12 novembro 2025
Reconhecimento internacional destaca a qualidade da ciência feita na Unesp Botucatu, onde a médica desenvolve um estudo que alia inteligência artificial e inovação no combate ao câncer.

A médica Maria Raquel Gomes Fernandes, doutoranda do Instituto de Biociências da Unesp em Botucatu (IBB), foi uma das dez pesquisadoras do mundo a receber o Prêmio de Educação para Países em Desenvolvimento, concedido pela Associação Internacional do Câncer de Pulmão (IASLC). O reconhecimento levou a brasileira à Conferência Mundial de Câncer de Pulmão 2025, realizada em setembro, em Barcelona (Espanha), onde apresentou os primeiros resultados de sua pesquisa de doutorado desenvolvida em Botucatu.
No projeto, Maria Raquel utiliza inteligência artificial para identificar medicamentos com potencial de tratar o câncer metastático de pulmão. A proposta é encontrar fármacos já existentes no mercado, criados para outras doenças, que possam ser reposicionados para combater tumores.
“Foi um privilégio representar o Brasil e mostrar que a pesquisa feita aqui é de alta qualidade. Às vezes, a gente duvida da relevância do nosso trabalho, mas esse reconhecimento mostra que estamos no caminho certo”, afirmou a pesquisadora.
O estudo é orientado pelo professor Robson Francisco Carvalho (IBB) e coorientado pelos docentes Patrícia Pintor dos Reis (FMB) e Rafael Simões (FCA), todos da Unesp Botucatu. A combinação de diferentes especialidades permite integrar genética, biotecnologia e medicina translacional, colocando o projeto na fronteira do conhecimento científico.
Segundo Patrícia Reis, a inteligência artificial é uma ferramenta que agiliza o cruzamento de dados genéticos e farmacológicos, filtrando milhares de remédios e apontando aqueles com maior chance de interferir no crescimento de células tumorais. A técnica reduz tempo e custos de pesquisa, favorecendo o desenvolvimento de terapias mais acessíveis.
O próximo passo do doutorado será aplicar o mesmo método na busca por medicamentos para o câncer de pâncreas metastático.
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