Nossa vida cotidiana é marcada por encontros e desencontros com pessoas que nos marcam positivamente ou não, porém alguma marca recebemos e certamente alguma marca deixamos.
Madre Teresa de Calcutá pedia a Deus para que pudesse deixar sempre uma marca boa nas pessoas que a encontrasse, pois compreendia a necessidade de construir pontes positivas nos relacionamentos cotidianos, para que não acontecesse um mero encontro ou que as pessoas fizessem parte apenas de uma estatística, sendo apenas mais um.
Somos desafiados a cada instante, nos encontramos com uma centena de pessoas e cada qual nos traz um desafio particular que podemos enfrentar ou fugir, sempre temos a possibilidade de crescer quando conseguimos enfrentar nossos obstáculos. Interessante que ao pensarmos o que é melhor para nós, sabemos muito bem, o que gostaríamos de receber das pessoas que encontramos também sabemos, ou seja, sabemos o que realmente é bom ou não para nós, sabemos o que nos ajuda ou não, sabemos o que nos fere ou não, então temos consciência o que faria bem para as pessoas, o que deveríamos deixar marcado em cada um que encontramos.
Um dos grandes desafios hoje é o utilitarismo humano, enquanto nos serve criamos relacionamentos, transformando o ser humano em simples degrau para escalar a escada do interesse individual. Relacionamento, encontros onde o outro se torna uma “peça” dentro da minha engrenagem de objetivos pessoais. Na medida que o outro pode proporcionar algo que favoreça o relacionamento é mantido, quando acaba o “fornecimento” de vantagens o relacionamento acaba. Neste sentido caímos na estatística de encontros vazios e nada frutíferos para a humanidade, transformando o meio em que vivemos em uma hipocrisia vantajosa.
Belíssimo encontrar pessoas que nos marcam positivamente e sem interesses pessoais, amizades sinceras onde o tempo e a distância não são capazes de destruir, pessoas que podemos contar em qualquer momento, que sabe rir e chorar junto. E na mesma beleza sermos pontes de encontros onde nós também possamos deixar marcas positivas nos encontros da vida, deixar a certeza que podem contar conosco e encontrar a gratuidade de ser simplesmente humano, sem esperar nada em troca, conseguindo, mesmo com as pessoas mais difíceis, pois pode ser que também sejamos difíceis para elas, conseguir ver, ao menos a possibilidade de crescer e encontrar a coragem de enfrentar, pois pode ser que a pessoa que rejeitamos, o desafio que não queremos enfrentar, possa estar a grande oportunidade de sermos melhores e melhorarmos a vida ao nosso redor.
Padre Emerson Anizi – Catedral de Botucatu
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