A gente nunca negocia um sonho realizado. Foi o que disse a dona de casa Priscila dos Santos Vieira, de 30 anos, quando foi questionada pela reportagem se queria vender a casa que ela recebeu do Programa Nosso Sonho, no Parque Residencial Santa Maria 1. Ela que tem quatro filhas deixou o seu barraco na Rua Abigail Sampaio Faconti (Rua 14), do Jardim Monte Mor, e se mudou para uma das 407 casas construídas pela Caixa Econômica Federal.
Além dela, outras 23 famílias dessa mesma rua que viviam em condições subumanas na área verde do Monte Mor, foram levadas para suas novas moradias no Parque Residencial Santa Maria 1. A mobilização para desocupação da área verde foi coordenada pela Secretaria Municipal de Governo, com apoio das secretarias de Habitação, Obras, Assistência Social e Educação, que cedeu os ônibus para o transporte dos moradores. A Transportadora Aquarium foi a encarregada de levar os pertences das famílias até seus novos endereços.
A moradora mais antiga dessa Rua, Maria das Graças Cardoso Araújo, de 55 anos, conhecida como Gracinha, tem nove filhos e se orgulha de ter sido a primeira moradora a montar seu barraco naquela rua. Estou aqui há 23 anos e ajudei muita gente a montar seus barracos. Devagarzinho essas famílias que não tinham para onde ir, foram chegando, se alojando e vários barracos foram construídos. Agora com a graças de Deus estamos mudando para um local muito melhor. O João (Cury prefeito) prometeu e cumpriu, disse a mulher.
Situação peculiar é a do Denilson Gabriel dos Santos, de 33 anos. Sua filha nasceu, recentemente, dentro de uma ambulância e ele próprio fez o parto. Sua mulher ainda está internada e não participou do processo de mudança. Ela estava contando os dias, as horas e os minutos para entrar na nova casa. Agora ela sai do hospital com nossa mais nova filha direto e não vai para um barraco e sim para uma casa de tijolos, que era nosso maior sonho, disse Santos.
Cara! Eu ainda não estou acreditando! A ficha ainda não caiu. Fui sorteado, mas ainda estava apreensivo, com medo que alguma coisa acontecesse e eu não recebesse minha casa. Já fui lá conhecer, mas não pude entrar. Agora ninguém mais tira ela (a casa) da gente, observou Osail Apolinário, de 42 anos de idade e vai para nova casa com sua esposa e sete filhos.
Aparecida Leonel Ferreira, de 60 anos e sete filhos um deles com deficiência, foi taxativa. Não dá para explicar o que estou sentindo por sair daqui e ir para uma casa só minha. De tijolos e tudo. Não vejo a hora de entrar dentro dela. Peço a Deus que outras pessoas que ainda não tenham suas casas também consigam realizar esse sonho. Hoje estamos realizando o nosso, disse.
Após a transferência das 23 famílias, os barracos foram derrubados por máquinas da Secretaria Municipal de Obras. Para nós é motivo de muita alegria oferecer moradia digna para essas famílias que viviam em condições degradantes, praticamente subumanas. Algumas em barracos feitos de papelão. Espero que elas possam começar a construir uma nova história. A casa representa abrigo, proteção e melhor qualidade de vida, ressalta o prefeito João Cury Neto.
Fotos: Valéria Cuter
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