
A central conta com uma ambulância de suporte básico e outra de suporte avançado; outra ambulância fica na unidade de saúde da Cohab 4

Criado em julho de 2011, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) de Botucatu se tornou essencial para o atendimento de emergências no município. No entanto, 14 anos depois, sua estrutura permanece praticamente a mesma, enquanto a população saltou de 130 mil para 150 mil habitantes, e a cidade expandiu seus bairros e áreas urbanas.
Atualmente, o SAMU de Botucatu conta com uma Central de Regulação das Urgências (CRU), uma Unidade de Suporte Avançado (USA) e uma Unidade de Suporte Básico (USB). O Ministério da Saúde repassa mensalmente R$ 159.568,50 ao Fundo Municipal de Saúde para a manutenção desse serviço.
Apesar desse investimento, especialistas e funcionários da área da saúde apontam que a ampliação do serviço não acompanhou o crescimento da demanda.
Expansão tímida e desafios
Em 2020, a Prefeitura anunciou a criação de uma terceira equipe de atendimento e a abertura de uma segunda base operacional na Unidade Básica de Saúde da Cohab 4. O objetivo foi descentralizar o atendimento e reduzir o tempo de resposta às ocorrências na região Leste, que concentra grande parte das chamadas de emergência. Essa equipe adicional, formada por um condutor e um técnico de enfermagem, veio para somar às já existentes no município.
Apesar desses avanços, a estrutura do SAMU segue limitada para atender um município que cresceu em território e população. Profissionais da saúde alertam para a necessidade de novas ambulâncias, ampliação do quadro de funcionários e atualização dos recursos disponíveis, a fim de evitar sobrecarga no serviço e reduzir o tempo de resposta em emergências.
Para se ter ideia, Bauru tem aproximadamente 200 funcionários no SAMU da cidade, e por plantão, são 13 ambulâncias disponíveis.
O que dizem Ministério da Saúde e Prefeitura de Botucatu
O Acontece Botucatu entrou em contato com a Prefeitura de Botucatu na última quarta-feira (12) através de sua Secretaria de Comunicação. Questionamos se a administração entende que essa estrutura é suficiente para 150 mil habitantes e se há perspectiva ou projeto de aumento do serviço. Até a publicação desta reportagem não houve resposta.
O Acontece Botucatu questionou também o Ministério da Saúde se há um número mínimo de viatura por habitante.
Informamos que não existe determinação de número mínimo de ambulâncias SAMU 192 por porte populacional. Conforme Portaria de consolidação nº 03/2017/GM/MS, o planejamento regional é pré-requisito para implantação do SAMU 192 e deve considerar, prioritariamente, o parâmetro de tempo-resposta, ou seja, o tempo adequado tecnicamente transcorrido entre a ocorrência do evento de urgência e emergência e a intervenção necessária, disse o Ministério em nota.
Impacto no atendimento
A insuficiência de equipes do SAMU pode resultar em atrasos no socorro a vítimas de acidentes, emergências médicas e outras ocorrências graves. Com a expansão urbana, bairros mais afastados podem enfrentar dificuldades para receber assistência rápida, aumentando os riscos para a população.
Diante desse cenário, a ampliação do serviço se torna uma demanda urgente. Especialistas ouvidos pelo Acontece Botucatu defendem que a Prefeitura e o Ministério da Saúde discutam novas estratégias de financiamento e ampliação da equipe, garantindo que a estrutura do SAMU acompanhe o crescimento da cidade e continue a prestar um atendimento eficiente à população.
O que é o SAMU 192 e como funciona?
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) é um programa do Governo Federal, vinculado ao Ministério da Saúde, que presta atendimento pré-hospitalar de urgência e emergência. Seu objetivo é socorrer pacientes em situações críticas, como acidentes de trânsito, infartos, AVCs, traumas graves e outros casos que exijam atendimento imediato.
O serviço funciona 24 horas por dia e pode ser acionado pelo telefone 192, onde profissionais capacitados fazem a triagem das chamadas e direcionam as equipes de atendimento conforme a gravidade da ocorrência.
O atendimento do SAMU é dividido em dois tipos de unidades:
- Unidade de Suporte Básico (USB): composta por um técnico de enfermagem e um condutor socorrista, responsável pelo primeiro atendimento e transporte de pacientes estáveis.
- Unidade de Suporte Avançado (USA): conhecida como UTI móvel, conta com um médico, um enfermeiro e um condutor socorrista, sendo destinada a casos mais graves.
Além do atendimento em campo, o SAMU orienta a população em situações de emergência, ajudando a evitar complicações antes da chegada da equipe. A rapidez e a qualidade desse serviço são fundamentais para salvar vidas e reduzir sequelas em pacientes atendidos.
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