Educação de Macatuba explana sobre cardápio da merenda escolar

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Educação de Macatuba explana sobre cardápio da merenda escolar 01 outubro 2015

Devido a informações incorretas sobre a qualidade da merenda em Macatuba, a nutricionista Lisandra Boso Prandini recebeu a reportagem para esclarecer dúvidas sobre a qualidade da refeição servida diariamente aos 3,8 mil estudantes locais – da creche e pré-escola à educação para jovens e adultos. Ao anunciar o cardápio para o mês de outubro Lisandra ressalta que  “a merenda escolar em Macatuba é muito boa. Atende a todas as exigências nutricionais e de sabor”.

Vale lembrar que a merenda escolar é comprada com recursos federais, estaduais e municipais, sendo que a Prefeitura investe a maior parte. Enquanto o valor que vem do Estado e da União para a merenda escolar varia de R$ 0,30 (trinta centavos) a R$ 1,00 (um real) por aluno por dia (Macatuba recebe R$ 373 mil do Governo Federal e R$ 159,8 mil do Governo do Estado por ano para merenda escolar), a Prefeitura investe mais de R$ 1,1 milhão na alimentação dos estudantes da rede. “O peso maior recai sobre a Prefeitura. Sem a contrapartida da Prefeitura, seria impossível oferecer a merenda escolar com a qualidade que Macatuba tem”, diz a nutricionista Lisandra. Leia a seguir a entrevista.

Lisandra Boso Prandini – O cardápio tem que atender à resolução 26/2013, estabelecida pelo Ministério da Educação, que é do Governo Federal. Temos que seguir normas nutricionais e de variedade de alimentos. Por exemplo, temos que atingir três porções de verduras ou frutas na semana. Temos que atingir valores calóricos ajustados a cada etapa da vida do aluno, seja na pré-escola, no ensino fundamental, ou no ensino médio, considerando os macro e micronutrientes. Isso quer dizer proteínas, carboidratos, lipídios… O cardápio tem que atender ao que a norma do Governo Federal impõe, com diretrizes técnicas.

Quem avalia o cardápio escolar preparado?

Lisandra – O cardápio é avaliado primeiramente pelo Conselho de Alimentação Escolar, que tem reuniões periódicas para tratar do assunto “merenda escolar”. Os conselheiros também visitam as escolas e o centro de abastecimento. Toda compra de produto é supervisionada. O conselho também participa do processo de licitação, que é anual, para comprar os alimentos servidos aos estudantes. O cardápio mensal é apresentado ao Conselho de Alimentação Escolar antes de ser encaminhado às escolas, que analisa se a proposta atende à resolução do Ministério da Educação. Isso é um documento assinado pela nutricionista responsável e pelo presidente do conselho. O mesmo cardápio é enviado à Diretoria Regional de Ensino em Jaú, pois nossa merenda é servida também aos estudantes da rede estadual. A Diretoria de Ensino envia o cardápio à Secretaria Estadual da Educação. Portanto, são várias instâncias fiscalizando e acompanhando a merenda que é servida aos estudantes.

Nessas avaliações, já foram sugeridas mudanças na merenda em Macatuba?

Lisandra – A única recomendação é não usar muito os embutidos (salsicha, linguiça, mortadela, etc) na composição da merenda. Esse até é um problema, porque as crianças gostam desse tipo de alimento. Macatuba atende à recomendação e coloca os embutidos apenas uma vez por mês, para dosar o mínimo porque os estudantes gostam dos embutidos.

A merenda em Macatuba é preparada diariamente em cada unidade escolar?

Lisandra – Sim, mas seguindo o cardápio. Cada unidade recebe os alimentos mensal, semanal ou diariamente, todos fresquinhos e dentro do ideal para o consumo. O pão, por exemplo, é entregue diariamente na escola. A carne é entregue semanalmente. Temos um controle pré-programado da quantidade por unidade escolar baseada no número de alunos da escola. Tudo é calculado e balanceado pelo número de alunos. Neste aspecto, contamos muito com o apoio das cozinheiras, que já têm a noção do consumo e da demanda da sua escola, pois elas conhecem as crianças e sabem a quantidade suficiente para alimentar a todos. Até porque há crianças que preferem brincar a invés de se alimentar na escola. Há poucos dias, dei palestra em uma escola para orientar as crianças a comerem a merenda, porque percebemos que a turminha não estava querendo se alimentar. Fui pessoalmente à escola para explicar a importância da alimentação. A criança não pode ficar mais que três horas sem se alimentar, pois isso reflete no déficit de atenção.

