Zootecnia estuda pastagem orgânica para animais

Turismo
Zootecnia  estuda pastagem orgânica para animais 12 novembro 2013

Entre os dias 18 e 22 de novembro de 2013, pela primeira vez, será oferecida a disciplina “Sistemas Orgânicos de Produção Animal”, aos alunos de pós-graduação em Zootecnia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp, câmpus de Botucatu.

Ministrada pelo professor Edson Ramos de Siqueira, do Departamento de Produção Animal, a disciplina enfoca os conceitos fundamentais para implantação desse sistema de produção. Dentre os temas abordados estão: diferenças entre alimentos orgânicos e não orgânicos; manejo do solo; nutrição de vegetais essenciais ? produção animal; formação e manejo de pastagens orgânicas; princípios da homeopatia; manejo sanitário dos animais e conceitos de bem-estar animal. A disciplina também mostrará a situação e perspectivas da produção de orgânicos no Brasil e no mundo, bem como as normas para certificação de alimentos.

O sistema de produção que respeita o ambiente e valoriza a saúde do consumidor tem feito inegável sucesso entre os consumidores, o que motivou a criação da disciplina. “É visível o crescimento desse segmento. Podemos constatá-lo nas prateleiras dos supermercados”, afirma o professor Siqueira.

Recentemente, o Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD) divulgou que o setor de produção de orgânicos espera movimentar dois bilhões de reais em 2014. Ainda segundo o IPD, o mercado para esse tipo de produto cresce 25% ao ano. Por sua vez, a Associação Brasileira de Supermercados afirma que nos dois últimos anos a venda de orgânicos triplicou. Por fim, a Embrapa divulgou que a área ocupada por produção orgânica no campo cresce a 30% ao ano. “Mas o conceito ainda é pouco conhecido, não apenas do público, mas mesmo dentro da academia”, analisa a professor. “Essa busca por alimentos de melhor qualidade não tem volta e nossos alunos não podem ficar para trás. São mercados que se abrem para que eles possam trabalhar”.

Em 2013, uma disciplina optativa com o mesmo assunto foi oferecida pelo segundo ano consecutivo no curso de graduação em Zootecnia e, segundo o professor Edson Siqueira, gerou bastante interesse. “Os alunos se sensibilizam sobre o tema e avaliaram positivamente a disciplina. Seria interessante que futuramente esse conteúdo fosse oferecido também para o curso de Medicina Veterinária porque as duas profissões são importantes para o setor produtivo. A visão da produção orgânica vem de organismo, ou seja, busca a integração de todos os componentes do sistema produtivo”.

{n}Conceito{/n}

O alimento orgânico não é apenas aquele livre de resíduos químicos. O conceito vai além da definição mais conhecida pelo senso comum. Normatizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as técnicas produtivas estabelecem o não uso de adubos sintéticos ou agrotóxicos na pastagem. Também é vedada a utilização de hormônios ou dos medicamentos usuais na produção convencional. Na dieta dos animais, 85% dos alimentos precisam ser orgânicos. No restante da alimentação é proibido o uso de produtos transgênicos.

Além da qualidade do alimento, a produção orgânica tem especial cuidado com questões ambientais e sociais. “As pessoas que trabalham no sistema também precisam estar saudáveis e ter condições dignas de trabalho”, afirma o professor, que também ressalta que cerca de 70% da produção orgânica é proveniente de pequenos produtores, garantindo a renda que possibilita o sustento das famílias residentes no campo. No final do processo, o resultado esperado é a produção de alimentos livres de elementos com potencial de dano para a saúde humana.

Entusiasta dos estudos sobre os sistemas orgânicos de produção, o professor Edson critica o que ele chama de “resistência ao novo”, que identifica em setores da sociedade e na própria academia. “Nós que trabalhamos com produção de alimentos precisamos assumir as responsabilidades. A academia tem que mostrar o lado convencional e, nesse caso, o lado orgânico para que os futuros profissionais possam escolher seus caminhos. É necessário que mais colegas se engajem nesse sistema se quisermos mudar a realidade e ter alimentos mais saudáveis ? disposição de todos. Se a universidade não estiver ? frente para liderar as transformações, quem o fará”?

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