Seccional faz balanço de primeiro ano no comando da Polícia Civil

Polícia
Seccional faz balanço de primeiro ano no comando da Polícia Civil 16 julho 2010

O delegado seccional de Polícia de Botucatu, Antônio Soares da Costa Neto, está comemorando um ano comando da Polícia Civil, completado no último dia 10 de julho. Em entrevista ao {n}Jornal Acontece{/n}, o seccional fez um balanço desse primeiro ano e o que pretende fazer para dar continuidade a este trabalho.

{n}Acontece – Como o senhor avalia esse primeiro ano de trabalho como chefe da Polícia Civil de Botucatu?

Antônio Soares – {/n}Vejo com a sensação do dever cumprido.

{n}Acontece – Quando o senhor assumiu, prometeu diminuir a criminalidade em 50%. O objetivo foi cumprido?

Antônio Soares – {/n}Perfeitamente! As ocorrências mais graves como roubo a residências e outros, diminuíram em 90%. Em julho do ano passado foram registrados 34 roubos e em julho deste ano, apenas cinco. Além disso, desses roubos nenhum deles ocorreu como ocorria antes, com invasão de vários elementos nas casas com violência contra moradores e que assustavam a cidade.

{n}Acontece: O que o senhor atribuiu ao sucesso do trabalho desenvolvido?

Antônio Soares – {/n} Atribuo ao trabalho árduo e diuturno que foi implantado desde que assumi o comando da Polícia Civil na cidade e região e, principalmente, a união que conseguimos com a Polícia Militar, Guarda Civil Municipal, o perfeito entrosamento com o Poder Judiciário, Ministério Público e as forças vivas da sociedade.

{n}Acontece – O que foi feito para que tivéssemos essa diminuição do crime na cidade e quais sãs maiores dificuldades que o senhor enfrentou para implantar seu ritmo de trabalho?

Antônio Soares – {/n}Não existiu nenhuma mágica. A sociedade conhece o trabalho que efetuo a 20 anos na cidade, tendo trabalhado em todos os Distritos Policiais, Ciretran e Delegacia Seccional como delegado assistente. O que houve foi muito trabalho mesmo e comprometimento dos policiais, tanto civis como militares com a Instituição, cada um dando um pouco mais de si. Quando assumi conhecia os problemas da cidade e as dificuldades que enfrentaria, pois encontrei a cidade com alto índice de criminalidade que assustava a população, o comércio em geral e até a própria polícia, que estava desmotivada. Tinha a certeza de que alguma coisa precisava ser feita para reverter essa situação. Passei a me reunir com os colegas delegados da polícia, com os policiais civis de todas as carreiras, procurando saber das dificuldades que enfrentavam no dia a dia.

{n}Acontece – O senhor chegou a fazer um remanejamento nos seus primeiros dias como seccional…

Antônio Soares – {/n} É verdade. Fiz um remanejamento entre os delegados, até porque precisava colocar um delegado na Ciretran que era ocupada por mim e remanejei alguns policiais dos distritos. Fiz também uma redistribuição de viaturas policiais, principalmente as descaracterizadas, distribuindo entre as unidades onde a criminalidade era maior e precisavam dos veículos para investigações. Hoje todas as unidades possuem viaturas necessárias para o trabalho, em número maior do que própria seccional. A vinda do Capitão Semensati (Comandante da 1ª Cia de Polícia Militar), naquele momento crítico, também foi muito importante, pois nos reuníamos diariamente e realizamos várias operações em conjunto. A integração foi perfeita entre a Polícia Civil e Militar e também a Guarda Municipal no trabalho operacional que culminou com a prisão de várias quadrilhas que agiam na cidade, assim como a prisão de vários elementos procurados pela Justiça que aqui estavam em liberdade praticando crimes e incrementamos o nosso trabalho de Inteligência.

{n}Acontece – E quantas pessoas foram presas nesse período?

