Os perigos da falta de autoridade

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Os perigos da falta de autoridade 03 junho 2016

lainoOs pais de hoje em dia reclamam da falta de autonomia de seus filhos, mas a maioria destes mesmos pais não faz a reflexão de que para se ter autonomia é preciso ter responsabilidade, uma não vive sem a outra. Responsabilidade é ensinada no dia-a-dia, para só depois oferecer-se autonomia. Primeiro ensinamos o que é a rua, levando os filhos para passearem, depois ensinamos como atravessar a rua, como fazer para ir até onde queremos, quando notamos a segurança dos filhos, aí é hora de soltar para a autonomia.

O que vemos atualmente são pais que não conseguem largar as mãos dos filhos, mas se queixam de que os filhos não têm autonomia. Essa é uma conquista diária, demanda esforço cotidiano e freqüente, não surge da noite para o dia. Ninguém acorda e se tornou autônomo.

Outro erro, assim chamo, são as grandes relações de amizade estabelecidas entre pais e filhos. “Tento ser o melhor amigo de meu filho, doutor”, me dizem alguns pais, “onde está o erro?” O erro está exatamente nesta proximidade insana que alguns pais buscam diante de seus filhos. Os pais não devem tentar ser “os melhores amigos dos filhos”, mas sim os melhores pais. Essa proximidade geracional é assustadora, é fácil pensar sobre. Amigo não dá bronca, não cobra responsabilidade, não chega junto quando precisa, porque não tem autoridade sobre o amigo. Então, os pais que se tornam grandes amigos de seus filhos, em sua maioria, podem estar errando a mão e não cumprindo o seu papel: o de pais, sendo só amigos.

img-tirania-infantilQuando os pais me procuram com essa dúvida, minha primeira pergunta, por assim dizer, é querer saber como é a relação de? autoridade com seus filhos. Quando ouço os grandes discursos da relação de amizade existente entre eles, logo já identifico o problema. Desde sempre nós, pais, devemos ensinar sobre hierarquia familiar, princípios de quem manda é quem detém mais conhecimento e pode orientar, responsabiliza e gera autonomia. Os pais são os adultos da relação, não nos podemos esquecer disso. A dificuldade em exercer a autoridade aumenta ? medida que os pais estão tão próximos de seus filhos que minam a sua própria autoridade e, por conseguinte, não são respeitados.

A grande sacada é quando os pais percebem que a vida relacional começa quando nos propomos a nos tornarmos pais, começa ali uma nova relação de aprendizado em via dupla. Os filhos, ao nascerem, nos ensinam como sermos pais; os pais, ao se tornarem pais, começam a ensinar os seus filhos a serem filhos. Ambos ainda não aprenderam e aprendem de forma diferente com cada um dos filhos. Essa é a missão, que não termina nunca, num exercício diário de resistência, persistência e paciência, além de muito amor.

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