Cidade vive proliferação de caramujos africanos

Saúde
Cidade vive proliferação de caramujos africanos 12 janeiro 2016

Moluscos estão espalhados por todos os lugares invadindo ruas e quintais principalmente  próximos aos ribeirões Tanquinho e Lavapés, que cortam a  cidade em dois pontos distintos

 

Após as chuvas que assustaram a população nos últimos dias deixando um  rastro de destruíção, a população de Botucatu está convivendo com outro problema bastante grave:  proliferação do caramujos africanos, que estão espalhados por todos os lugares invadindo ruas, quintais e terrenos sujos, principalmente  próximos aos ribeirões Tanquinho e Lavapés, que cortam a  cidade em dois pontos distintos.

Nesse período a reprodução do caramujo gigante africano é acelerada, o que aumenta a preocupação da Vigilância Ambiental em Saúde (VAS), vinculada à Secretaria Municipal de Saúde, que procura alertar à população sobre os perigos que esse molusco pode causar à saúde, podendo levar até a morte.

A VAS evita o uso de produtos químicos (veneno) para o controle, pois podem matar também, caramujos nativos, além de outros animais e até poluir os rios.  Os (caramujos) capturados têm que ser incinerados. Qualquer dúvida a pessoa não deve manusear o molusco, mas sim entrar em contato como a Vigilância Ambiental na Rua Major Matheus, nº 07 – Vila dos Lavradores, ou pelos telefones 3813-5055 ou 150.

O molusco nativo do nordeste da África possui alta capacidade reprodutiva (coloca até 1600 ovos por ano) e apetite voraz, alimentando-se de frutas, verduras, hortaliças, papelão, plástico e até mesmo tinta de parede. Além disso, não possui predador natural, o que favoreceu sua rápida proliferação, sendo atualmente considerado uma praga urbana. Embora pareçam inofensivos trazem perigo eminente à saúde pública, podendo atingir 15 a 20 cm de altura, 10 a 12 cm de comprimento e pesar 200 gramas.

É um hospedeiro intermediário de dois vermes que podem causar distintas doenças. Uma é a angiostrongilíase abdominal, que provoca fortes dores abdominais, febre, perda do apetite e vômitos, podendo culminar com a perfuração do intestino, hemorragias e em alguns casos, levar à morte. A outra doença é a meningite eosinofílica, que ocorre quando o verme se aloja no sistema nervoso central do paciente, provocando a inflamação das meninges (membranas que recobrem o cérebro). Tem como sintomas dor de cabeça forte e constante, rigidez da nuca e distúrbios do sistema nervoso.

Os vermes podem ocorrer tanto no interior dos caramujos, quanto no muco que eles secretam para se locomover. Por isso a pessoa não deve pegar o caramujo sem proteger as mãos com luvas ou sacos plásticos; higienizar frutas, verduras e hortaliças antes de ingeri-las; não comer, não beber, não fumar e não levar a mão à boca durante o manuseio do caramujo e conservar quintais e terrenos limpos, pois os caramujos africanos gostam de ficar embaixo de folhas, de entulhos, em lugares úmidos ou sem incidência de luz solar.

A introdução do molusco aconteceu em 1996 quando alguns produtores goianos tentaram a formação de uma cooperativa para criação de escargot, no entanto, não obtiveram êxito. O insucesso comercial provocou desistência na criação e a soltura inadequada do molusco no meio ambiente, facilitando sua disseminação.

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