Prezado leitor, nesta semana gostaria muito (muito mesmo) de ter buscado inspiração para contar como foi a semana da nossa Casa de Apoio; a maneira como estamos encontrando parceiros com vistas a um dia a dia menos sofrido e, principalmente, como foi a “visita” que recebemos de mais de uma dezena de gerentes de Agências do Banco do Brasil da cidade e da região, capitaneados pelo amigo Célio Ribeiro Castro, Relações Públicas do BB, que vieram nos trazer uma doação enorme de produtos alimentícios de higiene e limpeza e caixas de leite longa vida, angariados entre os funcionários do banco; no entanto, quis Deus que esse plano fosse deixado de lado, por conta de um fatídico e triste acontecimento, com o qual deparei-me no último sábado, 14 de outubro.
“Êta” vidinha danada! Ela é bem assim mesmo; sem que ao menos estejamos preparados, vem lá uma “pancada”, dessas que nos tira o chão por completo e, sem piedade, sufoca o nosso coração.
Foi exatamente isso que aconteceu desta vez. No feriado prolongado de Nossa Senhora Aparecida, ao lado das minhas preciosidades (esposa, filhas, genros e netos), estava lá no aconchegante Bairro da Mina, buscando forças para mais uma semana de trabalho e dedicação, quando fui surpreendido com a triste notícia da morte do meu irmão paizão Orlando de Almeida. Que tragédia! Quanta angústia! Que triste perda! De novo meu coração volta a se recordar dos dizeres sólidos e verdadeiros de uma linda música “CHUVA CAI LÁ FORA” da dupla Zezé Di Camargo & Luciano que diz: “… COMO A VIDA VAI SEM SE DESPEDIR; SÓ PRA VER FICAR, QUEM DEIXOU DE IR…“, por sinal, nada consegue explicar melhor a sensação da morte do que esse verso.
Que pena! A família de doze irmãos do saudoso casal, Thereza e Antonio de Almeida, que há anos moram no céu, com certeza, ficou um pouco mais enfraquecida com o falecimento do seu herdeiro mais velho; nossa cidade perdeu um grande cidadão, um homem público bem acima da média; a Associação dos Ferroviários Aposentados/Pensionistas ficou sem o seu grande Presidente e o Mundo da Solidariedade, não conta mais com a dedicação de um dos seus maiores e mais completos integrantes. Eu, meus queridos amigos, nem se fala!
Confesso que não perdi apenas um cúmplice que me fazia companhia pelos caminhos sofridos deste mundo da pobreza, da fome, do frio e da miséria e nem só, um irmão desses que todos gostariam de ter. Perdi muito mais que isso. De uma só vez, fiquei sem o meu irmão mais velho, que me orientava em tudo e era a minha grande “mola propulsora”; sem meu “companheiro de estrada” neste mundinho totalmente injusto; sem meu paizão de verdade e, o pior de tudo, sem aquele abraço carinhoso que costumeiramente ganhava desde a morte do meu saudoso pai, ocorrida há cinqüenta anos, quando ainda era menino. Êta “nóis”!
Enfim, a vida é mesmo uma autêntica ciranda. Hoje estamos aqui, amanhã ali e depois de amanhã sequer temos condições de imaginar por onde estaremos. Quis Deus que chegasse a hora da sua partida e a “nóis” não resta outra coisa a não ser acatar a vontade DELE e pedir muita proteção num momento tão difícil como este.
A saudade, certamente vai apertar e, por muito tempo será minha companheira, porém, quero crer que ELE, o Todo Poderoso estará (como sempre esteve) ao meu lado me confortando e dando diretrizes para que continue “tocando a vida” sem perder o pique.
Que ELE, o nosso PAI, dê todo o conforto que as suas filhas (Maria Lúcia e Rose) e suas “pipolhinhas” netas (Gizele, Isabeli e Roberta), os bisnetinhos Miguel e Alice e demais familiares necessitam para superar a triste dor da sua partida. Até qualquer dia querido, já saudoso e, sempre respeitado botucatuense de primeira linha Orlando de Almeida. Com certeza, meu irmão, um dia voltaremos a nos encontrar.
Por fim quero, em forma de homenagem póstuma, abraçar carinhosamente o estimado Professor Doutor Cecílio Linder, meu colega de serviço desde os tempos da extinta FCMBB – Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, hoje UNESP, que, lamentavelmente, também nos deixou para ir ao encontro do Senhor, no domingo passado. Descanse em paz, querido mestre!
Apesar de toda a tristeza que tem me acompanhado nos últimos dias, envio um forte e afetuoso abraço a três grandes unespianos da “velha guarda” que, para a minha satisfação, são assíduos leitores dos meus “causos” semanais: Professor Joel Spadaro, ex-prefeito municipal; Neivo Zorzeto, um dos professores pioneiros da nossa querida “Faculdade” e o mestre Newton Dezoti.
De modo bastante afetuoso abraço também todo o pessoal do Grupo “SEMPRE VIVA”, em especial o meu caríssimo amigo Professor Eder Treza. Na noite de ontem (19/10), na Água Doce Cachaçaria, todos os integrantes desse “time” que, com muito brilhantismo, atua no nosso Hospital das Clínicas, festejou os vinte anos de fundação desse grupo que prestou (e continua prestando) inúmeros benefícios aos pacientes do HC. Um encontro marcante demais. Parabéns a todos!
Rubens de Almeida – Alemão
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