Após início de campanha, Prefeitura diz que irá comprar cadeira de rodas para garoto com hidrocefalia

Cidade
Após início de campanha, Prefeitura diz que irá comprar cadeira de rodas para garoto com hidrocefalia 14 setembro 2016

 

alexy-cadeira-rodas-8Após a repercussão nas redes sociais sobre a campanha que seria iniciada para arrecadar fundos ao menino Alexy de Santi Oliveira, no sentido de adquirir uma cadeira de rodas especial para a criança que é vítima de hidrocefalia, a Prefeitura Municipal tomou conhecimento do caso e disse que irá adquirir o equipamento.

Paulo Malagutte, Secretário Municipal de Políticas de Inclusão, conversou com o Acontece Botucatu e explicou que a Administração Municipal tem um Fundo específico para a aquisição desses equipamentos. O Fundo Municipal da Pessoa com Deficiência é administrado pela Secretaria com o Conselho Municipal da Pessoa com deficiência.

malagutte-1“Eu tomei conhecimento do caso após a divulgação na imprensa. Existe um Fundo especial para esses casos. O estado tem o dever de arcar com equipamentos de alto custo, mas entendendo que uma ação mais ágil deve ser feita em casos de urgência, como parece ser o do Alexy, a Prefeitura Municipal criou o Fundo Municipal para a Pessoa com Deficiência, justamente para arcar com esses custos. Oficialmente estou falando com vocês e digo que vamos entrar em contato com a família e providenciar toda a documentação para a aquisição dessa cadeira de rodas o mais rápido possível”, disse ao Acontece Botucatu Paulo Malagute.

O Secretário aproveitou para elogiar a população de uma forma geral pela solidariedade demonstrada com o caso. “Parabenizo o Acontece Botucatu pela iniciativa de ir conhecer pessoalmente a família e o problema para iniciar esta campanha. Acompanhei a repercussão da matéria e fiquei comovido com a solidariedade da população”, disse Malagute.

A campanha ficou poucos minutos no ar e para ter mais credibilidade, contou com a colaboração da Associação Mão Amiga do Rotary Club, que há muitos anos ajuda a sociedade na aquisição de equipamentos ortopédicos. A Mão Amiga iria receber os recursos para comprar o equipamento.

“O Projeto Mão Amiga já trabalha no fornecimento de equipamentos ortopédicos há muitos anos e muitos trabalhos são desenvolvidos e geridos para este fim. O Rotary estará sempre de portas abertas para causas nobres como essa”, disse Lucas Machado, presidente do Rotary Club Botucatu Norte.

Com o que foi arrecadado em poucos minutos de campanha, antes da Prefeitura Municipal se posicionar sobre o caso, serão adquiridos remédios ou fraldas para Alexy, caso o doador concorde com o procedimento.

Relembre o caso 

Alexy de Santi Oliveira tem 8 anos, é brincalhão, sorridente, amoroso com a mãe e com os irmãos, ou seja, teria tudo para levar uma vida normal, mas não é bem assim. O garoto, morador da Vila Nova Botucatu, tem hidrocefalia, doença caracterizada pela dilatação da cabeça e acumulo de água.

alexy-cadeira-rodas-9A doença compromete a visão, impõe dificuldades cognitivas, perda de coordenação motora e incontinência. Alexy requer cuidados especiais e equipamentos que possam lhe proporcionar uma vida melhor.

Com uma cadeira de rodas emprestada pela escola especial Nair Peres Sartori, instituição que ele frequenta, apresenta limitações e desconforto, pois precisa de um equipamento com mais recursos. Mas como o Brasil ainda é um país falho em respeitar os cidadãos e suas necessidades, a família de Alexy encontra uma grande dificuldade, o valor de uma nova cadeira de rodas é muito alto.

A mãe, Priscila de Santi, luta como pode para sustentar a casa com três filhos e a mãe dela, com idade avançada, e um equipamento de aproximadamente R$ 3 mil está muito longe do orçamento familiar.

alexy-cadeira-rodas“Eu me apoio no benefício dele para comprar o que ele precisa. Não tenho emprego, faço diversos bicos por aí, como passar roupa, faxina e como manicure, mas não consigo juntar esse dinheiro, pois ainda tenho mais dois filhos para criar e minha mãe que também requer cuidados. Sou sozinha, separada e a vida é sempre difícil” disse a mãe de Alexy, Priscila de Santi, em entrevista ao Acontece Botucatu.

A cadeira que o pequeno Alexy necessita tem todos os requisitos para suportar seu estado físico, como posição e mobilidade. O equipamento adaptado que reúne as condições necessárias para a criança seria entregue a família pelo setor de reabilitação do Hospital das Clínicas, mas sem verba a compra sempre é adiada.

“Ele precisa de uma cadeira que fique mais inclinada, para que ele possa tocar a cadeira sozinho, pois ele consegue se virar. Essa cadeira está emprestada pela diretora da escola até que a gente consiga adquirir a necessária. Mas ele escorrega, fica até perigoso. Um dia, em uma fração de segundos, eu me virei para pegar a comida dele e ele quase caiu”, contou Priscila.

Por conta da doença, o corpo de Alexy tem muitas limitações. Sem musculatura, o cansaço do pequeno lutador é evidente em poucos minutos diante de sua presença. Em Botucatu, além da escola, ele faz fisioterapia, fono e equoterapia na APAPE.

A doença

A hidrocefalia é uma doença neurológica perigosa e conhecida por “água no cérebro”, assim chamada devido ao acúmulo excessivo do líquido cefalorraquidiano (que funciona como proteção do cérebro e da medula espinhal). Explicando de uma forma mais simples, podemos dizer que o excesso de fluído contribui para a dilatação do crânio, gerando pressão enorme, em que a cabeça pode ficar com tamanho muito maior do que o normal.

alexy-cadeira-rodas-3Esse inchaço na cabeça pode resultar sérios problemas às crianças porque compromete o funcionamento adequado do cérebro e, consequentemente, do corpo. É possível que a criança afetada tenha dificuldade em tudo que o cérebro comanda: aprendizagem, raciocínio, fala, memória, noção de tempo, entre outros.

Não existem medicamentos capazes de acabar com a hidrocefalia. Podem ser feitas drenagens, em que o líquido é extraído. Esses são tratamentos temporários, mas que não vão erradicar a doença.

 

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