Caio-Induscar lamenta ano difícil e diz que municípios devem priorizar o transporte para uma plena recuperação

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Caio-Induscar lamenta ano difícil e diz que municípios devem priorizar o transporte para uma plena recuperação 24 dezembro 2016

 

Caio Induscar: Ano difícil com 200 demissões e redução na jornada de trabalho

A Caio Induscar viveu em 2016 um dos piores momentos dos últimos 15 anos, desde a recuperação judicial em 2001, após ter decretada sua falência em dezembro de 2000, quando voltou a operar com força. A recente instabilidade financeira do país atingiu em cheio o ramo de transportes, especialmente o setor de ônibus.

Com os impactos sofridos pela crise política e econômica atual, a empresa teve uma diminuição de produção significativa, de 34 para 12 carrocerias/dia. Somente em 2016 foram 200 funcionários dispensados segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, responsável pelas rescisões.

“O ano de 2016 foi difícil para todo o país, em todos os segmentos, inclusive para o setor automotivo, e o nosso setor produtivo especificamente, o de fabricação de ônibus. As instabilidades política e econômica refletem diretamente no volume de compras por nossos clientes, que não têm tarifas condizentes com seus gastos administrativos e operacionais, além de queda de passageiros transportados, altos juros e dificuldades na obtenção de financiamentos, somados às incertezas sobre a volta da estabilidade em nosso país”, disse ao Acontece Botucatu Mauricio Lourenço da Cunha, diretor industrial da Caio Induscar.

Maurício Lourenço da Cunha: ‘É preciso que os novos prefeitos priorizarem o transporte’

Em dezembro os funcionários votaram pela renovação da jornada reduzida de trabalho, que começa em janeiro e termina em abril. A redução de jornada de trabalho e salário, é flexível, podendo chegar até 25% ao mês. O Grupo Caio Induscar arca com 40% da redução de salário. Por exemplo, se em um mês a redução for de 20% na jornada, o colaborador terá uma redução de salário de 12%, sendo o restante 8%, pago pela empresa, segundo informações da própria diretoria.

Fomento do Governo Temer

A situação delicada da empresa com a redução na jornada pode ser revista, caso o setor apresente sinais de recuperação. Recentemente o governo Michel Temes anunciou que irá disponibilizar uma linha de financiamento de R$ 3 bilhões aos empresários do setor rodoviário com recursos do FGTS.

A medida pretende renovar até 10% da frota de ônibus do sistema de transporte do país. A Caio vê com bons olhos, mas diz que o setor de transporte precisa ser priorizado pelos novos prefeitos que assumem em 01 de janeiro.

Foto: ND Online

“Nós, do grupo Caio Induscar, esperamos realmente que essas notícias se concretizem e o mercado de ônibus possa melhorar. Porém, para que isso aconteça, o Governo precisa ter caixa para liberação do montante divulgado e os novos prefeitos priorizarem o transporte. Também há toda uma burocracia que leva meses para ser resolvida”, disse Maurício Lourenço da Cunha.

Além disso, o Grupo Caio-Induscar diz que para se renovar a frota e aumentar a demanda por novos pedidos, é preciso o reequilíbrio das empresas de ônibus nos municípios. “Além de financiamentos, é necessário também o acerto de tarifas em várias cidades brasileiras, para que os operadores possam ter empresas saudáveis, com poder de compra e condições de pagar os financiamentos”, finaliza Cunha.

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