Obras na Rua Amando serão adiadas após abaixo-assinado de lojistas

Cidade
Obras na Rua Amando serão adiadas após abaixo-assinado de lojistas 11 abril 2016

As obras de revitalização da Rua Amando de Barros, que teriam início no dia 16, sábado, foram adiadas após um abaixo assinado, com 65 assinaturas de comerciantes, protocolado no último dia 08, no Sincomércio, entidade representativa dos lojistas em Botucatu. O documento foi entregue na tarde desta segunda, 11, na Secretaria de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços pela presidente da entidade Fátima Baldini.

Os lojistas consideram que o atual momento de crise política e financeira inviabiliza tais obras. A redução nas vagas de estacionamento em um dos lados da via também desagradou os lojistas. No dia 18 de março, um grande público compareceu na Câmara Municipal de Botucatu para acompanhar a apresentação e discussão do tão esperado projeto de revitalização da Rua Amando de Barros, principal corredor comercial da cidade. O projeto prevê compactação da fiação, recape asfáltico, alargamento das calçadas, piso especial para deficientes, semáforos, entre outras melhorias.

“Eu tenho que acatar essa manifestação, pois, ela foi direcionada para que eu protocolasse o documento. Mas não concordo, uma vez que muitos proprietários de lojas deixaram o documento para seus funcionários assinarem, sendo o que o documento ter que ser assinado pelo dono da empresa. Percebi também muitos lojistas de ruas paralelas com a Amando assinaram, sendo que a discussão é exclusiva para comerciantes da Rua Amando. Não concordei, argumentei que essa reforma é importante. Para a audiência realizada em 18 de março, a prefeitura distribuiu 200 convites, poucos foram e os que estavam lá não debateram, ou seja, concordaram. Poderiam ter se mostrado contra na oportunidade”, disse Fátima Baldini, Presidente do Sincomércio.

A reportagem do Acontece Botucatu também conversou com Edinho Baptistão, Secretário de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Ele disse que o projeto será reavaliado após o abaixo-assinado, para posterior início das obras. Estávamos com tudo pronto para o início das obras neste sábado, inclusive com CPFL e Sabesp juntas. O lojista terá custo zero com essa revitalização, pois a Prefeitura vai bancar tudo, por isso acho que o argumento de crise é inválido. A cópia do abaixo-assinado chegou para o prefeito João Cury, que decidiu rever algumas colocações. Tivemos uma reunião cansativa, mas produtiva na noite desta segunda, mas creio que essa obra deva sair. Acho que a discussão gira em torno das vagas de estacionamento. O projeto prevê calçadas mais largas e encurtamento da via, o que impossibilita estacionamento dos dois lados”, disse Baptistão.

A reunião na noite desta segunda, 11, começou às 18h30m e terminou quase três horas depois.  Estavam presentes representantes da ACE/CDL, Sincomércio, lideranças da Rua Amando e comerciantes do quarteirão inicial. O projeto de R$ 2 milhões prevê a revitalização de dez quarteirões, em um trecho que compreende a área próxima ao Supermercado Central até a Praça Paratodos. Após o documento entregue pelo Sincomércio e antes da reunião na prefeitura, uma nota foi enviada à imprensa através do Secretário Adjunto de Comércio e Serviços Antônio Zorzella Neto.

 

‘’A Secretaria de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, através da Subsecretaria de Comércio e Serviços, comunica que o inicio das obras de revitalização da Rua Amando de Barros, previsto para o próximo dia 16 de abril, será adiado em virtude de abaixo-assinado protocolado no último dia 8, junto ao Sincomércio de Botucatu e entregue hoje (11), nesta secretaria, pela entidade representativa. Foram coletadas 65 (sessenta e cinco) assinaturas de lojistas, do referido corredor comercial, que consideram inoportuna a execução da obra neste momento de crise politica e financeira que atravessa o país. Também discordam da perda de vagas de estacionamento em um dos lados da referida via.

O objetivo da administração pública é investir na melhoria da região, dotá-la de estrutura e equipamentos que priorizem a mobilidade dos pedestres, oferecer mais conforto aos consumidores e assim, possibilitar ao aumento das vendas que permitam ganhos aos comerciários e lojistas. As vagas de estacionamentos perdidas serão compensadas por novas vagas criadas pela empresa que gere o parquímetro, bem como por novos estacionamentos particulares que certamente serão instalados através da maior ocupação dos existentes.

Causa-nos estranheza que alguns lojistas que estiveram na reunião pública realizada em 18 de março de 2016, na Câmara Municipal, para apresentação do cronograma das obras e aprovaram o projeto por unanimidade, agora tenham assinado o referido abaixo-assinado contrário ao início da revitalização. Mesmo entendendo que as pessoas realmente interessadas deram seu “sim” à revitalização, aguardada pela população há mais de 10 anos, ao participarem ativa e espontaneamente das discussões ocorridas na citada reunião pública realizada na sede do Poder Legislativo, compreendemos ser democrático abrir espaço para novas discussões coordenadas por esta secretaria.

Entendemos ainda que o interesse da população, foco principal de toda atividade comercial, tem que ser levado em consideração e que a mesma já deu demonstrações muito claras que espera pelas melhorias propostas para o principal corredor comercial da cidade. Apesar de ser um projeto aguardado desde 2004 e que, no final de 2014, foi aprovado por aproximadamente 150 lojistas reunidos na sede da CDL, abriremos oportunidade para novas discussões, visando buscar um consenso’’, diz a nota. 

Júnior Quinteiro 

 

Fotos: Anderson França

 

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