Pesquisa com participação da Unesp Botucatu identifica potencial terapêutico em planta nativa brasileira

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Pesquisa com participação da Unesp Botucatu identifica potencial terapêutico em planta nativa brasileira 14 dezembro 2025

Estudo com colaboração do campus de Botucatu reforça efeitos anti-inflamatórios e perfil de segurança de espécie usada na medicina popular.

Um estudo conduzido por pesquisadores de diferentes instituições brasileiras — entre elas a Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu — confirmou o potencial anti-inflamatório, analgésico e antiartrítico da Alternanthera littoralis, planta conhecida como periquito-da-praia. O trabalho, publicado no Journal of Ethnopharmacology, reúne evidências científicas que sustentam o uso tradicional da espécie, comum no litoral brasileiro.

A pesquisa envolveu equipes da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), do Centro Universitário da Grande Dourados (Unigran), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Unesp. Em Botucatu, as análises toxicológicas — etapa considerada crucial para avaliação de segurança — foram realizadas sob coordenação da professora Arielle Cristina Arena, do Departamento de Biologia Estrutural e Funcional do Instituto de Biociências.

Segundo a pesquisadora, os experimentos mostraram que o extrato etanólico da planta apresenta efeito anti-inflamatório significativo em modelos animais.
“Nos modelos experimentais, observamos redução do edema, melhora dos parâmetros articulares e modulação de mediadores inflamatórios, sugerindo uma ação antioxidante e protetora dos tecidos”, explica Arena.

Apesar dos resultados encorajadores, a equipe destaca que ainda não é possível indicar uso clínico. São necessárias análises toxicológicas complementares, estudos clínicos e padronização do extrato, além das etapas regulatórias previstas para futuros produtos fitoterápicos.

O farmacêutico Marcos Salvador, do Instituto de Biologia da Unicamp, conduziu as análises fitoquímicas iniciais que identificaram compostos bioativos. Em seguida, a equipe da farmacologista Candida Kassuya (UFGD) avaliou a eficácia anti-inflamatória em modelos de artrite. A etapa final, realizada em Botucatu, confirmou um perfil de segurança promissor em doses terapêuticas.

De acordo com Arielle Arena, o trabalho reforça a importância de pesquisas articuladas entre instituições e valoriza o papel da ciência desenvolvida em Botucatu:
“Essa pesquisa integra uma linha contínua de investigação entre UFGD, Unesp e Unicamp. Nosso propósito é valorizar a biodiversidade brasileira e o conhecimento tradicional com base científica rigorosa, promovendo o uso seguro e racional de produtos naturais.”

O estudo abre caminho para o desenvolvimento de futuras pesquisas pré-clínicas e possíveis aplicações farmacêuticas da espécie.

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