpava chão, salas e banheiros, no entanto, já vislumbrava horizontes para construir uma bonita história naquele cantinho maravilhoso, cujo trajeto era possível apenas de trem, pois sequer havia estrada que ligasse o município até lá.

Passaram-se 51 anos do dia (02 de dezembro) em que fui chamado para levar a minha Carteira Profissional na modesta sala do RH para ser assinada pela responsável daquele setor, a querida e adorada dona Maria Puccinelli. Já se foram 51 anos, do dia em que vi claramente à minha frente, uma enorme possiblidade de realizar o meu sonho como funcionário e cidadão. Como essa nossa vidinha é “pra” lá de especial né!

Com as graças de Deus nesse tempo todo, além de cumprir a minha missão como funcionário, ainda conquistei a glória de subir na carreira. Nos meus primeiros trinta anos me dediquei ao Laboratório de Nutrição, comandado por um dos maiores mestres na área de Nutrição no país, meu amigão Professor Nelson de Souza, onde fui Auxiliar de Laboratório, Técnico de Laboratório e Auxiliar Acadêmico, nos três níveis da carreira. A partir daí, veio a fase de liderança. Consegui me eleger presidente do Fundo Social dos Servidores da UNESP – FUSS, por sete mandatos; da nossa gloriosa Associação dos Servidores da UNESP – ASU, por outros três períodos consecutivos; Conselheiro do Hospital das Clínicas, por quatro anos e, por fim fui contemplado com um cargo que muito me orgulhou: dei uma assessoria (na área social) na gestão do então Reitor da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” a nossa UNESP, o também meu amigo, Professor Doutor José Carlos Souza Trindade.

“Bão”, o tempo foi passando e, no início de 2005, época em que estava pensando em pedir a minha aposentadoria, Deus “jogou” no meu colo a melhor fase que um profissional cristão pode curtir. Naquele ano, por ironia do destino, fui chamado pelo queridíssimo Professor Doutor Pasqual Barreti, na oportunidade, exercia o cargo de Diretor do Hospital das Clínicas, para, junto de minha inseparável colega de trabalho, a Assistente Social, Solange de Moraes, esboçar um Projeto de Humanização no HC, denominado CASA DE APOIO.

Acredite! Em poucos dias desenhamos o Projeto e em poucos meses de lutas e mais lutas, estávamos com o primeiro abrigo, com 44 leitos, funcionando. A maioria absoluta do mobiliário que precisávamos para o funcionamento das casas foi oriunda de doações feitas pela nossa gente e de móveis reformados gratuitamente; já, os poucos funcionários que tínhamos para atender os nossos “hóspedes”, eram colegas da UNESP que foram relocados e, outros voluntários que ficaram anos conosco nessa abençoada missão.

De lá para cá, passaram-se catorze anos e nesse período montamos uma família composta por trinta e três (bonito número né!) pessoas do bem, e ainda tivemos a felicidade de colocar à disposição dos pacientes que vêm ao nosso HC na busca de recuperar a saúde, nada menos do que quatro moradias, cuja capacidade total é hoje da expressiva marca de 124 leitos. Eta “nóis”, que glória!

Voltando à minha inspiração inicial que, inclusive “emprestou” o título para este “conto”; “DE FATO, 51 É UMA BOA IDEIA”, quero compartilhar com você, querido leitor, toda a alegria que senti neste dia 2 de dezembro, uma segunda feira lindíssima, todinha ensolarada, por ter completado 51 anos como SERVIDOR PÚBLICO, sem sequer pensar no prêmio que todo trabalhador brasileiro faz por merecer depois de alguns anos de trabalho, ou seja, a sua APOSENTADORIA.

Que ELE, o Todo Poderoso, na sua infinita bondade, possa continuar a abençoar os meus passos, qualquer que seja o meu trilhar por este mundinho, cada vez mais difícil e injusto para muitos dos nossos irmãos.

Que venham outros projetos dessa magnitude para fortalecer ainda mais, a HUMANIZAÇÃO desta nossa maravilhosa “Santa Casa”, chamada Hospital das Clínicas da FMB, que não para de crescer; aliás, investir no lado HUMANITÁRIO é um dos importantes aspectos da gestão do caríssimo Superintendente do HC, Professor André Balbi.

Por fim, quero abraçar carinhosamente, todos os meus colegas de trabalho (todos, indistintamente) aqui das nossas quatro Casas de Apoio. Que o nosso PAI continue fortalecendo, cada vez mais, esta família formada por profissionais que, não fazem outra coisa, senão dispensar carinho e atenção àqueles que nos procuram.

Também, de maneira bastante carinhosa, abraço outros dois amigos que foram muitíssimos importantes ao longo dos anos, em tudo o que realizei de projetos, em especial, na implantação das Casas de Apoio: o Professor Doutor Antonio Rugolo Junior, digno Diretor Presidente da FAMESP e o mestre Silvio “Dindo” Geraldo dos Santos.

Rubens de Almeida – Alemão/[email protected]

 

 

 

 

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