Ademarzinho: gênio na quadra e craque no campo

Polícia
Ademarzinho: gênio na quadra e craque no campo 01 novembro 2014

Por Jair Pereira de Souza

 

Destacou-se no futebol de salão como um gênio e no campo um craque de rara habilidade e inteligência. Estamos falando de Ademar Messias, conhecido como Ademarzinho, um jogador que tinha a fama de fazer a bola “colar” em seus pés.

Na quadra jogava com uma facilidade incrível e por mais que fosse marcado na maioria das vezes levava vantagens sobre seus adversários. No gramado se destacou como um meio campista, camisa 10 que, pela sua habilidade, técnica e muita visão de jogo, sempre deixava seus companheiros na “cara” do gol.  Em entrevista ao Acontece Ademarzinho contou um pouco de sua trajetória futebolística.

 

Acontece – Ademarzinho cite um momento que foi marcante na sua carreira, de muita alegria e que você nunca esquece? 

Ademarzinho – Foi no futebol de salão, jogando pelo Escriturários da Sorocabana. Por termos sido campeões fomos representar a cidade no troféu Piratininga e veio o Mogi das Cruzes jogar contra nós na quadra do Botucatu Tênis Clube (BTC). Eles tinham um belo time que também foram classificados na cidade de Mogi das Cruzes e tinham um jogador que era da Seleção Universitária chamado Paulo Toni.  O diretor fez comentários a respeito deste jogador e nosso time poderia estar em desvantagem, mas retruquei e disse que queria vê-lo atuar dentro das quatro linhas. Moral da história: ganhamos de 4×1. Fiz três gols em cima deste cara e em um deles driblei o time inteiro. Me tiraram de dentro do BTC carregado. Este foi um momento muito emocionante na minha carreira que nunca esqueço. 

 

Acontece – Agora quero saber um momento que não foi bom, que deixou você chateado.

Ademarzinho – Foi quando já tinha jogado algumas partidas pelo profissional da AA Ferroviária na primeira divisão e fui impedido de treinar porque tinha que trabalhar para ajudar em casa. Meu pai viajava muito com tropas e ficava tempo fora. Então, por causa disso, tive que deixar os treinamentos e não dar continuidade a carreira como jogador profissional.

 

Acontece – No campo você não foi tão goleador como no salão. Poderia me dizer qual a diferença em jogar no campo e no salão?

Ademarzinho – No campo fazia meus gols, mas não era tanto porque atuava no meio campo e como tinha habilidade, jogando sempre de cabeça erguida, deixava meus companheiros na cara do gol e os ponteiros já sabiam aonde eu ia colocar a bola, Não fazia muitos gols, mas pelos meus lançamentos e passes o time rendia muito. No salão era um goleador porque estava perto do gol e como chutava bem com os dois pés onde a bola caia eu guardava. Sempre pensava muito rápido e naquele pequeno espaço levava vantagem.

 

Acontece – Você começou a jogar futebol com quantos anos? 

Ademarzinho – Comecei com 10 anos quando achei uma bola oval. Comecei a treinar com ela e era difícil de dominar, já que era toda torta. Pensei que se dominasse essa bola oval,  quando pegar uma redonda poderia fazer a diferença. Ficava treinando com a bola oval chutando na parede tanto tempo que incomodava minha mãe. Foi com esta bola que treinei também chutar com o pé esquerdo porque a primeira vez que fui chutar com este pé cai sentado. Mas não desisti e fui treinando e me aprimorando. Quando me tornei um jogador adulto chutava bem com os dois pés.  

 

Acontece – Quais foram os principais times que você jogou no amador?

Ademarzinho – Pelo Blasi, campeão em 1958;  AA Ferroviária campeão 1959 e 1960; EC Inca campeão 1974 e 1976; Brasil de Vila Maria campeão 1975;  EC Rodoviário campeão 1966; e  pelo BAC campeão 1973. Joguei também um ano e meio no profissional da Associação Atlética Botucatuense (AAB). 

 

Acontece – Mesmo você não tendo uma boa altura fazia também gols de cabeça?

Ademarzinho – Sim fiz muitos gols de cabeça, porque tinha boa impulsão e cabeceava de olho aberto, quando a maioria dos jogadores faz isto de olhos fechados. E tem outra coisa: era muito difícil me machucar porque sabia sair das jogadas violentas. Não dava meu pé para o cara quebrar, pois sabia que tinha que trabalhar no outro dia. Tinha também esta qualidade.

 

Acontece – Me fala um jogador que jogou ao seu lado que no seu conceito foi o melhor jogador?

Ademarzinho – Foi o Ademar Vicentini, jogava muito. Para mim foi um grande craque e hoje mora em São Paulo.

 

Acontece – Você encerrou sua carreira em 2011 e está com 75 anos. Frequenta algum lugar para se encontrar com os amigos?

Ademarzinho – Sim! As quintas-feiras, vou ao Artistas da Bola para encontrar os amigos e bater um papo.

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