Fotos: Luiz Fernando
Quem usa regularmente a Rodovia Raimundo Puty, em Rubião Júnior, nas proximidades da Unesp não pode deixar de notar a ação de pessoas que estão fazendo dessa via um verdadeiro depósito de lixo. Em outras estradas da zona rural do município este problema também acontece com muita freqüência.
Rica em diversidade de fauna e flora a Raimundo Puty exibe em alguns pontos um cenário de degradação em boa parte de sua extensão com lixo e entulho. São diversos focos com pilhas de lixo, que vão desde latas, papelão e restos de construção, móveis velhos até materiais de difícil decomposição, como pneus, lâmpadas fluorescentes, garrafas pet e sacos plásticos e animais mortos.
Além de ser rodeada por chácaras e condomínios, aos finais de semana a estrada também é utilizada, regularmente, como opção de turismo para ciclistas, jipeiros e motociclistas, que aproveitam a beleza natural da área. O problema é maior na área próxima ao campus da Unesp onde o desrespeito é mais latente e o ar puro da natureza e o canto dos pássaros contrastam com o mau cheiro do lixo orgânico despejado em meio ? s árvores e mata nativa.
O professor/doutor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp de Botucatu, Carlos Teixeira, que mora em um sítio ? beira dessa estrada revela que o descarte de lixo acontece, frequentemente, em área próxima ao perímetro urbano. Isso caracteriza que as pessoas despejam o lixo em local impróprio. Se livram do problema do seu lixo acarretando problemas aos outros que são usuários da estrada, disse o professor da Unesp.
Teixeira enfatiza que além da poluição visual e do solo, o lixo atrapalha a vida dos animais e aves que vivem no local. Mesmo se esses locais de descarte de lixo não estiverem dentro de limites de Proteção Ambiental é uma área de influência, de entorno. E os animais não têm divisão. Como tem todo o tipo de lixo, alguns materiais podem machucar animais e aves, além de atrair animais como ratos e cobras, que mudam a fauna, explicou Teixeira. É uma área que deveria ser preservada e ter maior fiscalização, acrescentou o médico.
O veterinário salienta que, recentemente, foi feito uma limpeza e um serviço de capinação pelo local, mas as pessoas voltaram a usar o local como depósito de lixo. Outro problema é que são descartados materiais inflamáveis e qualquer fagulha pode gerar um incêndio com fumaça tóxica, prejudicial ? Saúde humana, alerta Teixeira.
O secretário de Meio Ambiente, Perseu Mariani, reconhece que as estradas rurais são usadas para depósito de lixo e alerta que a pessoa que for flagrada pode responder por crime ambiental e poderá receber uma punição que vai desde advertência até multas e, conforme o caso, até em prisão. Essa é uma questão de cidadania e conscientização e a fiscalização está sendo feita com o intuito de flagrar os infratores, diz Mariani.
Lembra Mariani que na zona rural é mais difícil detectar quem joga lixo na estrada, mas na zona urbana, principalmente na região periférica, existe um trabalho de fiscalização de terrenos e os proprietários de imóveis, notificados por falta de limpeza e capina. Centenas (de proprietários) já foram autuados por não terem atendido a solicitação de limpeza, encaminhada pela Prefeitura, frisou o secretário. E esse trabalho vai continuar sendo feito, concluiu.
Compartilhe esta notícia