Presos tentam nova fuga da Cadeia de São Manuel

Região
Presos tentam nova fuga da Cadeia de São Manuel 03 novembro 2010

Em razão da superlotação os presos da Cadeia Pública de São Manuel, que fica em região central da cidade, tentaram mais uma tentativa de fuga na tarde desta terça-feira. Esta foi a segunda tentativa de fuga naquela cadeia em menos de uma semana. Na tarde desta terça-feira, 30 homens reclusos em uma das celas (X-1) foram impedidos pelos policiais de escapar por um buraco que estavam abrindo na laje do banheiro. O motivo da tentativa é a mesma: superlotação. A cadeia que tem capacidade para abrigar 40 detentos estava com 207 homens, distribuídos em seis celas.

A movimentação dos presos foi detectada pela carceragem que ouviram um barulho vindo da cela e acionaram o delegado José Mário Toniato. A cela foi evacuada e os presos remanejados, depois de abrir um buraco de, aproximadamente, 30 centímetros. A ferramenta usada foi um ferro retirado de uma panela.

Segundo averiguação do delegado responsável por aquele presídio, os presos já tinham aberto a segunda camada no concreto, que é uma proteção de metal e alcançaram a terceira camada, também feita de concreto. “Se nossa equipe não tivesse ouvido a movimentação dos presos eles, em menos de meia hora, poderiam concluir a abertura do buraco para a fuga, que seria feita ? noite”, previu Toniato, alertando que não está descartada a possibilidade de que os presos voltem a tentar a fuga, por problema de superlotação. Cada cela conta com, aproximadamente, 30 presos cada uma, num espaço de apenas 12 metros quadrados.

O agravante é que a Cadeia Pública de São Manuel recebe presos vindos de outras regiões e isso contribui decisivamente para a superlotação. Não bastasse isso, uma das celas é reservada para acolher menores infratores que aguardam vagas para serem transferidos para uma das unidades da Fundação Casa.

De acordo com o delegado seccional de polícia de Botucatu Antonio Soares da Costa Neto, a situação dos presos só será minimizada quando a região tiver um Centro de Detenção Provisória (CDP) para acomodar seus detentos. Em Botucatu a situação está mais tranquila em razão da cadeia estar interditada por determinação da juíza corregedora Adriana Toyano Fanton Furukawa e não pode acomodar mais do que 120 presos distribuídos em dez celas, ou seja, 12 detentos por cela, o que já é um número considerável, pois a cadeia foi feita para abrigar apenas seis detentos por cela.

“As nossas cadeias já não comportam a demanda de presos. A (cadeia) de Botucatu, como está parcialmente interditada está mantendo uma rotatividade de 120 presos. É um número razoável, mas não o ideal. Sempre defendi e continuo defendendo que somente com a instalação de um CDP poderemos desafogar nossas cadeias”, frisou o delegado seccional.

Ele lembra que o CDP construído pelo Estado é modelo e feito para alojar até 700 presos e isso é bem mais do que a demanda da região. “Acredito que somente com o CDP o problema da superlotação será sanado. Por isso é necessário que nossas autoridades constituídas venham a debater esse assunto, pois o CDP é necessário. Enquanto isso, os presos vão continuar buscando alternativas para tentar ganhar a liberdade e a polícia tem que estar atentar para impedir”, concluiu Soares Neto.

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