Comandante do 12º BPM-I explana a filosofia de trabalho

Polícia
Comandante do 12º BPM-I explana  a filosofia de trabalho 02 agosto 2013
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Sem a menor sombra de dúvida, o tenente coronel Jorge Duarte Miguel, comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (BPM-I), de Botucatu é um exemplo de dedicação e entrega ? Polícia Militar, dede 1982, quando sentiu que ser policial era sua vocação e foi atrás do seu sonho. De lá para foi mostrando sua competência galgando cargos importantes de comando.

Foi ferido na mão por um tiro disparado por marginal embriagado, sofreu alguns acidentes de viatura, salvou vidas, fez reintegrações de posse de terras em áreas rurais, trocou tiros em confronto com marginais de alta periculosidade, fez partos dentro da viatura, sofreu acidentes e teve o dissabor de ver policial morrer assassinado em serviço e viu várias vezes a morte de perto. Recebeu pauladas, pedradas e cusparadas.

Prestou serviços em diferentes cidades do interior paulista e em 2010, veio para Botucatu, onde pretende ficar até se aposentar. Em maio deste ano, foi promovido ao posto de tenente-coronel e classificado no comando do 12º BPM/I. Em entrevista ao Acontece Jorge Miguel conta como pretende desenvolver seu trabalho no Batalhão e qual será a filosofia a ser implantada junto a seus comandados.

{n}Filosofia de trabalho{/n}

“A ideia é dar prosseguimento ao trabalho desenvolvido pelo coronel Wagner Tardelli que realmente se destacou a frente do Batalhão. Foi um conciliador e conseguiu uma grande união de todas as forças de segurança dos municípios, o que tem refletido nos excelentes índices criminais das treze cidades de nossa região. Vale a máxima de que “em time que está ganhando, não se mexe” Teremos algumas mudanças decorrentes da promoção de vários oficiais aos postos mais elevados, o que deve acontecer em agosto. De forma geral, o time continua o mesmo”.

{n}Promoção a tenente coronel{/n}

“Me senti muito contente e prestigiado, pois fui informado com alguma antecedência, mas, é o tipo da coisa que você só fica tranquilo quando vê a publicação do Diário Oficial do Estado. Eu estava na sala, na reunião matinal, quando um colega de trabalho me avisou, isto já na primeira semana de julho. É uma missão de grande responsabilidade, principalmente pelo nível de trabalho que vem sendo desenvolvido aqui, nos últimos anos. Temos um grupo de policiais muito competentes que se empenham em fazer seus trabalhos da melhor forma possível. A Polícia Militar se modernizou muito e temos que dar ênfase e prosseguimento nos aparatos ? disposição de todos.

Hoje, os policiais trabalham com armas de boa qualidade, têm coletes a prova de balas individuais, viaturas melhores e mais adequadas ? atividade policial, um grande de apoio psicológico ? queles que participam de ocorrências de elevado risco e stress, com o apoio de psicólogos. Outro fato é que os procedimentos do policiamento diário foram compilados em Procedimentos Operacionais Padrão, o que facilitou sobremaneira a atuação padronizada dos policiais que agem com mais efetividade e segurança em favor da população e a si mesmos. Os comandantes atuam enfaticamente na tentativa de minimizar os riscos de os policiais sofrerem danos ? integridade física própria, assim como a população. São debates, reuniões pontuais de comissões que avaliam cada detalhe das ocorrências e que têm por objetivo sugerir novos procedimentos operacionais além de aperfeiçoar os já existentes. Isto é sinônimo da modernidade. Com isso diminuem as chances de acidentes e riscos desnecessários”.

{n}Integração com os comandados{/n}

“Não creio haja algum embaraço ao comandante que tenha chegado a Botucatu já como tenente coronel, mas confesso que o fato de eu estar aqui há alguns anos me deixa bem ? vontade e confiante. Você já estando habituado ao dia-a-dia da Unidade é um fator bom para o desenvolvimento da rotina de trabalho. Você já conhece a maior parte dos policiais, mesmo das cidades mais distantes, devido ao contato nas instruções anuais que acontecem na sede do Batalhão, nas rondas que fazemos nas cidades da região, eventos cívicos e operações”.

{n}Forças de segurança{/n}

“Hoje, mais do que nunca, é hora de juntarmos nossos esforços para fazer frente ? criminalidade. Nestes quase 30 anos na Polícia Militar, nunca vi uma cidade em que as forças de segurança estão atuando tão ligadas e harmônicas como em Botucatu. Quando alguns criminosos começam a praticar delitos como pequenos furtos ou roubos, em pouco tempo, você vê as fotos deles nos jornais e noticiários. Isso serve de desestímulo ? queles que queiram praticar crimes aqui. Tenho certeza de que no meio criminal, todos acabam sabendo que não compensa atuar na cidade, ou seja, “aprontou”, vai ser preso.