A merenda em Macatuba é servida da creche à educação de adultos…

Lisandra – A merenda chega para as crianças nas creches, pré-escolas, escolas das redes municipal e estadual, APAE, Educartes… Na APAE, por exemplo, são três refeições por dia, no mínimo, porque a maior parte dos alunos permanece na escola o dia todo. As crianças na creche, segundo a resolução 26/2013, também têm que receber três alimentações diárias, mas nós damos mais porque oferecemos a fruta entre o café da manhã e o almoço. Tem o lanche da tarde e, antes de irem embora no final da tarde, muitas recebem o pãozinho. Temos três escolas estaduais que recebem a merenda com o mesmo cardápio oferecido às demais escolas municipais. O município prioriza não diferenciar aluno da rede estadual e da rede municipal, embora o recurso venha direcionado e o dinheiro não daria para manter a mesma qualidade na merenda. O recurso estadual para a merenda é menor, mas ele é complementado com recursos da Prefeitura.

O pai de família que faz supermercado sabe o custo da alimentação doméstica. Qual é o recurso disponível para a merenda escolar?

Lisandra – São três entes envolvidos: União, Estado e Município. O Governo Federal considera o censo estudantil do ano anterior para fazer o repasse para a merenda escolar. Temos valores definidos pelo Governo Federal para cada etapa. Por exemplo, o governo manda verba equivalente a cinquenta centavos por aluno da pré-escola por dia de aula. Como na creche são servidas no mínimo três refeições por dia, o valor repassado é de um real por dia por aluno. No ensino médio e ensino fundamental está o maior número de alunos em Macatuba e o repasse é de trinta centavos por aluno. Temos a Educação de Jovens e Adultos (trinta centavos por aluno/dia), a APAE (trinta centavos por aluno/dia) e o Educartes (noventa centavos por aluno/dia). Então, o valor que vem do Estado e da União para a merenda escolar varia de R$ 0,30 (trinta centavos) a R$ 1,00 (um real) por aluno/dia, sendo que o valor menor vem para onde temos mais estudantes. No total, podemos dizer que as parcelas que recebemos somam R$ 373 mil do Governo Federal e R$ 159,8 mil do Governo do Estado por ano para a merenda escolar. O valor é insuficiente, então o município complementa. O orçamento da Prefeitura de Macatuba para a merenda escolar é da ordem de R$ 1,1 milhão, o que inclui os salários dos servidores deste serviço, o abastecimento de gás, a manutenção dos equipamentos e utensílios e também a compra de produtos alimentícios. O peso maior recai sobre a Prefeitura. Sem a contrapartida da Prefeitura, seria impossível oferecer a merenda escolar com a qualidade que Macatuba tem.

A informação de que a merenda escolar em Macatuba só serve sopa procede?

Lisandra –De modo algum, isso é um absurdo. A sopa é servida uma vez por semana, até porque tem criança que gosta de sopa. Mesmo assim, é uma refeição balanceada e enriquecida com os nutrientes adequados à tabela da resolução do Ministério da Educação. É bom que fique bem claro para a população que a merenda escolar em Macatuba atinge o que o Governo Federal definiu como alimentação ideal para os estudantes. Mesmo servindo a sopa de macarrão com legumes e carnes uma vez por semana, essa sopa é uma refeição balanceada para a criança. Além da sopa, o cardápio oferece macarronada com carne variada (bovina e de frango), salada de alface, de chicória… Temos o dia da semana com arroz, feijão, carne e salada, temos variedade grande de legumes. Enfim, Macatuba tem uma merenda escolar rica em nutrientes e muito saborosa.

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