“Pai de santo” acusado de estuprar filhas faz exame no IML

Polícia
“Pai de santo” acusado de estuprar filhas faz exame no IML 16 agosto 2010

Na tarde desta segunda-feira esteve no Instituto Médico Legal de Botucatu, o “pai de santo” João Floriano de Almeida, de 39 anos de idade, que está preso na Cadeia Pública de Conchas desde o dia 13 de julho deste ano, por ter sido acusado de abusar sexualmente de sua filha de 19 anos, de nome Andressa S.A. com quem supostamente tem um filho de um ano e oito meses. Ele se apresentou com os cabelos raspados e barba feita, bem diferente de quando foi preso quando estava cabeludo e usando bigodes.

Dias depois de ser preso João Floriano teve contra si outra denúncia de abuso sexual cometido contra sua enteada Adriana C.O., de 36 anos de idade. O filho dessa mulher de pouco mais de dois anos, também é suspeito de ser filho do pai de santo. As duas filhas do acusado, assim como seus dois supostos filhos (netos) estiveram no IML para que fosse coletada amostra de sangue para exame de paternidade (DNA).

Entretanto, a filha mais jovem (Andressa) se recusou a tirar sangue para fazer o teste. Também não permitiu que fosse tirado o sangue do seu filho. Para a polícia o receio de ela fazer o exame pode caracterizar culpa, ou seja, o filho pode ser mesmo de João Floriano. Adriana, porém, colaborou com o trabalho policial e permitiu que fosse retirada amostra dela e do filho.

Na ocasião das denúncias a polícia detectou que o acusado cometia os abusos contra as filhas há, pelo menos, três anos e já respondia por outro crime de estupro em liberdade. Esse cidadão foi preso após um trabalho investigativo comandado pela delegada titular Simone Alves Firmino, que chegou até ele através de informações de parentes e vizinhos.

Como pai de santo, ele comandava um terreiro de umbanda na Rua Dr. Guimarães, nº 746, na região da Vila Antártica. Foi nesse local que ele e sua mulher Sebastiana de Fátima Oliveira, de 54 anos (que seria conivente com os abusos do companheiro), receberam voz de prisão e foram encaminhados ? Delegacia da Mulher onde o Boletim de Ocorrência (BO) foi elaborado. Ela foi indiciada como cúmplice dos crimes sexuais que o companheiro cometia. Inicialmente foi ? Cadeia de Itatinga, mas, posteriormente, foi transferida ao Presídio Feminino de Tremembé.

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“Além de Vanessa, existe fortes indícios de que Adriana também tenha um filho do acusado. Lamentamos a atitude da Andressa que se recusou a fornecer material para coleta, mas isso configura que ela está com medo de revelar que o pai dela é também pai/avô do seu filho. Agora vamos aguardar os resultados dos exames para nos certificarmos se ele é pai da outra criança ou não”, comentou Simone Sampaio. “O inquérito policial foi aberto e por enquanto o casal está em regime de prisão temporária, até que tudo seja esclarecido”, descreveu.

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E a delegada tem outra dúvida: “Existe a possibilidade da Andressa estar grávida do seu segundo filho, aparentemente, no terceiro ou quarto mês de gestação. Esse suposto filho que ela espera pode ser também do pai. Mas a gravidez ainda não está confirmada”.

{n}Zé Pilintra{/n}

Na ocasião de sua prisão, o acusado negou que praticava abuso contra as filhas, mas alegou também que quando está no terreiro recebe o espírito de “Zé Pilintra” e um dos procedimentos desse ritual seria a prática sexual com a filha (Vanessa), mas garante que quando está “tomado” não é ele que faz e sim o espírito que incorpora nele.

“Eu não lembro, mas não fiz nada disso. Minha enteada não para em casa e muita gente vem falar dela pra mim. Acho que a entidade que incorpora também não fez porque está morta e morto não faz isso. Sempre morei com minhas irmãs e nunca “estrupei” nenhuma. Não vou negar que trabalho no terreiro, mas não fiz nada na minha filha nem na minha enteada”, comentou o pai de santo, no dia em que foi preso.

No IML Andressa que pode estar grávida de um segundo filho do pai, revelou que continua morando na mesma casa. Não está trabalhando, sobrevive com os rendimentos da mãe e recebe ajuda do assistencialismo social da Prefeitura. “Está muito esquisito, ficar naquela casa só com minha irmã, mas a gente vai levando até que tudo isso termine”, disse. Sobre o filho, a suposta gravidez e a recusa por não permitir o exame de sangue, ela não quis se pronunciar. “Sobre isso não quero falar. O exame só faço obrigada”. A sua irmã de criação também não quis falar sobre o assunto.

Fotos: Quico Cuter

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