Quatis invadem residências, espalham lixo e causam transtornos em Bairros de Botucatu

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Quatis invadem residências, espalham lixo e causam transtornos em Bairros de Botucatu 02 julho 2025

Locais como Jardim Cambuí e Ouro Verde registram diariamente a incomoda situação

Quatis invadem residências e espalham o lixo em bairros da região norte

Moradores do Jardim Cambuí, em Botucatu, têm enfrentado problemas frequentes com a presença de quatis que vasculham lixeiras e espalham resíduos pelas calçadas e ruas do bairro. A situação, que já se estende por meses, tem gerado reclamações e levantado alertas sobre a falta de medidas para controle do problema. O problema se repete também em bairros próximos, como Ouro Verde e Itamarati.

Segundo relatos de moradores, o aumento da presença dos animais está diretamente ligado a um hábito que, embora tenha partido de boas intenções, causou desequilíbrio na região: a alimentação diária dos quatis por pessoas que jogavam pães e restos de comida nas proximidades de áreas de mata.

“Ali o problema foi durante um tempo jogarem pães todos os dias para os quatis. Desequilibrou tudo e agora a gente precisa fazer lixeiras fechadas. A falta de conhecimento e ação do poder executivo para inibir. Agora como resolve? Lixeiras fechadas e não alimentar mais os animais”, disse um morador, em entrevista ao Acontece Botucatu.

A consequência foi o aumento da interação entre os animais silvestres e a área urbana, o que vem resultando em transtornos diários, como lixo revirado, mau cheiro e risco de transmissão de doenças. Além disso, a situação levanta preocupações sobre a saúde dos próprios quatis, que acabam se alimentando de resíduos inadequados.

Especialistas alertam que, ao serem alimentados por humanos, os animais perdem o instinto de busca natural por comida, passam a depender da oferta urbana e alteram seu comportamento. Isso gera desequilíbrios ecológicos e, em muitos casos, conflitos entre fauna e população.

Docente da área de Ecologia de Biodiversidade do Instituto de Biociências da Unesp em Botucatu, o Professor Felipe W. Amorim explicou recentemente ao Acontece Botucatu que o desequilíbrio populacional desses animais pode estar relacionado à oferta abundante de alimentos nas áreas urbanas.

Principalmente pelo descarte incorreto de resíduos e pela prática, ainda comum, de alimentar animais silvestres. Ambas as atitudes contribuem para que os quatis deixem seus habitats naturais e se acostumem à presença humana, disse Amorim em reportagem exibida em maio, tratando sobre a superpopulação desses animais.

Os riscos do contato com quatis: por que é importante manter distância

Foto Júnior Quinteiro (arquivo pessoal)

Os quatis pertencem à ordem dos carnívoros e, como é típico desse grupo, possuem garras e dentes fortes, capazes de causar ferimentos sérios caso ataquem alguém. No Brasil, há diversos registros de ataques envolvendo esses animais.

Além dos riscos físicos, os quatis também podem ser transmissores do vírus da raiva, uma doença com taxa de letalidade próxima de 100% se não for tratada rapidamente. Com a ausência da maioria de seus predadores naturais nos ambientes urbanos, a população de quatis tem crescido de forma significativa em nosso município.

Esse aumento descontrolado eleva também o risco de que algum desses animais contraia o vírus da raiva e o transmita a pessoas, muitas vezes atraídas pela curiosidade, pela vontade de fotografá-los ou até mesmo de alimentá-los.

Veja reportagem do Acontece Botucatu sobre a superpopulação de Quatis em Botucatu

Superpopulação de quatis em Botucatu acende alerta sobre desequilíbrio ecológico e saúde pública
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