O prefeito de Botucatu João Cury Neto voltou otimista da audiência com o secretário de estado de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia, ocorrida nesta segunda-feira (7), em São Paulo. Em pauta, a instalação de uma unidade do programa Bom Prato, em Botucatu, rede de restaurante popular que oferece refeições de ótima qualidade ao custo de apenas R$ 1,00.
Desde 2011, Cury tem mobilizado lideranças políticas locais e da região para angariar apoio ao pleito. A proposta apresentada e que está sendo analisada pelo Estado é de colocar em funcionamento uma unidade do Bom Prato no distrito de Rubião Júnior, para atender preferencialmente o grande público que é atendido pelo Hospital das Clínicas.
Cidadãos de mais de 40 municípios se utilizam do HC, muitas vezes sem dinheiro para comer. É uma triste realidade. As pessoas saem de suas cidades as três, quatro horas da manhã, vêm para Botucatu e ? s vezes passam com um refrigerante, uma cozinha ou apenas um salgadinho, porque não tem dinheiro para se alimentar adequadamente. O Bom Prato cairia como uma luva. Apresentamos esse pleito para que o secretário pudesse entender as características da demanda e nos atender colocando em Rubião Júnior um equipamento dessa natureza e dessa grandeza, informa o prefeito de Botucatu.
Após uma visita técnica ? Botucatu, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social atestou que o município atende os critérios sociais e econômicos exigidos pela coordenadoria do Bom Prato. A proposta apresentada pelo prefeito deverá ser transformada em uma nova modalidade do programa: o Bom Prato Saúde.?
Trata-se de um novo modelo que o Governo do Estado está lançando em apoio aos hospitais universitários. Botucatu e Votuporanga seriam as primeiras unidades. O secretário Rodrigo Garcia tem trabalhado no sentido de contemplar Botucatu com essa ação inovadora, declara Cury.
Durante a audiência com Garcia, o prefeito informou que existem prédios onde no passado já funcionaram alguns restaurantes que poderiam se utilizados. Citou a antiga Chácara Restaurante, cujo imóvel hoje pertence a Famesp para uma parceria enaltecendo o presidente Pasqual Barretti.
É um homem de grande sensibilidade e responsabilidade social. A Famesp ajuda, através da Casa de Apoio, muitas pessoas que vem se tratar aqui em Botucatu e precisam de um atendimento mais humanizado. Não é diferente em relação a alimentação desses pacientes. Vamos tentar avançar nessa parceria com a Famesp porque fica mais fácil de ser equacionada, já que a área está pronta e lá já funcionou um restaurante. Mas se não for possível, vamos em busca de outro local. Não vamos medir esforços para oferecer alimentação de qualidade para essa grande população que se serve de Botucatu vinda do cone sul do estado de São Paulo, declara.??
?
{n}Bom Prato{/n}
Em 19 de janeiro de 2011, por meio do decreto nº 56.674 assinado pelo governador Geraldo Alckmin, o programa Bom Prato passou a ser gerido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, deixando a Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Desde sua implantação, em dezembro de 2000 até dezembro de 2012, já foram servidas mais de 100 milhões de refeições para a população em situação de vulnerabilidade social. Para isto, o Governo do Estado já investiu R$ 221 milhões.
O almoço é servido a partir das 11horas até o término da cota de cada unidade, que varia de 1.200 a 2.000 refeições por dia, conforme a demanda averiguada pela equipe técnica na região. São refeições completas, de alto teor calórico (1.200 calorias), compostas de arroz, feijão, carne, legumes, salada, farinha de mandioca, pão, fruta da época e suco, ao custo de apenas R$ 1,00. O Governo do Estado subsidia R$ 3,00 do custo total da refeição (R$ 4,00) e o usuário complementa com o valor de R$ 1,00. Crianças com menos de seis anos não pagam.
Já o café da manhã é uma novidade desde 2011. As refeições matinais têm cerca de 400 calorias, compostas de leite e achocolatado, café, pão com manteiga, requeijão ou frios e uma fruta da estação, ao preço de R$ 0,50. Em geral, são servidos 300 cafés diariamente em cada unidade, a partir das 7 horas. Cada restaurante tem um gerente e um nutricionista de plantão e gera de 15 a 20 empregos.
Para seu funcionamento, o Bom Prato depende de convênio firmado entre a Secretaria e uma entidade da sociedade civil, sem fins lucrativos. As prefeituras também podem participar. O Estado fornece infraestrutura para a instalação do restaurante e pagamento de subsídio para o custeio da refeição. A entidade parceira é responsável pelo gerenciamento do restaurante, fornecimento das refeições e por toda a assistência junto aos usuários. Nos casos de parceria entre Estado e município, a prefeitura local entra com subsídio de R$ 1,00 por refeição.
Compartilhe esta notícia