![Grandes felinos voltam a ser registrados na Fazenda Edgárdia após incêndio devastador](https://acontecebotucatu.com.br/wp-content/themes/ciatheme-botucatu/assets/img/calendar.png)
Um estudo de monitoramento tem revelado dados animadores sobre a presença de grandes felinos em Botucatu; veja o vídeo
A vida selvagem está retomando seu espaço na região da Fazenda Experimental Edgárdia, da UNESP de Botucatu, após o grande incêndio que atingiu a área no segundo semestre de 2024. Um estudo de monitoramento conduzido pelo engenheiro florestal e pesquisador Gabriel Felipe Gumiero, mestrando no Laboratório de Conservação da Natureza (LCN), tem revelado dados animadores sobre a presença de grandes felinos na região.
Utilizando armadilhas fotográficas estrategicamente instaladas, Gumiero conseguiu registrar quatro das cinco espécies de felinos esperadas para o interior do estado: a onça-parda (Puma concolor), a jaguatirica (Leopardus pardalis), o gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus) e o raro gato-maracajá (Leopardus wiedii), classificado como espécie em perigo de extinção no estado de São Paulo (veja as imagens no vídeo acima).
A única espécie que ainda não foi capturada pelas câmeras, mas que já teve ocorrência registrada na fazenda, é o gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi).
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O incêndio que devastou parte da floresta no ano passado também afetou a dinâmica de movimentação da fauna local. Gumiero observou que, após o fogo, a onça-parda passou a frequentar áreas mais distantes da Cuesta. No entanto, com a chegada do verão e a regeneração da vegetação, a presença de herbívoros como cervos e catetos voltou a crescer, atraindo novamente os grandes predadores para suas áreas habituais.
Diante da necessidade de monitoramento contínuo e da conservação desses animais, Gabriel Felipe Gumiero lançou, em 2025, o projeto “Felinos da Cuesta”. A iniciativa busca ampliar o levantamento e a proteção desses animais ao longo da Cuesta Paulista, abordando também as ameaças que impactam a vida selvagem, como desmatamento, poluição e a falta de conscientização ambiental.
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“A pesquisa é um elemento crucial para a conservação, mas não é capaz, sozinha, de transformar todo o cenário de destruição e descaso com a natureza. O monitoramento contínuo é fundamental para a obtenção de dados que possibilitem a boa convivência entre humanos e vida silvestre, o que não apenas é possível, mas necessário”, destaca Gumiero.
A Fazenda Experimental Edgárdia continua sendo um importante refúgio de biodiversidade em Botucatu e região. Os resultados preliminares da pesquisa reforçam a importância da conservação ambiental e do engajamento público na proteção das espécies que ali habitam. O projeto “Felinos da Cuesta” surge como um passo essencial para garantir que esses animais continuem a povoar a rica paisagem natural da região.
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