
O contrato com as empresas de ônibus em Botucatu será encerrado. Foi o que anunciou no fim da tarde desta quarta-feira, dia 21, o Prefeito Municipal João Cury Neto, em encontro com a imprensa no auditório Cyro Pires. Pela manhã o Prefeito esteve reunido com a Stadtbus e a tarde conversou com um advogado que representa a São Dimas.
O caso era complexo e ainda pode ter desdobramentos na justiça. João Cury havia dito na última semana durante entrevista à Rádio Criativa FM, que não deixaria o rompimento nas mãos de Mário Pardini e tentaria resolver a situação ainda este ano.
Apesar do rompimento de contrato, as empresas ainda terão que prestar o serviço durante 30 dias, conforme foi anunciado. Uma licitação deverá será feita em um pequeno período de tempo e caberá ao futuro prefeito Mário Pardini essa missão.
“É uma decisão irrevogável. Vamos buscar uma alternativa o mais rápido possível para uma licitação. Nossa proposta é que elas continuem atuando na cidade durante 30 dias. Creio que teremos uma disputa judicial, pode ser que eles procurem a tutela jurisdicional, mas o prefeito eleito (Mário Pardini) endossou nossa decisão. Essa decisão só será revertida pela justiça”, disse João Cury.

Questionado por jornalistas, João Cury respondeu que a decisão não foi repentina. “Faz quase 90 dias que estamos nessa e as empresas não melhoram. Eu não posso ficar com a faca no pescoço e correr o risco de uma tragédia. E não há sinais de melhora, romperam várias clausulas contratuais”, colocou o Prefeito.
Conforme noticiado pelo Acontece Botucatu, o rompimento da licitação foi praticamente decidido no último domingo, dia 18. João Cury e Mário Pardini estiveram reunidos na Prefeitura para tratar desse assunto.
Junto com eles estavam os Secretários de Mobilidade Urbana, Rodrigo Fumis, o Secretário de Negócios Jurídicos, Antônio Cota, o Secretário de Governo, Marcelo Emílio, o Secretário de Administração, Luiz Augusto Felippe (O Tutão), o futuro Secretário de Negócios Jurídicos Junior Cury e os advogados Nilton Viadanna, Carlos Speltri (O Prudente) e o presidente da Copel (Comissão Permanente de Licitações) Murilo Paganini.
Situação insustentável

O ano de 2016 foi caótico para o transporte público em Botucatu. Stadtbus e São Dimas acumularam quebras e multas ao longo dos últimos meses. A situação ficou insustentável, pois os incidentes passaram a ser diários.
Um dos casos mais emblemáticos desse traumático período, foi quando uma roda caiu de um ônibus da Stadtbus, na Rua Major Matheus, na noite do dia 11 de outubro. Na oportunidade o fato gerou indignação em milhares de internautas pelas redes sociais.
Outros dois casos que causaram polêmica, foram do veículo que se chocou contra a escadaria do INSS, no dia 26 de outubro e de um ônibus que perdeu o freio na subida da Djalma Dutra, no dia 12 de dezembro, quando dois carros foram envolvidos no acidente.

Nesse mesmo dia, horas antes, em um ato que causou repulsa na população, o Conselho de usuários decidiu cancelar as multas. Diante da repercussão negativa, quase todo Conselho pediu desligamento e a revogação das multas foi cancelada.
Quebras constantes, portas abertas durante o trajeto, fiscalizações da Polícia Rodoviária e Polícia Militar apontando pneus carecas, entre outros fatos, minaram a relação Prefeitura/empresas/população.
Com isso se encerra um dos episódios mais marcantes do governo João Cury, o de colocar duas empresas operando o transporte público em Botucatu. Bandeira quando ainda era candidato em 2008, o fato só foi possível após licitação em 2011, mesmo assim as empresas não eram concorrentes, pois operavam lotes distintos.
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