Antônio Soares –{/n} Só para se ter uma idéia nestes primeiros 12 meses foram presas 960 pessoas, sendo que a média mensal é de 80 presos. Aumentamos, com isso, o índice de casos, levando para os tribunais aqueles que praticam crimes. Fizemos e continuamos fazendo uma campanha perante a população para que ela se conscientize de suas responsabilidades, cuidando do que é seu, ou seja, não deixar objetos dentro dos veículos, principalmente, quando eles estiverem abertos e ao viajar pedir para o vizinho dar uma olhada na casa, para não ficar aquele aspecto de abandono. Também as pessoas não devem acreditar em papai Noel caindo no golpe do bilhete premiado, nem sacar altas somas em dinheiro. Outra campanha que desencadeamos foi a de valorização do disk denúncia através do telefone 197, que funciona 24 horas e não tem custo nem identificação de chamadas e este tem sido um aliado no combate ? criminalidade, pois o cidadão também pode fazer a sua parte. Tivemos sim, dificuldade em implantar nosso ritmo de trabalho e vencer a ansiedade e a expectativa que toda mudança traz. Mas, aos poucos, nossa mensagem foi sendo entendida e com mudanças efetuadas as dotações de recursos as unidade policiais, conseguimos motivar os policiais que aqui atuam e o resultado foi este.

{n}Acontece – Então, com essa média de detentos citada pelo senhor, posso dizer que o trabalho policial contribui para a superlotação das cadeias?

Antônio Soares – {/n}Claro! A polícia tem que prender. O problema é que a polícia tem prendido muito e as nossas cadeias não suportam a demanda de presos. Mas isso não acontece só em nossa região. A superlotação é comum nos presídios. Para atenuar o excesso de presos em nossa região venho defendendo há muito tempo a implantação de um Centro de Detenção Provisório (CDP). O modelo do Estado é muito bom e pode abrigar até 700 detentos. Claro que isso desafogaria nossas cadeias. Por isso defendo que esse assunto não pode ficar parado e tem que ser discutido por nossas autoridades constituídas.

{n}Acontece – Hoje a maioria dos presos da cadeia são pessoas envolvidas com o tráfico de entorpecentes. O que prova que o trabalho continua sendo desenvolvido mesmo depois daquele episódio em que marginais explodiram a sede da DISE (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes), que funcionava na Rua Rodrigo do Lago…

Antônio Soares – {/n}Esse episódio da DISE nos causou muita tristeza embora, na época, não fosse delegado seccional. O fato foi lamentável e triste para toda Polícia Civil paulista, mas os autores foram identificados e presos. Hoje temos o cuidado para não deixar nenhuma quantidade de droga aprendida na delegacia e toda apreensão é guardada em cofres, em outros locais. A equipe da DISE, a exemplo de outras unidades policiais está fazendo um grande trabalho de combate ao tráfico na cidade, com dezenas de apreensões em grande quantidade, o que é muito importante retirando da sociedade criminosos que teimam atuar nesta modalidade criminosa. Para eles só existe dois caminhos: cadeia ou cemitério.

{n}Acontece – O senhor está satisfeito com o trabalho ou entende que precisa fazer mais alguma coisa?

Antônio Soares – {/n}Estou contente, mas não podemos abaixar a guarda. Nosso trabalho é transparente e atuamos conforme são registradas as ocorrências medindo o índice de criminalidade dia a dia e as estatísticas provam que hoje a cidade vive uma tranquilidade maior. Pretendemos melhorar ainda mais com o apoio de todos os policiais civis, militares e guardas civis.

{n}Acontece – Doutor Antônio, obrigado por esta entrevista e lhe deixo ? vontade para sua explanação final…

Antônio Soares – {/n}Quero agradecer o trabalho da imprensa que de maneira transparente faz o seu trabalho que cobra e divulga o trabalho policial. Agradecer, também, o apoio que tive dos meus colegas da Polícia Civil, como um todo, que aqui atuam e concitá-los para que continuemos juntos no combate do mal maior que é a criminalidade, pois só assim vamos manter nossa Instituição valorizada.

Foto: Valéria Cuter

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