Sonegômetro atinge R$ 279 bilhões e alerta para a injustiça tributária

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Sonegômetro atinge R$ 279 bilhões e alerta para a injustiça tributária 09 julho 2016

sonegometro2Criado pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), o sonegômetro, placar online da sonegação fiscal no País, bateu, na noite de ontem, a marca dos R$ 279,8 bilhões em impostos não pagos somente neste ano. A ferramenta, que visa a conscientização e educação fiscal do brasileiro, alerta para a injustiça tributária e para o quanto o rombo causado nos cofres públicos penaliza principalmente a população mais pobre e a classe média.

Nesta semana, o painel itinerante do sonegômetro foi instalado na área central de Brasília, mas também é possível acompanhar a evolução da evasão fiscal no site www.quantocustaobrasil.com.br, através de uma ferramenta com nome e design semelhante ao do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo. Diretor do Sinprofaz, o procurador da Fazenda Nacional Rodrigo Mellet acredita que a previsão é de que a quantia de impostos sonegados chegue à casa dos R$ 600 bilhões até o final do ano.

Ele explica que os grandes devedores são empresas, entre instituições bancárias, empreiteiras, redes varejistas e companhias de aviação. Do montante acumulado até agora, acredita-se que ao menos R$ 220 bilhões, ou 80% do total, foram escoados em operações de lavagem de dinheiro.

“Há empresas que alegam que sonegar é legítima defesa, porque não conseguiriam sobreviver se pagassem os tributos corretamente. Mas estes empresários não enxergam a gravidade desta prática e o quanto ela impacta na vida das pessoas”, pontua, salientando que o cidadão comum e que trabalha com carteira assinada quase nunca tem oportunidades para deixar de honrar seus impostos. “O tributo que ele paga está embutido nos preços das mercadorias que compra. E também é descontado do salário”, frisa.

‘Carga pesada’

E quem sofre as consequências são, principalmente, as classes média e de baixa renda. “Ela vai pagar o mesmo tributo que um milionário por um saco de arroz no supermercado. Para ela, a carga tributária é pesadíssima. Para o milionário, a repercussão é ínfima”, completa.

Para o Sinprofaz, a evasão fiscal também prejudica esta parcela da população, que depende dos serviços públicos de saúde e educação, à medida que limita a proporção de investimentos do governo nestes setores. Da mesma forma, se os recursos não deixassem de entrar no caixa do governo, não seriam necessários ajustes fiscais tão severos como o de agora, que impõem à sociedade um quadro de recessão e desemprego.

“O governo federal projetou um déficit de R$ 139 bilhões para 2017. Se ao menos metade dos impostos sonegados fossem pagos, esse rombo deixaria de existir”, argumenta Mellet. Hoje, a Dívida Ativa da União chega a R$ 1,5 trilhão e, segundo dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, apenas os vinte maiores devedores respondem por um débito que ultrapassa R$ 1 bilhão.
A sonegação em “níveis astronômicos”, segundo o diretor do Sinprofaz, também afeta a livre concorrência e é um dos motivos pelos quais os tributos no Brasil são tão elevados. “O empresário que honra seus compromissos também é vítima desta realidade, porque sofre com uma concorrência desleal, já que os grandes sonegadores acabam conseguindo oferecer produtos e serviços mais baratos”.

(Fonte: JCNET)

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