Botucatuense é premiado em concurso de aplicações

Cultura
Botucatuense é premiado em concurso de aplicações 15 maio 2015

Longe da parafernália futurista que inunda os games atuais, desenvolvedores de Botucatu (SP) usaram ingredientes tão cotidianos quanto as sementes em forma de helicóptero que caem das árvores da cidade quanto as mímicas do clássico “Imagem & Ação” para criar o jogo "Seed".

Premiado pela Intel em um concurso de aplicações, o jogo rendeu US$ 100 mil ao seu criador, Alexandre Ribeiro da Silva. Em conversa com o G1, ele afirmou ainda que o dinheiro vai ajudar seu estúdio, o AnimaGames, a entrar de vez no mundo dos videogames e se tornar menos dependente da publicidade.

O brasileiro recebeu o maior valor em dinheiro do RealSense App Challenge. O concurso da Intel é voltado a criadores de aplicações para computador que usem sensores de movimento. O "Seed", diz Silva, foi desenvolvido especialmente para a disputa, realizada em Taiwan, durante a feira de tecnologia Computex.

“A gente deu sorte, de pegar uma coisa que tem a ver com verde e fazer uma coisa mais artística”, diz. O jogador tem de controlar com gestos as ações de uma semente cuja missão é reflorestar uma área devastada. Captados por sensores como Kinect, da Microsoft, ou PS Move, da Sony, os movimentos são transportados para a tela sob a forma de comandos.

vida no interior paulista influenciaram o visual de “Seed”. “É bom trabalhar isolado. A gente trabalha numa casa, não tem necessidade de alugar um escritório grande. Trabalha com passarinho cantando na rua”, diz.

Já a dinâmica veio do jogo de tabuleiro “Imagem & Ação”, em que as pessoas têm de descrever com mímica filmes a músicas. No game premiado, os jogadores começam “abanando” a semente com gestos para simular o vento. A partir daí, têm de adivinhar qual o próximo movimento e acertar como fazê-lo. Durante a jornada, há, por exemplo, chuvas, raios e pancadas.

Até receber o prêmio, equivalente a R$ 302,2 mil reais, o estúdio AnimaGames tinha na publicidade “90% de seu trabalho”. Com o caixa abastecido, vai focar em produções próprias. Três games para dispositivos móveis estão no forno, prontos para serem lançados.

O “Real Kite”, que leva para os dispositivos móveis o gesto de soltar pipa, deve ser lançado em junho. O futuro lançamento é uma adaptação para celulares e tablets de outro game criado para o jogador usar gestos; nesse caso, para fazer a pipa se mover no ar, além de enrolar e desenrolar o carretel de linha. Nos smartphones, sai a captura de movimentos, entra a tela sensível ao toque.

No mesmo mês, chega para iOS, Android e Windows Phone o “Claw Mania”, um game que simula aquelas máquinas para pegar bichinhos com o auxílio de uma garra, comuns em parque de diversão.

Já em novembro é a vez de “Dead Christmas”. Nesse jogo de tiro, o Papai Noel tenta distribuir presentes em uma cidade infestada por zumbis. “Esconderam as renas dele e ele tem que sobreviver”, resume Silva. O desfecho não poderia ser mais natalino: o bom velhinho só se salva quando consegue chamar seus duendes.

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