Empresário “detona” festa de aniversário de Botucatu

Cidade
Empresário “detona” festa de aniversário de Botucatu 16 abril 2014

Um dos mais conhecidos empresários da Cidade de Botucatu, Fernando Borgatto (foto), não poupou críticas ? s festividades comemorativas aos 159º aniversário de Botucatu e fez seu manifesto através de uma carta onde mostra todo seu descontentamento. Para entender a indignação do empresário apresentamos o texto, na íntegra, para que cada leitor faça sua avaliação.

{n}Até quando?
Socorro! Basta de comemorar o aniversário de Botucatu com esse lixo!
Basta de eventos no Largo da Catedral!{/n}

por Fernando João Borgatto

Antes de criticar, mesmo sabendo o que é de conhecimento de todos – e porque sempre fomos críticos -, resolvemos “sentir na pele”. Resolvemos ver para crer, dar um voto de confiança, saber se o que enxergávamos realmente fazia sentido. Então, neste ano, no aniversário da cidade, resolvemos participar da festa com um stand da Resiplan no largo da Catedral.

O lugar mais reverenciado e ao mesmo tempo complicado da cidade é onde, já faz um tempão, arma-se um verdadeiro pandemônio. Uma bagunça que não tem mais tamanho. Entra ano e sai ano é a mesma coisa. Uma confusão, uma baderna disfarçada de diversão que os botucatuenses não merecem mais.

Pudemos ver com nossos próprios olhos, como a coisa fica muito aquém do que poderíamos chamar de razoável. O trânsito, por mais que queiram minimizar os transtornos, vira sim um inferno. Estacionar é a coisa mais difícil do mundo. Sanitários? Químicos? Não queira experimentar o fedor e a falta de higiene que fica o lugar. Afinal, foram cerca de 25 mil pessoas e todas têm suas necessidades. Às 23 horas de segunda-feira os banheiros foram retirados, o show continuava, e ficou todo mundo ao Deus dará.

Tão bonito, o largo vira um labirinto de tendas que não tem a mínima lógica nem condição. Para as mulheres, andar nos paralelepípedos é um desafio. Ninguém merece essa falta de planejamento e logística!
As brigas, comuns nesses casos, sobem a dom Lúcio e os arredores, colocando em perigo muita gente e fazendo o inferno para a vizinhança.

Para dividir a anarquia, este ano o desfile desceu para a Amando. E mais confusão, mais trânsito, mais desordem, mais gastos.
Voltou o parque, aquele que sempre deixou a população exposta a grandes riscos. E pensa num parque de quinta categoria! O deste ano era capenga, quebrado, sujo, feio, enferrujado, porco e o pior: era claro que não oferecia o mínimo de segurança. Não adianta o chororô depois, se uma tragédia tivesse acontecido. Um dos brinquedos que quebrou várias vezes, bem em frente ? Catedral, parecia uma zona de beira de estrada. Saudades da Marina e da Cotinha que sabiam organizar uma zona com muito mais competência!

O ônibus em exposição da Caio, empurrado e escondido num canto da praça junto com o da Irizar, a carreta da Aquarium, e a tenda da Sabesp, sofreu avarias porque a tenda simplesmente voou e foi arremessada pelos bons ventos da cidade contra seus vidros. Tudo junto e misturado, aqui é uma piada!

É um absurdo que Botucatu, que vive sim um ciclo de desenvolvimento, não consiga resolver esse problema. É um absurdo que a cidade universitária, de alto poder aquisitivo, de bons índices econômicos, de gente pacífica, trabalhadeira e ordeira fique condenada a ter momentos de lazer gratuitos (quase sempre raros) nessas subcondições. É um absurdo que o patrimônio da cidade, a Catedral, as praças, fique sendo degradado com esse circo. E ainda, com os trailers parados nas ruas, nas calçadas, sem higiene, sem a menor infraestrutura, com óleo sendo descartado no chão, com a poluição em todos os sentidos. A água, a energia nas praças, quem paga?

Cidades de menor porte já conquistaram o seu recinto. Lugar próprio, pensado, racionalmente estudado para receber seus eventos e, mais importante que isso, para receber com dignidade a sua população. Parques de exposição, lanchódromos (até pouco tempo ainda se falava) que dão condições aos que trabalham são uma realidade em cidades vizinhas. Exemplos de sucesso temos a rodo! Por que aqui é tão difícil? Por que aqui isso nunca sai do discurso?

Ou será que esse sonho nós sonhamos sozinhos?

*Fernando João Borgatto é botucatuense de Rubião Júnior, empresário por opção e necessidade, cidadão que não se conforma por não ver sua cidade comemorar o aniversário de um jeito digno e organizado.

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