Vaguinho foi um meio-campista de rara habilidade

Esportes
Vaguinho foi um meio-campista de rara habilidade 15 dezembro 2014

Por: Jair Pereira de Souza

 

Este não poderia ficar fora desta seleção de grandes craques do passado, da cidade de Botucatu. Estamos falando de Wagner José Valladão, conhecido como Vaguinho e que tinha muito “intimidade”  com a bola nos pés. Num jogo pela seleção de Botucatu, nos Jogos Regionais em Avaré, foi observado por um olheiro do Guarani e convidado para ir a Campinas fazer um teste, com apenas 16 anos de idade.

A expectativa era iniciar uma carreira que certamente seria brilhante, como um profissional de futebol.  Mas como perdeu seu pai retornou a Botucatu por causa de sua família, principalmente sua mãe. Este grande talento do futebol de Botucatu, em entrevista contou um pouco de sua trajetória futebolística.

 

Acontece – Quais foram os principais times que você jogou?

Vaguinho – Joguei pelo Inca, Serve Tudo, Botucatu Atlético Clube (BAC) e fui convocado para jogar nos Jogos Regionais por três vezes na Seleção de Botucatu. Também disputei o Campeonato de Futebol de Salão dos Bancários, Campeonato Amador em São Manuel pela Usina e Amador do Estado pelo Serve Tudo de Botucatu.

 

Acontece – Cite um momento que você nunca esquece e que ficou na sua memória.

Vaguinho – Foi um jogo pelo Campeonato dos Bancários e eu jogava pelo Banco Comind, contra o Banespa um time muito difícil de ser batido, pois jogavam há muito tempo juntos, tinham um ótimo entrosamento e ganhar deles para nós  seria uma glória. Era uma semifinal e quem ganhasse iria para a final contra o Banco Real. Tive a felicidade de fazer um gol de falta neste jogo que nunca esqueço. Fiquei de costas para o gol e os jogadores do Banespa pensaram que iria atrasar a bola para um de nossos jogadores chutar. Só que virei o corpo e chutei direto para o gol e peguei o goleiro adversário de surpresa. Fiz o gol e vencemos este jogo por 3×1. Na final ganhamos do Banco Real de 5×1 e fomos campeões.

 

Acontece – Fale de um momento que não foi bom para você no futebol.

Vaguinho – Depois desse jogo que ganhamos do Banespa fomos para a final do Campeonato dos Bancários, mas não pude jogar porque torci o joelho. Fiquei na quadra somente uns 15 minutos e tive que sair. Na verdade queria ter jogado o tempo todo e não pude.

 

Acontece – Você poderia descrever um gol no futebol de campo que você fez e que ficou na sua memória?

Vaguinho – Sim! Foi nos Jogos Regionais, contra o time de Cerquilho.  Precisávamos ganhar o jogo de 3×1 para se classificar e estávamos ganhando de 2×1 no segundo tempo. Chovia muito e nosso time atacava, mas a bola não entrava. No último minuto da partida recebi uma bola rasteira, tirei do zagueiro e toquei no canto e fiz o gol. Ganhamos o jogo de 3×1 e classificamos. 

 

Acontece – No seu conceito qual sua principal qualidade como jogador.

Vaguinho – Atuava na meia esquerda e meia direita, chutava com os dois pés e como joguei muito futebol de salão, tinha um drible curto, saia com facilidade do meu marcador, tanto de um lado quanto do outro e era rápido para armar a jogada e completar com gol. Jogava o futebol de salão, como o campo, sem descriminação.

 

Acontece – Você quando menino tinha o sonho de um dia ser um jogador profissional?

Vaguinho – Tinha esse sonho, sim! E tive esta oportunidade nos Jogos Regionais de Avaré com 16 anos e num dos jogos estava presente um olheiro do Guarani que me convidou para fazer um teste. Aceitei e fiquei  treinando por um mês, mas como tinha perdido meu pai, vim a Botucatu e não retornei a Campinas para dar continuidade ao profissionalismo. Outro fator é que não tinha estrutura nenhuma ou alguém que me desse apoio. Surgiu também a oportunidade de um teste na Sociedade Esportiva Palmeiras, através do ex-jogador Guanxuma que me levou para São Paulo,  mas já não estava com a mesma motivação. Acabei desistindo da ideia e fiquei jogando só aqui em Botucatu.

 

Acontece – Cite um jogador que jogou ao seu lado que você considera um dos melhores da história. 

Vaguinho – No futebol de campo foi, com certeza, o Joca (João Carlos Donida) que para mim foi sempre uma referência, um exemplo de pessoa e tinha um excelente toque de bola. Enfim, um verdadeiro líder e fiz com ele uma dupla muito boa. Como joguei também futebol de salão faço questão de citar o Ademarzinho (Ademar Messias) que foi meu ídolo. Não joguei do lado dele, mas também o tive como referência como jogador e como pessoa. Tenho-o como um grande amigo. Esse jogava muito. 

 

Acontece – Você continua em atividade no futebol?

Vaguinho – Já fazem uns sete anos que jogo com amigos, de segunda e quinta-feira no Artistas da Bola. Estes dias não tenho ido porque machuquei meu braço, mas com certeza quero continuar brincando com este pessoal. Ali é um jogo mais light, não tem briga ou jogadas violentas. Então, dá para brincar e manter um preparo físico bom.

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