
Vítima sofreu fratura no nariz após ser agredida em uma adega; caso ganhou repercussão nas redes sociais e gerou nota de repúdio de coletivo local.

Uma jovem trans de 20 anos denunciou ter sido agredida em um ato de transfobia na noite da última quarta-feira (15), em Botucatu (SP). A vítima, Vitoria Bianchessi, relatou o caso em suas redes sociais, onde possui mais de 500 mil seguidores, e recebeu apoio de internautas e de movimentos locais de defesa dos direitos LGBTQIA+.
Em entrevista ao portal g1, Vitoria contou que estava acompanhada de amigas em uma adega da cidade quando foi surpreendida pelo agressor, a quem não conhecia.
“Foi transfobia. Eu estava em uma adega com minhas amigas, conversando. Aí senti uma coisa, olhei para trás, o menino veio e me deu um soco na cara, sendo que não conheço, nunca o desrespeitei ou algo do tipo”, relatou.
Segundo ela, uma de suas amigas conhecia o rapaz e afirmou já ter sido alvo de ofensas dele em outra ocasião, também com termos de cunho transfóbico. “Mas eu não tinha nada a ver, estava apenas com ela. Ainda falei: ‘amiga, nem liga para ele’”, contou Vitoria.
A jovem foi socorrida ao pronto-socorro, onde a Polícia Militar registrou a ocorrência. Ela ainda deverá comparecer à Polícia Civil para formalizar a representação contra o agressor.
De acordo com o boletim médico, Vitoria sofreu uma fratura na cartilagem do nariz e deve passar por cirurgia nos próximos dias.
“Eu não sou a primeira e nem a última. Enquanto a gente permitir, enquanto a gente não lutar pela nossa vida, a gente vai continuar passando por esse tipo de coisa”, desabafou a jovem.
Manifestação de apoio
O caso repercutiu nas redes sociais e mobilizou o Coletivo V Trans, grupo que reúne pessoas trans e travestis de Botucatu. Em nota pública, o coletivo manifestou solidariedade à vítima e repudiou as agressões, destacando a dificuldade que pessoas trans ainda enfrentam para denunciar esse tipo de crime.
“Denunciar a transfobia ainda é um desafio. Muitas vezes, casos de agressão contra pessoas trans são tratados como ‘brigas entre civis’, invisibilizando a violência real que vivemos”, diz o texto divulgado nas redes.
O caso segue em apuração pelas autoridades competentes.
Com informações do Portal G1.
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