Então pessoal, assim caminha a humanidade! A nossa gente continua sendo castigada e, ao mesmo tempo, ajudada por “nóis” mesmos! Dias atrás vivenciei, aqui nas Casas de Apoio do Hospital das Clínicas, um quadro muitíssimo indesejável, pra não dizer desumano e injusto.
Uma jovem senhora, moradora na cidade de CACOAL, Estado de Rondônia foi encaminhada para o nosso HC – que, diga-se, é referência no país em várias especialidades médicas – com um filhinho de oito meses que estava perdendo a visão.
Acredite prezado leitor, a Secretaria Municipal de Saúde daquela localidade, simplesmente ignorou uma regulamentação do Ministério da Saúde que exige dos municípios, nesses casos, o custeio das despesas com as viagens, tanto de ida, como de volta. Eis que para a nossa surpresa, essa mãe com o filho nos braços chegou até o nosso Hospital e, de cara, foi encaminhada às Casas de Apoio, onde permaneceu por 18 dias. O garotinho, nesse período se submeteu a todos os procedimentos, inclusive a cirurgia, tendo alta hospitalar, com recomendação para voltar somente no mês de maio para avaliações. A família, por sinal, muito pobre (coisa normal no norte e nordeste brasileiro) se “juntou” e custeou a passagem da vinda dos dois para Botucatu, na esperança de fazer o mesmo quando chegasse a hora de voltar. Só que não conseguiram nada, com isso, o desespero, que já não era pequeno, ficou ainda maior.
Essa jovem tinha que voltar o mais rapidamente possível para a sua terra natal, pois havia deixado com o pai, uma garotinha de três aninhos que, pela ausência da mãe, começava a ter sintomas de adoecer. Como fazer isso sem dinheiro, com um filho de oito meses e, mais de mil quilômetros distante da sua casa? Impossível né! Esse é o nosso país, minha gente!
Pois bem, quis Deus que, mais uma vez, fôssemos chamados para resolver outro quadro injusto e desleal que essa maldita classe política (evidentemente que existem raras exceções entre os políticos) comete contra pessoas pobres e sem forças para se defender. Primeiro tive a ousadia de ligar na Prefeitura daquela cidade, cujo lema diz: “ADMINISTRAR É CUIDAR JUNTO”, para explicar o problema e pedir ajuda. Confiava muito em sensibilizar a jovem Prefeita daquele lugar, até porque, as mulheres são mais sensíveis com problemas desse nível. Quem diz de alguém naquela prefeitura me atender. Fiquei no telefone mais de quatro horas; liguei em doze repartições públicas de Cacoal, das 13 às 17 horas e nada de ser atendido. A saída foi buscar outros caminhos.
Deus, com toda a sua GENEROSIDADE, de novo, nos deu luz, muita luz. Tirei uma foto da mãe com o filho no colo e expliquei essa triste realidade, pedindo SOCORRO, em nome dessa sofrida família, para 20 amigos que fazem parte da minha valorosa agenda de amigos no Whatsapp.
Glória! Dos vinte amigos consultados, dezoito se propuseram a dar a sua contribuição e o fizeram naquele mesmo dia. Com isso levantamos os recursos para a passagem (R$ 1961,00). Faltava tão somente arrumar uma condução com motorista e alguém para custear o combustível e o pedágio, pois o voo estava marcado para as cinco horas da manhã do dia seguinte e sairia do aeroporto de Arealva. Outra vez ELE nos ajudou e mandou ao nosso encontro dois outros parceiros. Glória!
Enfim, mais uma vez, Deus, o Todo Poderoso, nos proporcionou a alegria de termos feito a nossa parte e, mais ainda, de poder sentir a gostosa sensação de ter montado uma corrente bastante forte, com a participação de vinte ELOS muitíssimos solidários.
Pena que não posso mencionar o nome de nenhum desses amigos de verdade, até porque, quando da doação recebemos o pedido para que seus nomes não fossem citados, no entanto, quero pedir desculpas ao amigo Carlinhos Gamela – que, com sua esposa Cintia Paraiso, teve a incumbência de levar mãe e filho até o aeroporto – para, através do seu nome, deixar o meu mais profundo agradecimento a todos que se uniram num abraço que alegrou toda uma família. Que Deus, o nosso PAI, abençoe todos vocês!
Rubens de Almeida – Alemão/[email protected]
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