Foto: Valéria Cuter
O Canil Municipal de Botucatu, que fica na Avenida Itália, está com vários animais (cachorros e gatos) prontos para doação. Abandonados por seus proprietários podem sofrer o ataque de outros animais, contraírem doenças, serem atropelados ou invadirem outras propriedades, causando incômodo ou acidentes. O canil recolhe animais doentes, atropelados, que ofereçam risco a população e que não tenham seus proprietários identificados. Após assistência médico veterinária, os animais são colocados à adoção.
De acordo com a média veterinária Selene Babboni, para o processo de adoção é preciso preencher uma ficha cadastral e a pessoa interessada pode comparecer ao canil para conhecer o animal e escolher aquele que mais lhe agradar, sem nenhum custo adicional.
“É importante que a pessoa que adota um animal entenda que ele, assim como qualquer ser humano tem sentimentos. Não é como um carro. Por isso a pessoa que adotar um animal deve tratá-lo com carinho, respeito e lhe dar atenção. O animal só sai do canil castrado, salvo se for filhote e é marcada uma data para seu retorno para que o processo cirúrgico seja feito. É um procedimento rápido e de fácil recuperação. Somente este ano 1.007 animais passaram pelo processo de castração”, disse a médica.
O Canil Municipal também desenvolve parceria de estudo, capacitação e assistência médica com a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp e com a Associação Protetora dos Animais (APA), realizando trabalhos educativos que estimula a posse responsável de animais por seus proprietários, visando uma convivência saudável entre pessoas e animais.
A APA foi criada, oficialmente, em 23 de junho de 2003, em Botucatu e, declarada de Utilidade Pública em 2004, mantida por voluntários. “Mesmo com pouca estrutura e recursos financeiros os voluntários da APA realizam um trabalho que merece os maiores elogios com o objetivo de estreitar as relações de convivência entre os seres humanos e animais”, elogia a veterinária.
Um dos principais objetivos do canil e da APA é incentivar a castração de animais domésticos (cães e gatos), evitando crias indesejadas. Diferentemente do canil, a APA não possui abrigo institucional, mas cuida de animais abandonados e muitos deles são levados para a feira de doação que é realizada nas manhãs de sábado na Praça Comendador Emílio Peduti – Bosque.
“O trabalho de castração não pode ser interrompido, pois é a única forma que temos de diminuir a população de animais indesejados que fatalmente são abandonados, morrem ou exibem uma triste visão nas ruas de Botucatu”, enfatiza Babboni.
Lembra que o trabalho desenvolvido com animais é fundamentado pelo Decreto da Lei n° 24.645/34 e Lei Federal n° 9.605/98, que dispõem sobre a tutela de todos os animais pelo Estado e sobre as sanções penais e administrativas que são aplicadas a todo aquele que praticar atividade lesiva ao meio ambiente, incluindo maus tratos, abandono e crueldades contra animais. “Nosso propósito é que essa idéia seja compartilhada por outras pessoas que querem proteger e conservar a vida dos animais”, frisa a médica.
Vale lembrar que até o ano de 2008 o Canil Municipal de Botucatu aceitava doações de animais por qualquer motivo, sem que houvesse, no entanto, uma triagem prévia. Além da doação feita pelos donos, havia também o serviço de resgate pela Prefeitura, conhecida como “carrocinha”.
Devido ao grande número de animais que entrava no Canil ou se apresentava gravemente doente, a prática de eutanásia era frequente. Mas desde 2009, os trabalhos foram reformulados, e esta ação de indução da morte sem sofrimento do animal está em franca redução uma vez que ela só é aplicada nos casos em que outros recursos para minimizar o sofrimento animal foram esgotados.
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