Pássaros em extinção são apreendidos pelo GPA em área urbana

Polícia
Pássaros em extinção são apreendidos pelo GPA em área urbana 15 janeiro 2013

Um caso de captura duas aves conhecidas popularmente como chupim ou pássaro-preto e tucano, que estão na lista dos animais silvestres em risco de extinção, foi atendido pelos agentes Rodrigues e André do Grupo de Proteção Ambiental (GPA), da Guarda Civil Municipal (GCM).

Os agentes do GPA foram acionados por uma munícipe a comparecer no Parque Marajoara e esta entregou o chupim (que estava com uma das suas asas colada para impedir o vôo) e um tucano numa gaiola. Os animais foram encaminhados ao Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Silvestres (CEMPAS) da Unesp, para receberem cuidados veterinários.

O professor doutor Carlos Teixeira, o responsável pelo CEMPAS
revela que as aves e animais silvestres são encontrados em áreas urbanas em razão de estarem perdendo espaço nos seus habitats naturais. Os que tiveram pouco convívio com o ser humano são tratados, recuperados e soltos. Porém, alerta que não é aconselhável soltar animais, indiscriminadamente, na natureza.

“Muitos animais que mantemos aqui são condenados a soltura, pois estão muito humanizados, ou seja, não conseguem viver sem a presença do homem e se retornarem ao habitat natural, seguramente, não sobreviveriam. Por isso são tratados e alguns deles são transferidos para zoológicos ou criadouros conservacionistas, outros permanecem aqui para serem pesquisados e são base para teses e doutorados. Porém, essas pesquisas não envolvem a eutanásia (morte do animal)”, explicou Teixeira.

Hoje no CEMPAS são mantidos em cativeiro diferentes espécies de primatas (sagüis, macaco-prego e bugios), jacarés, papagaios, tucanos, gavião carijó, maritacas, corujas, seriema, lobo-guará, jibóias, jabotis, lagartos, gambá, tamanduá bandeira, javalis, entre outros. Um verdadeiro zoológico dentro de um centro de pesquisas científicas, mas a visitação pública não é liberada, pois muitos animais são usados em teses e doutorados ou estão em tratamento intensivo e poderiam ser infectados por pessoas que poderiam trazer vírus e bactérias de fora.

“Mesmo os animais que ainda estão em condições de viverem em liberdade na natureza têm que ser soltos de maneira adequada, pois no reino selvagem existe uma competição muito intensa pela disputa de território e não são raros os casos em que animais são mortos por um rival. Então, o ideal é soltar os animais o mais próximo possível do lugar de onde foi retirado”, orienta o professor da Unesp.

Para quem tem animais ou aves silvestres em cativeiro não legalizados e quer se desfazer deles, o professor da Unesp sugere que procure a Polícia Militar Ambiental. “A pessoa pode procurar a Ambiental e revelar que tem um animal ou uma ave em cativeiro e quer devolver. Se a pessoa preferir pode trazer até a Unesp, que nós recebemos e depois comunicamos ? Ambiental. Em hipótese nenhuma pessoa deve soltar um animal que está há muito tempo no cativeiro, pois sua morte seria certa”, concluiu Teixeira.

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