“Oxi”: droga mais letal que o crack pode chegar a Botucatu

Polícia
“Oxi”: droga mais letal que o crack pode chegar a Botucatu 14 dezembro 2010

“Ainda não temos nenhum caso registrado, mas temos a plena convicção de que essa droga chegue muito breve. Ela já chegou a São Paulo e deverá se ramificar pelo interior, principalmente através das rodovias. Não temos nenhuma dúvida de que a droga chegará ? Botucatu e estamos preparados para combatê-la”. Foi o que disse o delegado adjunto da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes, Paulo Buchignani, sobre a mais nova droga que está sendo consumida no Brasil: o “oxi”.

Essa droga, que foi descoberta no Estado do Acre, na fronteira com a Bolívia e recebeu o nome de “oxi” ou oxidato, é uma variante do crack, com uma ressalva: é mais barata e ainda mais letal. As pesquisas mostram que os usuários, geralmente, vão a óbito em menos de um ano. Isso já ocorreu com 30% dos usuários.

A diferença dela para o crack está na elaboração do produto, em vez de adicionar bicarbonato e amoníaco ao cloridrato da cocaína os traficantes adicionam querosene e cal virgem. A droga tem uma coloração mais amarelada ou mais branca, dependendo da quantidade de querosene a cal usada na preparação.

As pesquisas também apontam que os traficantes fizeram a droga pensando em atingir as praças com menor poder aquisitivo e cada porção (pedra) é vendida a um preço que varia de R$ 3,00 a R$ 5,00. A polícia de São Paulo, mesmo estando em alerta sobre a proliferação do “oxi”, não conseguiu impedir a entrada do produto no Estado, tendo mapeado os possíveis pontos de entrada e intensificação das fiscalizações. Pelo menos 19 casos já foram detectados em uma clinica de São Paulo que atende dependentes químicos.

{n}O que é o “oxi”{/n}

Muito parecido com o crack, o nome vem de uma abreviação de oxidado, ele é resultado da substituição do bicarbonato e do amoníaco usados pelos dependentes do Centro-Sul, na mistura com o cloridrato de cocaína por querosene e cal virgem, que torna o produto mais barato.

Os efeitos são parecidos com o da pedra de crack, porém com uma intensidade menor, fator que leva os viciados a um quadro clínico de “fissura”, termo utilizado pelos viciados, quando um usuário quer utilizar mais entorpecentes a qualquer custo.

No auge da “fissura”, um viciado perde total senso comum, noção de civilidade, se tornando capaz de cometer atos grotescos como homicídio, assaltos e inclusive defecar na própria roupa sem nenhum sentimento de pudor ou vergonha. A droga pode ser consumida misturada com tabaco, cachimbos ou até mesmo em latas de refrigerante e cerveja.

O alto consumo da droga deixa o viciado em extremo estado de pânico, espasmos abruptos de violência e paranóia. Em geral os viciados que já não tem dinheiro para pagar a droga assume dividas que não conseguem cumprir com os traficantes e acabam sendo mortos. O efeito do “oxi” dura quatro minutos, o que faz com que o viciado rapidamente volte ao traficante para comprar uma nova pedra.

Foto: Divulgação

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