Morre Rivaldo Corulli, o “Maninho” do Bar do Caipira

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Morre Rivaldo Corulli, o “Maninho” do Bar do Caipira 19 julho 2019

Morreu nesta sexta-feira, 19, o comerciante Rivaldo Corulli, o Maninho, como era conhecido. Rivaldo assumiu o controle do Bar do Caipira há alguns anos, depois que o pai, seu Renato, já falecido, deixou os negócios.

Todos os dias personalidades de Botucatu se reuniam numa mesa externa na Quintino Bocaiuva, onde Maninho também sentava com os clientes para o happy hour.

Rivaldo fazia tratamento de saúde e estava internado há alguns dias. O motivo da morte ainda não foi confirmado. Os amigos lamentaram a perda.

“Exemplo de profissional de rádio e televisão, vai deixar saudade. Nunca deixou de levar o nome de Botucatu a todos os cantos do Brasil, através dos programas que dirigia. Mas o que perco não é um profissional, é um amigo que nunca será esquecido. Tristeza profunda”, expressou Junot de Lara Carvalho.

Em nota a Prefeitura de Botucatu também lamentou a morte do produtor.

“A Prefeitura de Botucatu lamenta profundamente a morte do produtor, radialista e importante símbolo da música e cultura raiz do Município, Rivaldo Corulli. O Prefeito Mário Pardini estende o sentimento de pesar aos familiares e amigos de Rivaldo”, descreve a nota.

Inezita Barroso

Rivaldo Corulli foi por muitos anos o diretor do programa Viloa, Minha Viola, da TV Cultura, apresentado por Inezita Barroso.

Ainda não há informações do horário de velório e sepultamento.

Histórico

Rivaldo Luiz Corulli nasceu em Pardinho, interior do estado de São Paulo, em 11 de agosto de 1956, e tem dois filhos: Lívia Machado Corulli, de 22 anos, e Gabriel Machado Corulli, de 20 anos.
Logo que nasceu, seus pais mudaram-se para Botucatu e, aos 7 anos de idade, já começou a participar do programa infantil na Rádio Emissora de Botucatu, chamado “No Reino da Gurizada”, no qual logo foi contratado como apresentador, comandando o programa até os seus 18 anos de idade. Com ele dividiram as apresentações deste programa dois grandes amigos e que até hoje são seus grandes companheiros: José Roberto Pereira e Benedito Santa Rosa.

Foi também programador da Rádio Emissora de Botucatu durante todo o tempo em que lá estev

e, auxiliando um grande amigo da época, pelo qual até hoje tem muita admiração, chamado Adalberto Mattos. Além de seu programa infantil, toda a programação da emissora, desde o programa sertanejo “Despertar na Serra”, que entrava no ar às 5h da manhã, e todos os outros com diferentes segmentos musicais (pop, rock, erudito, popular, etc.) eram de sua responsabilidade.

Com isso, desde sua infância aprendeu muito sobre música. Aos 18 anos, partiu para São Paulo para dar continuidade à sua profissão artística, pois recebera convites para se integrar aos quadros de funcionários de duas emissoras de rádio da capital paulista: Rádio América AM e Rádio Antena 1 – FM, sendo que esta última estava sendo inaugurada na época e buscava profissionais que pudessem proporcionar uma programação diferenciada. Porém, o destino já lhe reservava mais trabalhos na área de comunicação, e em seu primeiro mês de trabalho na capital, foi convidado para fazer televisão, sendo então contratado pela Rede Globo de Televisão, na qual ingressou primeiramente na Divisão de Operações como sonoplasta, tendo a oportunidade de mostrar tudo aquilo que aprendera nas emissoras de rádio por onde já havia passado.

Na Rede Globo, logo perceberam suas aptidões artísticas e o transferiram para o Departamento de Produção, no qual passou a fazer parte dos núcleos de novelas, casos especiais, minisséries, programas musicados e muitos outros, dentre os quais podem ser citados os programas “Fantástico”, os “Festivais Internacionais da Canção Popular” e “Som Brasil”, com Rolando Boldrin, seu padrinho de casamento e com o qual ainda hoje continua trabalhando, agora na Tv Cultura de São Paulo.

Em meados dos anos 80, fez alguns programas independentes para a Tv Record, destacando-se “O Limite do Homem”, programa que tratava de tudo sobre esportes, menos futebol, e “Barra Pesada”, programa policial com o grande repórter Otávio Ribeiro. Especializou-se também em campanhas políticas para televisão e participou de muitas delas.

Nos anos 90, foi indicado para dirigir um dos programas da TV Cultura, o “Viola, Minha Viola”, não hesitando em aceitar o convite, pois considerava uma honra poder dirigir a artista Inezita Barroso, que já em 1951 havia assinado o seu primeiro contrato profissional com a Rádio Nacional de São Paulo. Aliás, a direção deste programa, primeiro lugar em audiência na TV Cultura desde que Rivaldo Corulli assumiu, já lhe rendeu alguns prêmios, incluindo o de “Melhor Direção” e “Melhor Programa Raiz Brasileiro”, entre outros, destacando-se a “Medalha do Ipiranga”, concedida pelo ex-Governador Geraldo Alckmin, a “Medalha da Inconfidência Mineira”, concedida pelo Governador Aécio Neves e a “Medalha da Ordem do Mérito Cultural”, concedida pelo Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, e pelo Ministro da Cultura, Gilberto Gil.

Rivaldo costuma dizer que a família “Viola, Minha Viola” aumenta a cada dia que passa, considerando os tantos amigos artistas que passaram pelo Programa e que acabaram virando “irmãos” de fato. Desde os artistas mais consagrados como “Milionário e José Rico”, “Pedro Bento e Zé da Estrada”, “Liu e Leu”, “Chico Rei e Paraná”, “Daniel”, “Zé Mulato e Cassiano”, “Irmãs Galvão”, “Zico e Zeca” “Cezar e Paulinho”, “Craveiro e Cravinho”, “Carreiro e Carreirinho”, até o mais simples e humilde artista que tenta a carreira com muita luta, todos são tratados igualmente por Rivaldo, e talvez este seja o segredo de tanto sucesso: “considerar que todos somos iguais, ajudando os mais fracos” e “respeitar o nosso povo mais simples, que é a maioria entre nós brasileiros”.

Quanto à Botucatu, Rivaldo “pensa, fala e a mostra” para o Brasil inteiro com muito orgulho, através de seu programa na TV Cultura. Segundo ele mesmo afirma: “Em nenhuma cidade desse nosso país nasceram tantos poetas, compositores, escritores, historiadores, tantas pessoas que trabalham muito, principalmente quando se trata de nossa cultura”. Escritores como Francisco Marins, Hernani Donato, Alcides Nogueira, seu irmão Sebastião de Almeida Pinto e tantos outros. Historiadores como João Carlos Figueiroa, poetas como Raul Torres, Serrinha, Zé da Estrada, Tinoco, Zé Maria Leonel, Ramiro Viola, Professor Vinícius e tantos outros; assim como importantes projetos culturais como o “Viola, Minha Viola no Lageado”, “Centenário Raul Torres”, “Escola Joana de Angelis”, “Semana Angelino de Oliveira”, “Orquestra Sinfônica Municipal” e tantos outros.

(Informações: Câmara Municipal de Botucatu)

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