Se você tem mais de 30 anos deve se lembrar do antigo rio Tanquinho, em Botucatu. O córrego que nasce na região central e corta boa parte da cidade e até o final da década de 90 era um rio poluído, feio, maltratado. No começo dos anos 2000 houve uma grande ação voltada para a recuperação desse importante manancial cercado de cimento, casas e pequenos prédios.
Dessa nascente abandonada, que pouca importância tinha, surgiu a Organização Não Governamental (ONG) S.O.S. Cuesta. Voluntários passaram a trabalhar com o objetivo de preservar o meio ambiente, principalmente as fontes de recursos hídricos. O projeto inicial foi o de recuperação das mata ciliar do Tanquinho.
Para quem viveu este momento, parece que foi ontem, mas, a S.O.S. Cuesta completa nesta terça, 08, 15 anos de atividades em Botucatu. Referência em proteção ao meio ambiente, a ONG ampliou sua área de abrangência e trabalhou em diversas ações que entraram para história de Botucatu.
A SOS Cuesta, além da preservação do meio ambiente, envolveu a sociedade de Botucatu de uma forma geral em várias campanhas, como explicou ao Acontece Botucatu Nelita Maria Correa, uma das fundadoras e coordenadoras da ONG.
“Tivemos ações importantes em Botucatu. Sempre tivemos forte participação nas políticas públicas de meio ambiente, participação na elaboração do Código do Meio ambiente, para que as nascentes pudessem ser preservadas, além de muitas campanhas nos córregos da cidade, Tanquinho, Lavapés, Cascata e Água Fria”, apontou Nelita.
Somente no Tanquinho foram diversas ações pioneiras, como a coleta seletiva de lixo, que foi o projeto piloto para a coleta na cidade como um todo, além do plantio de 30 mil mudas nos últimos anos. Já no córrego da Cascata houve a recuperação de duas grandes erosões. “O mais importante é que usamos um método natural, com madeiras. Não colocamos pedra e tapamos o buraco, que é feito geralmente, mas não dá resultado. Nós usamos uma técnica que deu certo e deve acabar de vez com o problema”, disse.
Durante os 15 anos da ONG, 10 foram de parceria com a Petrobras
A parceria da S.O.S. Cuesta com a estatal brasileira Petrobras começou com o projeto de recuperação do córrego Tanquinho, porém, neste início os aportes foram pequenos. “Nós tivemos uma ajuda financeira pequena e mesmo assim trabalhamos pesado e mostramos resultados positivos. Isso nos credenciou a novos desafios. Já no projeto do Córrego da Cascata, outra importante micro bacia de Botucatu, tivemos condições de pensar grande”, contou Nelita.
“No total foram R$1,65 milhão investidos no município através da S.O.S. Cuesta”. O primeiro passo do projeto foi de fazer o levantamento de todas as necessidades da região da Cascata. Em seguida, a ONG foi contemplada para receber recursos com o objetivo de executar as demandas que foram apontadas.
“Mais uma vez envolvemos a população que mora em torno do córrego. Isso é o mais importante, não basta chegarmos lá, fazermos o trabalho de irmos embora. A participação dos moradores é fundamental, principalmente para manter o trabalho quando o projeto terminar”, finalizou Nelita.
O projeto Cascata Realiza deve terminar nos próximos meses. A expectativa é que um novo projeto se inicie, dessa vez tendo como alvo o Rio Lavapés. Para saber informações e projetos da ONG SOS Cuesta, basta acessar os sites www.cascatarealiza.com.br, www.soscuesta.org.br. Há também a fanpage nowww.facebook.com/SOSCuesta
Compartilhe esta notícia