A nível nacional, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançou nesta quarta-feira a Campanha da Fraternidade 2011, que leva o tema “Fraternidade e a vida no Planeta – A criação geme em dores de parto”.
Neste ano, a campanha tem como objetivo, de acordo com a CNBB, contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas e motivá-las a participar dos debates e ações que visam enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta.
O padre Orestes Gomes Filho, responsável pela igreja Nossa Senhora Menina, na Vila Maria, em Botucatu, revela que a Campanha da Fraternidade procura sempre buscar a reflexão sobre os mais variados temas, se tornando um dos principais instrumentos de conscientização que a igreja dispõe em nível nacional.
É um produto genuinamente brasileiro. Não existe nada similar em outros países. É a maneira concreta da igreja de propor anualmente algum tema de relevância para auxiliar a caminhada dos católicos durante os quarenta dias que separam a quarta-feira de cinzas da Páscoa denominado Quaresma, explica Orestes.
Lembra o sacerdote que a Campanha da Fraternidade foi criada em 1964 e esta é a quarta vez que aborda um tema relacionado ? preservação da natureza e do meio ambiente. Em 1979, foi discutido o tema “Preserve o que é de todos”; em 2004, “Água, fonte de vida”; e, em 2007,”Vida e missão neste chão”, falando da Amazônia.
Orestes Filho explica que os temas conversão, fé, mudança de vida e um planeta no qual vigore o desenvolvimento sustentável estão interligados e é para mostrar estes vínculos estreitos que se dedica a campanha deste ano. Ela aborda a vida do planeta e quer cooperar para que todos os cristãos possam fazer uma caminhada de conversão pessoal e celebrar com grande alegria a Páscoa de Jesus, salienta o sacerdote.
{n}Papa Bento 16{/n}
Em comunicado, o papa Bento 16 manifesta apoio ? campanha afirmando que “pensando no lema da referida campanha, ‘a criação geme em dores de parto’, que faz eco ? s palavras de São Paulo na sua Carta aos Romanos (8,22), incluída entre os motivos de tais gemidos o dano provocado na criação pelo egoísmo humano.
Segundo o papa, o primeiro passo para uma reta relação com o mundo que nos circunda é justamente o reconhecimento, da parte do homem, da sua condição de criatura: o homem não é Deus, mas sua imagem; por isso, ele deve procurar tornar-se mais sensível ? presença de Deus naquilo que está ao seu redor: em todas as criaturas e, especialmente, na pessoa humana há certa epifania (manifestação ou aparição divina) de Deus.
“Sem uma clara defesa da vida humana, desde sua concepção até a morte natural; sem uma defesa da família baseada no matrimônio entre um homem e uma mulher; sem uma verdadeira defesa daqueles que são excluídos e marginalizados pela sociedade, sem esquecer, neste contexto, daqueles que perdem tudo, vítimas de desastres naturais, nunca se poderá falar de uma autêntica defesa do meio-ambiente”, reflete o Papa.
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