Situação do tráfico em Botucatu é muito preocupante

Polícia
Situação do tráfico em Botucatu é muito preocupante 24 janeiro 2012

A situação do tráfico de entorpecentes em Botucatu está aumentando, gradativamente, nos últimos anos e é uma das ocorrências policiais mais registradas seja pela Polícia Militar (PM), Polícia Civil e Guarda Civil Municipal (GCM).

De acordo com o delegado Paulo Buchignani, da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (DISE), nos dias atuais, a droga tomou uma proporção assustadora e devastadora na sociedade. Tornou-se preocupação latente em todo o planeta. Tanto é que, organizações mundiais têm divulgado, recentemente, estatísticas que indicam o grande aumento de consumidores de drogas no mundo e no Brasil.

Trazendo tudo isso para a realidade botucatuense, ele entende que a situação é alarmante e talvez até mais grave do que os números das estatísticas demonstram, quanto ao número de usuários de drogas. “Existem muitas pessoas que vivem do tráfico, hoje em Botucatu. Então, se isso é fato, imaginem quantos papelotes de droga são vendidos diariamente em nossa cidade”, frisa Buchignani. “Isso comprova o altíssimo número de dependentes químicos, o que tem sido uma realidade, no meu ponto de vista, as mais sombrias possíveis”, acrescenta.

Outro fator preocupante é que o número de adolescentes envolvidos com drogas é cada vez maior. Eles são “contratados” por traficantes para ficarem em pontos estratégicos nos bairros, conhecidos como “biqueiras” para comercializar entorpecentes e servir como olheiros avisando os traficantes sobre eventual chegada da polícia. “A polícia está sempre atenta para desbaratar esses pontos de drogas com a prisão dos envolvidos e nunca se prendeu tanto e vai continuar prendendo. Posso dizer que hoje 80% das prisões feitas em Botucatu estão relacionadas ao tráfico, mas a procura é maior do que a demanda e quando a gente prende um traficante, outro é colocado em seu lugar em um curto espaço de tempo”, diz o delegado.

Buchignani lembra que a nova Lei de Drogas, que entrou em vigor no final de 2006, considerou o crime de porte de entorpecente como “de menor potencial ofensivo”, praticamente, banalizou sua penalidade. No seu entendimento isso tem gerado sentimento de impunidade, que é perigosíssimo para a sociedade.

“É justamente essa enxurrada de usuários, diariamente, consumindo drogas, que alimenta e muito, o tráfico e que faz explodir a níveis insuportáveis a escalada da insegurança e da criminalidade, pois são esses usuários que furtam, roubam, extorquem, delapidam patrimônio alheio, tiram vidas em assaltos, tudo em desespero pelo dinheiro, que lhes sustentem na droga, que custa caro”, alerta o delegado da DISE.

Sobre as medidas tomadas pela presidenta Dilma Rousseff anunciando medidas de combate ao crack, cujo planejamento do programa teve a participação fundamental de um médico da Unesp de Botucatu, ele é taxativo. “Desejamos pleno sucesso em sua execução e que se consiga, ao menos, amenizar o sofrimento de tantas famílias, mas é necessário que os pais cuidem e orientem cada vez mais os filhos, pois a existência das drogas não vai mudar nunca. O que se torna cada vez mais necessário é ensinar a sociedade a conviver com ela, mantendo-se longe dela, com investimentos, também, no campo da educação e da prevenção”, enfatizou o delegado.

Finaliza Buchignani ressaltando que, “pelo menos aqui em Botucatu a polícia, seja ela civil, militar e forças aliadas como a Guarda Civil Municipal (GCM), tem feito o possível, para minimizar esse problema, com prisões de traficantes e apreensões de drogas, quase que, diariamente”.

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