Cozido: Um meio campista que o amador não esquece

Esportes
Cozido: Um meio campista que o amador não esquece 16 novembro 2014

Por Jair Pereira de Souza

 

O Jornal Acontece Botucatu tem apresentado um verdadeiro desfile de grandes jogadores que se destacaram no futebol em Botucatu e na região, como forma de homenageá-los. Por isso, não poderíamos deixar de enfocar José Florêncio, conhecido como “Cozido”, que teve uma trajetória brilhante pela sua habilidade e qualidade técnica.

Um meio campista que chutava com os dois pés e jogava da intermediária pra frente e quando não chegava na cara do gol servia seus companheiros, com passes precisos, além de  ser um exímio cobrador de faltas. Em entrevista Cozido contou um pouco de sua trajetória futebolística. 

 

Acontece – Cozido cite um momento que foi marcante na sua carreira de muita emoção que ficou na sua memória?

Cozido – Foi em 1972, quando jogava para o 11 de agosto de Tatuí, disputando o Campeonato Amador do Estado contra Itapetininga. Esse jogo era um clássico e o estádio, mesmo com a forte chuva que caia na ocasião, estava lotado. Aconteceu um pênalti a favor do meu time e fiquei encarregado da cobrança. Fui com tanta convicção que iria converter em gol que acabei chutando a bola na mão do goleiro que a encaixou. Porém, quando saltou para comemorar virou o corpo e a bola que estava muito lisa escapou de sua mão e acabou caindo dentro do gol. Isso aconteceu aos 23 minutos do segundo tempo e ganhamos o jogo de 1×0.

 

Acontece – Agora me fala um momento que não foi bom na sua carreira.

Cozido – Considero um momento bom pela minha convocação para ir a Piracicaba fazer um teste, no XV de Novembro. Fui eu e o Tuca que jogava na Vila Maria. O fato que me entristeceu foi não poder dar continuidade  a carreira. Em meio a 130 a 140 jogadores eu e o Tuca fomos separados pelo técnico, que se chamava Chicão, em apenas 15 minutos de teste. Ele falou que queria os dois botucatuenses e fiquei lá treinando de três a quatro meses. Como era filho único, minha mãe sentiu muito minha falta e pediu que  não ficasse longe dela. Por isso acabei vindo embora. Acredito que aquela era minha chance de me profissionalizar, mas, infelizmente, não aconteceu. 

 

Acontece – Quais foram os principais times que você jogou?

Cozido – AA Ferroviária, AB Botucatuense  Brasil de Vila Maria (campeão em 1975), EC Rodoviário,  SA Tanquinho, Botucatu AC (campeão em 1973). Também disputei o Amador do Estado pelo Laranjalense, 11 de Agosto de Tatuí sendo vice-campeão e Amador do Estado pelo Botucatu AC, além do Campeonato Regional por um time de Conchas.  

 

Acontece – No seu conceito qual sua principal qualidade como jogador?

Cozido – Era muito rápido, tinha muita qualidade para partir em velocidade do meio do campo pra frente e era difícil para o jogador adversário me acompanhar. Na maioria das vezes chegava na cara do gol. Quando não chutava servia o companheiro mais bem colocado. Também chutar com os dois pés era uma coisa natural. Por bater bem na bola fazia muitos gols de faltas, tanto é que em 1969 fui artilheiro do Campeonato Amador, jogando pelo CA Rodoviário com 16 gols, sendo 9 em cobranças de faltas. 

 

Acontece – Qual jogador que você considera o melhor que jogou ao seu lado?

Cozido – Para mim o melhor se chamava Ciciá. Quando veio do Vasco da Gama para Botucatu tive a felicidade de jogar ao lado dele no SA Tanquinho. Naquela época o meio de campo do Tanquinho tinha eu, o Ciciá e o Derminha. Jamais vi um volante técnico e capacitado como o Ciciá. Já faz algum tempo que faleceu, mas faço questão de citar o nome dele como um memorial a este grande jogador e também fazer uma homenagem a sua família.

 

Acontece – Cozido quando entrevistamos o goleiro Adolfo, ele citou você como o melhor jogador com quem jogou.  O que você poderia nos dizer a respeito disto?

 Cozido – Fiquei muito contente e honrado e liguei para ele agradecendo. Ele é uma pessoa de caráter, de primeira classe. Jogamos muito tempo juntos e por ser um conhecedor profundo de futebol, me deu esta felicidade. Ele foi homenageado e eu também. Fiquei muito feliz e agradeço a Deus pela vida do Adolfo.

 

Acontece – Você com 64 anos continua ainda em atividade jogando futebol?

Cozido – Sim já fazem de 12 a 14 anos que disputo o campeonato suíço da AAB, quando não fico campeão fico vice, e quando não sou o artilheiro, chego perto. Com 64 anos ainda estou na ativa e só tenho que agradecer a Deus pela saúde que têm me dado. Jair, quero aproveitar e te cumprimentar por esse seu trabalho de homenagear os grandes jogadores do futebol amador do passado. Esta faixa de campeão pelo Botucatu Atlético Clube, desde 1973 estava guardada numa gaveta. Ela vai estar estampada no meu corpo nas paginas do jornal como uma lembrança de um momento de muita alegria na minha vida.  

 

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