“Pai de santo” acusado de abusar das filhas foi colocado em liberdade

Polícia
“Pai de santo” acusado de abusar das filhas foi colocado em liberdade 10 setembro 2010

No final da noite dessa sexta-feira o pai de santo João Floriano de Almeida, de 39 anos de idade, que estava preso na Cadeia Pública de Conchas desde o dia 13 de julho deste ano, foi colocado em liberdade. Ele estava em regime de prisão temporária, que venceu nessa sexta-feira e por força de lei, ele teve que ser libertado.

O juiz da 1ª Vara da Comarca, Josias Martins de Almeida Júnior, está analisando o pedido de prisão preventiva solicitada pela delegada da Delegacia de Defesa da Mulher, Simone Alves Firmino. Caso o juiz acate o pedido de prisão preventiva pedida pela delegada, João Floriano poderá voltar ? prisão e ficar até o seu julgamento. A decisão judicial deverá sair nas próximas horas.

Ele foi preso acusado de abusar sexualmente de sua filha de 19 anos, de nome Andressa de Almeida, com quem supostamente tem um filho de um ano e oito meses. João Floriano responde por outra denúncia de abuso sexual cometido contra sua enteada Adriana Oliveira, de 36 anos de idade. Um dos filhos dessa mulher de pouco mais de dois anos, também é suspeito de ser filho do pai de santo. As duas filhas do acusado, assim como seus dois supostos filhos (netos) estiveram no IML para que fosse coletada amostra de sangue para exame de paternidade (DNA). Porém a filha biológica do acusado, orientada por advogado, recusou-se a doar sangue para a coleta.

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“No nosso entender o receio de Andressa se recusar a fazer o exame pode caracterizar culpa, ou seja, o filho pode ser mesmo de João Floriano. Adriana, porém, colaborou com o trabalho policial e permitiu que fosse retirada amostra dela e do filho. Estamos aguardando o resultado do exame chegar de São Paulo”, frisou a delegada, que já concluiu o inquérito e fez o encaminhamento ao Ministério Público.

Ela optou em pedir a prisão preventiva para que o acusado ficasse preso até ser julgado pela Justiça. A prisão temporária, como o próprio nome diz, tem um prazo determinado de validade e ao término do prazo ele poderia ser colocado em liberdade, antes mesmo de ser julgado, o que acabou acontecendo. “Por esta razão optamos em pedir a prisão preventiva para que ele permaneça preso até a conclusão desse processo”, explicou Simone Firmino, que elaborou o inquérito depois de um trabalho investigativo baseado em informações coletadas junto a parentes e vizinhos.

Como pai de santo, João Floriano comandava um terreiro de umbanda na Rua Dr. Guimarães, região da Vila Antártica. Foi nesse local que ele e sua mulher Sebastiana de Fátima Oliveira, de 54 anos, receberam voz de prisão e foram encaminhados ? Delegacia da Mulher onde o Boletim de Ocorrência (BO) foi elaborado. Ela foi indiciada e presa como cúmplice dos crimes sexuais que o companheiro cometia.

Inicialmente, Sebastiana foi recolhida ? Cadeia Pública de Itatinga. Posteriormente, acabou transferida ao Presídio Feminino de Tremembé. Na semana passada, ela ganhou o direito de responder o processo em liberdade e voltou para a casa onde seu companheiro trabalha como pai de santo. “Não existiam mais elementos que justificassem sua permanência na cadeia”, foi a justificativa para a liberdade. Sebastiana mantém o argumento de que ela e o marido são inocentes. Agora eles estão juntos novamente e poderão responder as acusações em liberdade.

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Na opinião do advogado Roberto Fernando Bicudo, que defende os interesses de João Floriano, não havia motivos para manter o réu preso e tem a convicção de que o pedido de prisão preventiva será negado. “Não existe representação contra ele. Além disso, o réu tem residência fixa em Botucatu e estando aguardando o julgamento em liberdade não vai interferir no trabalho da Justiça”, frisou Bicudo. Outro ponto positivo do réu apontado pelo advogado é que ele sempre colaborou com a polícia na fase do inquérito.

{n}Zé Pilintra{/n}

Na ocasião de sua prisão, o acusado negou que praticava abuso contra as filhas, mas alegou que quando está no terreiro recebe o espírito do “Zé Pilintra” e um dos procedimentos desse ritual seria a prática sexual com a filha (Vanessa), mas garante que quando está “tomado” não é dono de suas ações e fica a mercê do espírito que incorpora nele.

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“Eu não lembro, mas não fiz nada disso. Minha enteada não para em casa e muita gente vem falar dela pra mim. Acho que a entidade que incorpora também não fez porque está morta e morto não faz isso. Sempre morei com minhas irmãs e nunca “estrupei” nenhuma. Não vou negar que trabalho no terreiro, mas não fiz nada na minha filha nem na minha enteada”, comentou o pai de santo, que sustentou essa versão desde o dia em que foi preso.

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