Impasse no transporte público em Botucatu está perto do fim, diz Pardini em entrevista

Cidade
Impasse no transporte público em Botucatu está perto do fim, diz Pardini em entrevista 25 novembro 2017

O polêmico assunto envolvendo o Transporte Público em Botucatu parece estar perto do fim. A declaração foi dada pelo Prefeito Mário Pardini na manhã deste sábado, dia 25, em entrevista para a Rádio Municipalista. O assunto foi adiantado pelo Acontece Botucatu na última semana após a propositura de um acordo por parte das empresas que operam no sistema público de transporte.

Durante este ano, as empresas Stadtbus e Reta Transportes (Ex-São Dimas) conseguiram derrubar o decreto que rompia o contrato com o município e meses depois propuseram esse acordo ao poder executivo para continuarem operando na cidade. O assunto ainda é discutido com muita cautela, mas não há outra saída para o caso, bastando apenas definir alguns itens deste acordo que estão interligados, renúncia da outorga, manutenção da tarifa atual de R$ 3,35, uma exigência da Prefeitura e tempo de concessão.

Pardini: Acho que estamos muito próximos de resolver essa questão

“Eu acredito que essa última proposta que eles fizeram é muito interessante. Estamos estudando a renúncia da outorga ou parte dela para que a empresas possam ter capacidade de investir em novos ônibus, cerca de 40 ônibus zero KM comprados da Caio, mais 6 ônibus 2017 comprados recentemente, ou seja, é praticamente trocar toda a frota do transporte coletivo em Botucatu. Além disso, a tarifa iria inicialmente para R$ 3,60, inferior a um estudo que demonstra que a tarifa iria para R$ 3,81 e com a possibilidade da utilização do Fundo do Transporte Público para subsidiar R$0,25 e manter a tarifa em R$ 3,35, que em um momento de dificuldade econômica é muito importante manter esse valor para a população”, completou Pardini em sua entrevista.

A proposta das empresas é amparada pelo edital publicado e confere benefícios superiores do que estava previsto, segundo diz o próprio edital. Caso não seja batido o martelo nesse acordo, as empresas podem exigir o aumento de tarifa, já que existe um estudo apontando a defasagem. A Prefeitura, por sua vez, teria o direito de cobrar o valor de outorga.

“Estou convencido que é um acordo que deve ser analisado com bastante carinho, estamos fazendo isso neste momento com muita responsabilidade e me parece que já existe uma convergência entre as forças políticas de Botucatu e nossos vereadores da base. Estamos muito próximos de resolver essa questão, pois as decisões apontam um caminho e a história vai dizer se estávamos corretos ou não. Agora, o homem público tem que ter coragem de tomar a decisão e não pode ficar em cima do muro”, disse Pardini em sua entrevista à Municipalista (1240 AM).

Ainda neste cenário, as empresas fizeram uma proposta atendendo todos os itens do novo edital e melhoraram ainda mais. Entre esses itens estão a compra de novos carros em circulação imediata, todos  com sinal Wifi e identificação biométrica.

Imbróglio jurídico 

Importante ressaltar que a licitação para a contratação de uma nova empresa também foi suspensa por empresas interessadas no processo, como adiantou o Acontece Botucatu em setembro. Na oportunidade houve uma determinação do Tribunal de Contas para que a licitação de novas empresas fosse desfeita.

A exigência da Prefeitura é que os novos veículos sejam comprados na Caio/Induscar, para fomentar a geração de emprego novamente nessa empresa. Algumas visitas já foram feitas pelas empresas do transporte público na fábrica situada na Marechal Rondon.

Vale lembrar que a rescisão de contrato foi publicada no dia 13 de abril, após decreto do Prefeito de Botucatu Mário Pardini.  Lembrando que o anúncio da rescisão ocorreu no dia 21 de dezembro de 2016, ainda no governo João Cury, mas ficou para a atual administração iniciar os trâmites jurídicos para dar sequência no ato.

A licitação havia sido anunciada em agosto desse ano. Neste novo processo licitatório, apenas uma empresa iria operar em Botucatu e não mais duas, divididas por lotes, como ocorre desde 2011. Por determinação do Tribunal de Contas, o processo teve que ser retirado pela Prefeitura.

Relembre o caso

Stadtbus é uma das partes envolvidas (Arquivo Acontece Botucatu)

O assunto se arrasta desde dezembro de 2016, quando o então Prefeito João Cury anunciou o rompimento do contrato com as empresas que operam na cidade, Reta Rápido Transportes (ex-São Dimas) e Stadtbus. Faltavam menos de 10 dias para a posse do novo Prefeito.

Coincidentemente, os casos de roda caída durante o trajeto, veículos perdendo o freio em subidas íngremes e até mesmo incêndio, não tiveram mais sequência após a publicação do decreto do prefeito Mário Pardini, rescindindo o contrato de concessão.

Tais fatos colocaram na oportunidade a integridade dos passageiros em risco, restando hoje quebras rotineiras, superlotação ou atrasos de linha. Após a rescisão, Stadtbus, Reta Transportes e Prefeitura discutiram em juízo a questão.

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