O prazo de dez anos concedido para que as empresas de ônibus, em todo o Brasil, tornassem suas frotas totalmente acessíveis aos deficientes físicos, terminou no último dia 3 de dezembro. Em Botucatu, antes mesmo da data limite, todos os 60 veículos que circulam pela cidade receberam elevador, espaço e sinalização específica ao passageiro que se locomove com cadeira de rodas. Até a assinatura do atual contrato de concessão, em 2012, menos da metade da frota era adaptada.
Mas para a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semutran), não basta que os veículos disponibilizem os equipamentos necessários para que as pessoas com deficiência possam ter acesso ao transporte coletivo. É necessário que eles funcionem perfeitamente e, cobradores e motoristas estejam aptos a operá-los.
Com esse objetivo, a Semutran realizou nesta terça-feira (27) uma fiscalização em grande parte dos ônibus das empresas Stadtbus e São Dimas. Sob a supervisão do secretário de Mobilidade Urbana Vicente Ferraudo, o fiscal de tráfego José de Assis Victorino verificou as condições de funcionamento dos elevadores e a destreza de cobradores e motoristas para colocá-los em operação.
Do total de 60 veículos que compõem a frota, 93% foram vistoriados. Os demais não passaram pela avaliação porque se encontravam em manutenção preventiva. De acordo com a Semutran, 89% foram aprovados e outros 11% apresentaram algum tipo de problema.
Da frota da Stadtbus, 94% apresentaram elevadores em condições adequadas. Esse índice na Viação São Dimas foi de 83 %. Os veículos reprovados terão o prazo de 72 horas para providenciar os reparos e depois disso serão novamente vistoriados. Se os problemas persistirem as empresas serão multadas.
O secretário Vicente Ferraudo lembra que ao final do processo de licitação das linhas do transporte coletivo, em 2012, as empresas que operam o sistema já haviam se comprometido a adaptar 100% da frota até 2014.
“Mas ouvimos reclamações que em alguns momentos os elevadores não funcionavam adequadamente. Isso nos motivou a ter um cuidado especial com a questão da acessibilidade aos ônibus o cliente do transporte urbano. Em respeito aos clientes do transporte coletivo decidimos fazer essa fiscalização”.
A intenção é que esse acompanhamento passe a ser periódico para garantir as condições que estimulem as pessoas com deficiência a utilizar o transporte coletivo para se locomoverem pela cidade.
“A demanda de passageiros ainda é muito pequena. Quando acontece algum problema o cliente aciona a secretaria. A ideia é que ele vá para o ponto de ônibus e o direito de ir e vir esteja assegurado. Vamos continuar fiscalizando para que a frota esteja adaptada e funcionando”.
Segundo o censo do IBGE, realizado em 2010, mais 600 pessoas em Botucatu declararam ser deficientes motores e mais de 7 mil declararam ter mobilidade reduzida. De acordo com a Semutran, 597 pessoas com deficiência contam com o cartão que garante acesso ao transporte público.
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