Rastro de destruição tem efeito até hoje em alguns locais de Botucatu
Há exatamente três anos Botucatu sofria um dos piores momentos em sua história. Uma forte chuva que começou na noite de domingo (09/02) e se estendeu durante a madrugada de segunda (10/12) devastou a cidade em um fenômeno jamais visto, deixando para trás um rastro de destruição e dor.
Segundo estimativas, apenas durante a madrugada do dia 10 de fevereiro de 2020, choveu aproximadamente 220 milímetros, que com o restante da chuva do dia todo completaram 300 milímetros em 24 horas.
A violenta ação da natureza tirou a vida de 4 pessoas, sendo um caminhoneiro na Marechal Rondon, em uma cratera que se abriu na pista, e outras três da mesma família na Rodovia Alcides Soares, que foram arrastadas pelo Rio Capivarinha, que transbordou sobre a pista. A cratera na Rondon ainda ceifou a vida de mais duas pessoas nos dias seguintes.
Dezenas de Pontes foram arrastadas na área urbana e área rural, famílias ficaram ilhadas, casas destruídas e muitas pessoas perderam literalmente tudo. Por dias o Ginásio Municipal foi a casa daqueles que não tinham mais nada depois da tempestade.
Os dados meteorológicos apontavam antes para uma chuva intensa, mas muito menor do que ocorreu de fato. Não há registro de algo maior na história de Botucatu para apenas um dia.
Apesar da dor e das feridas abertas naquela segunda-feira, um enorme sentimento de solidariedade tomou conta da população, com arrecadação de alimentos, roupas, água, itens básicos de higiene, entre outros. O Ginásio Municipal foi tomado por doações.
Acostumados a aventuras, jipeiros e trilheiros de Botucatu destinaram seus dias e suas noites para levar mantimentos em lugares inacessíveis na zona rural, em um papel marcante de amor ao próximo, nessa triste passagem de nossa cidade.
Alguns locais demoraram mais de um ano até que fossem reconstruídos. Ligação importante entre a zona leste e o centro, a ponte da Rafael Sampaio, a mais complexa, foi refeita apenas no meio de 2021, por exemplo. Aliás, nesse local, funcionários da Sabesp passaram horas incansáveis, ainda durante as primeiras horas após o incidente, para recuperar a ligação de água que abastece aproximadamente 60 mil pessoas de Botucatu.
A ponte do Lageado é outra ligação que ainda não foi totalmente refeita e apenas agora está prestes a ser liberada. A chamada área histórica ainda continua fechada após as chuvas.
Após três anos, com muita coisa recuperada e outras por fazer, o Acontece Botucatu traz um especial sobre esse duro momento, mas que mostrou a força do município em se recuperar de uma tragédia dessa monta.