Quem foi Sant’Ana, Padroeira de Botucatu???

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Quem foi Sant’Ana, Padroeira de Botucatu??? 26 julho 2024

Em Botucatu o 26 de julho é feriado de Sant’Ana. O que se sabe sobre a Avó de Jesus?

Foto: Catedral de Botucatu

Botucatu celebra nesta sexta-feira, 26 de julho, o dia de Sant’Ana. Ela padroeira da cidade e batiza a Catedral Metropolitana Basílica Menor, ou simplesmente a nossa Catedral, expressão maior da Arquidiocese de Botucatu.

De acordo com a Lei nº 402, de 02 de julho de 1954, o dia 26 de julho é considerado feriado municipal em Botucatu por ocasião do dia de Sant’Ana. Ocorre que muitas pessoas curtem o feriado sem saber quem foi Sant’Ana.

Santa Ana ou Sant’Ana é a mãe de Nossa Senhora e avó de Jesus. Sobre ela, porém, há poucos dados biográficos.

As referências que chegaram até nós sobre os pais de Maria foram deixadas pelo Proto-Evangelho de Tiago, um livro escrito provavelmente no primeiro Século e que não faz parte dos Evangelhos Canônicos, ou seja, aqueles reconhecidos pela Igreja como oficiais. Porém, o Evangelho de Tiago é uma obra importante da antiguidade e citada em diversos escritos dos padres da Igreja Oriental, como Epifânio e Gregório de Nissa.

Santa Ana foi a mãe da Virgem Maria e avó de Jesus Cristo. As primeiras referências a ela vêm do Protoevangelho de Tiago, um texto que não consta na Bíblia, e em outros textos apócrifos.

De acordo com a tradição, Ana era filha de Natã, sacerdote belemita, e de Maria. Suas duas irmãs mais velhas eram Maria de Cleofas, mãe de Salomé, e Sobé mãe de Santa Isabel, que geraria São João Batista.

Ana casou-se com Joaquim e por muitos anos permaneceu estéril. Só concebeu quando estava com uma idade avançada e deu à luz a Maria (mãe de Jesus), que teria nascido por volta de 20.a.C.

O culto a Santa Ana difundiu-se no Oriente, e no século VI o imperador Justiniano I mandou construir um templo em sua homenagem em Constantinopla.

Nos séculos seguintes, a veneração à Santa se expandiu também pela Europa. Em 1503, Leonardo da Vinci pintou o quadro “A Virgem, o Menino e a Santa Ana”. A obra encontra-se no Museu do Louvre, em Paris.

Em 1584, uma bula do papa Gregório XIII instituiu uma festa, comemorada no dia 26 de julho, mês que passou a ser denominado “Mês de Santa Ana”.

Santa Ana é venerada como a padroeira das mulheres casadas, especialmente as grávidas, tornando seus partos rápidos e bem sucedidos. É também protetora das viúvas, dos navegantes e marceneiros.

Santa Ana teria falecido pouco depois de apresentar Maria no Templo, consagrado a Deus, quando a filha estava com apenas três anos de idade (fonte: Cruz Terra Santa).

Sant’Ana e sua história em Botucatu

Foto: Acontece Botucatu

Por Luís Negrelli – Equipe Arquidiocesana de Comunicação (site da Arquidiocese)

De acordo com a Lei nº 402, de 02 de julho de 1954, o dia 26 de julho é considerado feriado municipal em Botucatu por ocasião do dia de Sant’Ana. A lei assinada pelo prefeito da época, Emílio Peduti, alterou um artigo da última legislação sobre feriados promulgada em 1949. Além de ser a padroeira da Arquidiocese de Botucatu, Sant’Ana é também a padroeira da cidade e está presente em diversos registros históricos da fundação do município.

Já na lei municipal 4370 de 7 de abril de 2003, sancionada pelo prefeito Antonio Mario de Paula Ferreira Aielo, ficaram definidas as datas comemorativas da cidade em ordem cronológica. No dia 23 de dezembro de 1843 o Capitão José Gomes Pinheiro Vellozo fez a doação de terras para a criação do Patrimônio da Freguesia de Sant’Anna de Botucatu, que passou a ser considerada a data de fundação da cidade. 

Seguindo a cronologia, em 19 de fevereiro de 1846 acontece a criação da Freguesia do Distrito do Cimo da Serra de Botucatu. Em 14 de abril de 1855 a freguesia é elevada à categoria de vila e é emancipada política e administrativamente. No dia 20 de abril de 1866 é criada a comarca de Botucatu e, por fim, em 16 de março de 1876 a vila é elevada à categoria de cidade.  

A primeira imagem de Sant’Ana

A ligação do Capitão José Gomes Pinheiro com Sant’Ana vai mais além, já que sua esposa, Anna Florisbela Machado de Oliveira e Vasconcellos, foi quem trouxe para a região uma imagem de Sant’Ana esculpida em terra-cota em meados de 1830. Esta é a primeira imagem da padroeira que se tem registro em terras botucatuenses. 

Após pertencer ao escritor Alceu Maynard de Araújo, a imagem ficou desde 1962 com a família do escritor Francisco Marins, que nasceu na região de Botucatu. Em 2019, a singela imagem foi incorporada ao patrimônio da Catedral de Sant’Ana por iniciativa do Padre Emerson Anizi na comemoração dos 75 anos da Catedral e até hoje pode ser vista na porta de entrada da rampa lateral. 

Na época, em entrevista ao jornal Mais Botucatu, Padre Emerson contou como conseguiu trazer a imagem para a Catedral: “Pouco antes da festa de Santana, junto com o padre Marins, estive com dona Elvira, esposa do Dr. Francisco Marins. Pedi a ela que nos desse a graça de ter a imagem de Santana, não apenas como patrimônio da igreja, mas como um patrimônio cultural do nosso povo. Agradeci todo cuidado que ela, ao lado do Dr. Francisco, teve durante tantos anos na guarda da imagem. Ela nos atendeu prontamente e permitiu que no mesmo dia já trouxesse essa relíquia comigo”.

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