Preso utiliza “tereza” para tentar fugir da cadeia

Polícia
Preso utiliza “tereza” para tentar fugir da cadeia 17 junho 2010

A carceragem da Cadeia Pública de São Manuel registrou nesta quarta-feira a um caso como danos e tentativa de fuga de um dos detentos de nome Alessandro Tomé Nunes, conhecido nos meios policiais, como “Alemão” no horário de visita. A cadeia de São Manoel foi construída para alojar apenas 40 detentos, mas atualmente conta com 173 presos.

Segundo aponta o relatório policial, Nunes foi surpreendido pelos policiais pendurado em uma corda feita de lençóis, conhecida, popularmente, como “tereza” (foto). O detento também trazia consigo um alicate com o qual tentava cortar a grade de proteção do pátio. A intenção de fuga de Alemão foi interceptada.

No início deste mês de junho o jornal Acontece trouxe uma matéria alertando sobre essa possibilidade de fuga em São Manuel, que já chegou a ter mais de 200 detentos, cinco vezes acima de sua capacidade. A reportagem não deixou dúvida da fragilidade do sistema alertando que a qualquer momento poderá gerar uma rebelião de presos de grandes precedentes.

A reportagem apontou que segundo estatísticas, a cadeia daquela cidade foi feita para abrigar apenas seis detentos por cela e ainda há quem defenda que o número ideal seria de quatro presos em cada uma das dez celas, totalizando 40 detentos. Porém apenas oito celas são utilizadas. Isso está acarretando uma média de 23 presos por cada cela que mede cada uma 16 metros quadrados.

Hoje em oito celas estão os presos comuns e as outras duas são usadas pelo faxina e pelos presos que cometeram crimes contra os costumes (estupros, atentado violento ao pudor e importunação ofensiva ao pudor) e pessoas detidas por falta de pagamento de pensão alimentícia.

Por isso, a situação que ultrapassa o limite do suportável, já que os presos estão vivendo em uma situação subumana. Isso sem falar que a cadeia sãomanuelense está instalada na Avenida José Horácio Melão, nº 19, que fica em uma região central da cidade.

Segundo o diretor da cadeia pública, delegado José Mário Toniato, o número de presos que são transferidos é menor do que os que chegam de outras cidades, a maioria respondendo por crime de tráfico de entorpecentes. “Muitos presos que já estão condenados deveriam ser transferidos para penitenciárias, que também vivem o problema da superlotação, mas eles acabam sendo colocados em cadeias comuns como a de São Manuel e isso contribuiu para o aumento da população carcerária”, frisou Toniato.

Para o delegado Secional de Polícia de Botucatu, Antônio Soares da Costa Neto, que é responsável por uma área de comando que atinge 11 municípios da região a única maneira de atenuar a superlotação é a construção de um Centro de Detenção Provisória (CDP), que no modelo do Estado tem capacidade para alojar até 700 detentos que estão aguardando julgamento. O CDP para região de Botucatu já está autorizado pelo Estado para ser construído em uma área do Distrito do Lobo, município de Itatinga.

“Enquanto esse CDP não for construído continuaremos tendo esse problema de superlotação. Por uma determinação judicial, em Botucatu esse problema foi minimizado e a cadeia só pode ter uma média de 120 presos, mas já chegou a ter 244”, coloca o delegado seccional polícia. Sobre a probabilidade de uma rebelião em São Manuel ele é taxativo. “O preso se acha no direito de tentar fugir e a polícia tem o dever de impedir que ele fuja”, frisa.

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