Destaco a atuação da Polícia Civil, na pessoa do Dr. Antonio Soares. Delegado ? moda antiga, que nunca esmorece, conduz uma equipe muito competente que não dá moleza ? criminalidade esclarecendo porcentagem expressiva dos crimes acontecidos. O mesmo digo da CGM que atua com muita firmeza e profissionalismo. Gosto de dar o exemplo do grupo de pessoas que depredaram o prédio da Câmara Municipal. Foi uma ação em que Guarda Civil Municipal, polícias Civil e Militar atuaram em conjunto. Em pouco tempo, os vândalos foram identificados e localizados. Levaram um grande susto quando ouviram o “click” das algemas nas suas respectivas casas”.

{n}Maioridade penal{/n}

“Todas as tentativas de se melhorar o sistema de segurança são bem-vindas. Neste contexto, a redução da maioridade penal é uma delas, mas precisa ser muito bem delineada. De forma genérica, a medida agregará valores positivos na batalha contra a escalada criminal. Não é a única, nem talvez a principal, porém, é muito importante esta idade penal ser revista e reavaliada. Creio as chances dessa redução sejam muito boas; talvez, a curto espaço de tempo”.

{n}Paixão pela música raiz{/n}

“Vivi minha infância e adolescência em ambiente rural, ouvindo música sertaneja. Ajudava meu pai num sítio onde cultivávamos verduras. Todos os dias, chegava da escola e ia para lá de bicicleta. Lá, arava terra, gradeava, fazia canteiros, abria valetas a pá, além de aguar as verduras.

Antes disso, na casa dos meus avós, nós sempre nos reuníamos nos finais das tardes, para ouvir os colegas tocarem e cantarem Tião Carreiro e Pardinho, Cacique e Pajé, Tonico e Tinoco dentre outros. Apesar de criança, eu prestava atenção nos instrumentos e cantorias. Às vezes, eu não entendia muito bem as letras, mas eu gostava daquele vozerio, das histórias de pescarias, caçadas, berrante, bois bravos, sertão, boiadeiros etc. Em 1979, ganhei meu primeiro violão de meus pais.

Em 1980, vendi minha bicicleta para comprar a primeira sanfona. Aprendi com o finado maestro Juarez Vidal e Silva, de Bauru. Repentinamente, parei com os estudos quando entrei na Academia do Barro Branco, por falta de tempo. Em 1988, eu comprei uma viola e comecei a aprender sozinho. Atualmente, posso dizer, com certeza, que é o instrumento que eu mais gosto.

Geralmente, quando chego a casa, reservo sempre uns minutinhos para a música e isso serve de remédio para a alma, como se costuma dizer. Em 1996, gravei meu primeiro CD como Renê e Duarte.

Depois, em 2010 e 2013 gravei com a dupla atual, como Duarte e Rodrigues. O último CD foi editado no início deste ano. Fizemos apenas cinquenta cópias as quais oferecemos a parentes e aos amigos que nos ajudaram na gravação do CD. A divulgação de um CD requer muito tempo o qual não disponho; também, não temos a pretensão comercial do trabalho, ou seja, é somente por prazer em ter nossas músicas gravadas. Quando eu me aposentar, pretendo fazer um trabalho mais objetivo.

Recentemente, a dupla Cacique e Pajé lançou um DVD no qual eles cantam uma música de minha autoria. Na verdade, já gravaram duas músicas minhas. Música requer muito ensaio e estudos e, decididamente, no momento, não tenho condições de me dedicar como gostaria, ou seja, aperfeiçoando técnicas e estilos de cada instrumento. Já fizemos quatro apresentações no programa Viola, minha viola! Que é apresentado por Inezita Barroso, além de outros tantos em TVs e rádios da região”.

{n}Considerações finais{/n}

“Gostaria de parabenizar a todos os policiais que atuam na administração da Unidade que têm a missão de prover sustentação ? queles que atuam nas ruas diuturnamente no serviço operacional. É um contexto em que todos são igualmente importantes sendo que a incontestável eficiência da Unidade se deve ao trabalho e dedicação de cada policial, do soldado mais jovem ao comando. Posso dizer que estou feliz com meu trabalho e, principalmente, por ter o apoio de policiais e comunidade de Botucatu e região.

Tudo fica mais fácil quando você tem profissionais competentes ao seu lado, bem como, a população mantendo bom nível de credibilidade em relação ? Polícia Militar. Acabar com o crime ou “zerar” os índices é uma tarefa quase impossível, muito embora, em nossa região, temos cidades onde há registro de um ou dois boletins de ocorrência por mês, o que é muito bom.

Botucatu é uma cidade privilegiada, que tem seus problemas como todas as cidades, mas que tem um conceito muito grande no cenário nacional; afinal, foi considerada a cidade mais segura do Estado de São Paulo, por dois anos consecutivos, dentre aquelas com população entre 100 e 500 mil habitantes. Não é por menos: se a equipe é forte, os resultados certamente serão expressivos”!

Fotos: Luiz Fernando

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