Embora uma Assembléia ocorrida na sexta-feira da semana passada (foto) tenha definido, por maioria de votos, que os funcionários do Fórum de Botucatu só iriam aderir a greve, após os deputados estaduais Legislativa de São Paulo votarem o Projeto de Lei Complementar nº 43, de 2005, que institui o Plano de Cargos e Carreiras dos servidores, parte dos servidores resolveu se antecipar e aderir ao movimento. Outra Assembléia está prevista para acontecer na próxima sexta-feira.
Os servidores (100%) do 2º Cartório Cível decidiram paralisar os trabalhos e não estão atendendo o público. O 3º Cartório Cível está com 70% dos servidores parados, assim como o Cartório de Anexo Fiscal. Somente 30% dos funcionários estão prestando atendimento emergencial, em sistema de revezamento.
Nas próximas horas outros departamentos forenses poderão seguir o exemplo. Também em outras cidades da região, como Conchas, São Manuel e Itatinga, que até então não haviam aderido ao movimento, estão com atendimento parcial.
Essa movimentação grevista dos servidores do judiciário foi deflagrada na quarta-feira da semana passada em São Paulo, durante uma Assembléia Geral realizada na Praça Praça João Mendes, com representantes de todo Estado de São Paulo. Por aclamação, foi oficializada a greve da categoria.
O presidente da Associação da Família Forense de Botucatu, Carlos Eduardo Deléo, o Cacá, diretor do 3º Cartório Cível da Comarca, lembra que os servidores cobram do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, uma reposição salarial de 20,86% referente ? s perdas salariais dos últimos dois anos.
Pleiteamos somente nossas perdas salariais de dois anos consecutivos sem aumento. Essas perdas ultrapassam a casa dos 20%. Por isso os funcionários forenses do Estado optaram por entrar em greve, salientou Deléo.
Nosso objetivo, prossegue o presidente da Família Forense, é explicar aos servidores os motivos da paralisação e que a greve foi a única maneira que a categoria encontrou para sensibilizar o TJ. Mas é bom deixar claro que a Família Forense não está vinculada ao movimento. Vamos aguardar os acontecimentos e ver como ficará a situação. Nos movimentos anteriores a adesão foi de, aproximadamente 60% dos servidores, comentou Deléo.
{n}Razões da greve:{/n}
* Defasagem salarial beirando ¼ do salário;
* Perda do poder aquisitivo frente ? inflação;
* Condições de trabalho pioram a cada dia;
* Falta de funcionários já ultrapassa 15.000;
* Número de processos aumenta assustadoramente;
* Auxiliares fazem o serviço de Escreventes sem ganho salarial;
* Escreventes despacham pelos Juízes;
* Servidores sem receber indenização de férias etc.;
* Juízes recebendo indenização de férias no mês seguinte;
* Entre os Juízes e os Servidores, dois pesos e duas medidas.
* Presidente do TJ indiferente a tudo isso.
Foto: Fernando Ribeiro
Compartilhe esta notícia