Homem contou que é comum o avistamento de animais selvagens nos canaviais
Muitos pesquisadores e fotógrafos de natureza passam horas e horas, até dias, para conseguir o registro de um animal selvagem. Mas nada como estar no lugar certo, na hora certa. Foi o que aconteceu com o tratorista Renato Roberto, morador de Vitoriana, distrito de Botucatu.
Ele estava entrando para trabalhar neste domingo, 01, quando avistou um Lobo-guará andando ao lado de um canavial. “Eu trabalho na cana, sou tratorista aqui. Agora de manhã a gente chegou pra fazer a troca de trabalho e ele está passeando tranquilamente, pegando ratinhos na cana”, contou Renato ao Acontece Botucatu.
O animal estava sozinho e bem perto das margens do Rio Tietê, no Rio Bonito em Botucatu. Ainda segundo Renato, é comum os trabalhadores que atuam na área de cana-de-açúcar avistarem animais selvagens.
“Semana passada nós avistamos duas onças-pardas, só que não deu tempo de tirarmos fotos. Foi muito rápido”, contou.
Lobos-guará
Parente dos lobos selvagens e dos cachorros domésticos, o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é um animal típico do Cerrado e maior canídeo da América do Sul, podendo atingir até um metro de altura e pesar 30 quilos. Além do Brasil, pode ser encontrado em regiões da Argentina, Bolívia, Paraguai, Peru e Uruguai.
Altivo, esguio e elegante, também é conhecido como lobo-de-crina, lobo-vermelho, aguará, aguaraçu e jaguaperi, todos nomes atrelados a sua bela pelagem laranja-avermelhada, que o torna um dos mais belos animais brasileiros. Na natureza, vive cerca de 15 anos. A cada gestação, que dura pouco mais de dois meses, nascem em média dois filhotes.
Apesar do porte imponente e da alcunha de “lobo”, é tímido, solitário e praticamente inofensivo, preferindo manter distância de populações humanas. Usa suas presas para se alimentar de pequenos animais, como roedores, tatus e perdizes, além de frutos variados do Cerrado, como o araticum e a lobeira (Solanum lycocarpum), alimento muito consumido pelo guará.
É avistado normalmente circulando por grandes campos nos fins de tardes e durante as noites. Nessa rotina, costuma cruzar estradas onde muitas vezes é atropelado. A ampla fragmentação dos remanescentes de Cerrado faz com que animais tenham que deixar refúgios de matas para se alimentar e reproduzir, tornando-se vítimas de automóveis e caçadores, por exemplo.
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