Aeroporto terá investimentos do governo federal

Cidade
Aeroporto terá investimentos do governo federal 18 fevereiro 2014

Botucatu foi incluída na lista dos primeiros 50 aeroportos que serão contemplados com investimentos do programa de aviação regional, lançado em dezembro do ano passado pelo Governo Federal. No total, serão aplicados R$ 7,3 bilhões em obras de 220 aeródromos espalhados pelo país.

De acordo com a Secretaria de Aviação Civil (SAC), os 50 primeiros aeródromos dependem exclusivamente de terminais de passageiros (salas de espera, áreas de inspeção de segurança, banheiros, lanchonetes etc.) para que possam operar plenamente, por isso foram priorizados. O plano inclui aprimoramento nas pistas em alguns aeroportos, enquanto outros devem receber melhorias em pátios e terminais de cargas.

Dos terminais listados, 17 estão no Norte; 12 no Sudeste; 10 no Nordeste; 6 no Sul e 5 no Centro-Oeste. Nessa primeira etapa, apenas três aeroportos do estado de São Paulo foram selecionados: Botucatu, Fernandópolis e Marília. A seleção foi feita com base no estágio em que se encontram os projetos. A SAC já avançou nos estudos topográficos e outras coletas de dados nos terrenos onde os terminais serão construídos.

Além da localização privilegiada e da boa estrutura do aeroporto Tancredo Neves, Botucatu saiu na frente das demais cidades por ter sido a primeira a apresentar um Plano Diretor de Desenvolvimento Aeroportuário que prevê ações de curto, médio e longo prazo que vão ao encontro do plano de fortalecimento e ampliação da malha de aeroportos regionais. As medidas permitirão aperfeiçoar a qualidade do serviço prestado ao passageiro, agregar novos aeroportos ? rede de transporte aéreo regular, além de aumentar o número de rotas operadas pelas empresas aéreas.

“Foi elaborado um plano de ação que prevê investimentos estratégicos para o aeroporto até 2040. O projeto contempla ampliação da pista (largura e extensão), terminal de passageiros, construção de posto de abastecimento de aeronaves, entre outros itens. Temos inclusive, dentro do projeto, a construção de um distrito industrial voltado para o desenvolvimento aeroportuário. Estamos aguardando a liberação dos recursos para que o aeroporto seja transformado em um marco referencial para o desenvolvimento da cidade”, coloca o secretário municipal de Governo, Carlos Eduardo Colenci.

{n}Potencial{/n}

O estudo realizado revela que a aviação geral e executiva pode constituir ferramenta importante de potencialização de negócios para os setores produtivos do município, além de apresentar potencial de geração de empregos e riqueza. Diferentemente da maior parte dos aeródromos públicos brasileiros, o aeroporto de Botucatu possui uma configuração geográfica amplamente favorável ao seu desenvolvimento, com poucos obstáculos ? ampliação de sua capacidade.

“Com o crescimento da cidade e considerando sua localização no Estado de São Paulo, a aviação comercial regional pode vir a se tornar viável economicamente, em particular no caso de concretização de projetos de incentivo ? aviação regional do Governo Federal”, diz o levantamento.

Além disso, a ausência de terminais de carga aérea em operação na região, combinado com o potencial de desenvolvimento industrial da cidade e os planos da Prefeitura em fazer de Botucatu um polo de desenvolvimento tecnológico, a utilização do aeroporto para o transporte aéreo de carga e valores pode se transformar em importante diferencial para criação de um rico ambiente de negócios.

“Dos 18 aeroportos elencados pelo Governo Federal dentro de um plano de melhorias, o de Botucatu foi o primeiro a apresentar projeto de ampliação. Estamos muito esperançosos que haja um investimento maciço em nosso aeroporto, que pode se transformar em uma das alternativas mais promissoras de desenvolvimento aeroportuário. A determinação do prefeito João Cury é para trabalharmos para que o aeroporto de Botucatu passe a ser uma alternativa viável e operacionalmente adequada e segura para a aviação executiva, transporte aéreo de passageiros e de carga”, frisa Colenci.

{n}Futuro{/n}

No horizonte de longo prazo, a Prefeitura pretende elevar o aeroporto de Botucatu do nível 2 (atual) para nível 4, modernizando e ampliando sua estrutura e tornando-o capaz de receber voos regulares. Com o pensamento em transformar o aeroporto em um novo vetor de desenvolvimento para a região é que o prefeito João Cury decidiu pleitear sua municipalização ao Governo do Estado. O processo foi assinado pelo governador Geraldo Alckmin em dezembro de 2012. O trâmite foi concluído em 2013 passando a gestão do aeroporto para o município.

De acordo com o prefeito, o custeio atual para manutenção do aeroporto é ínfimo perto do que ele poderá representar de desenvolvimento para Botucatu e região. A intenção segundo ele é utilizar boa parte dos cerca de 400 mil metros quadrados de entorno do aeroporto para explorar a vocação da Cidade na indústria de serviços aeronáuticos.

“Hoje os hangares dos aeroportos brasileiros estão saturados. Nossa ideia é abrigar junto ao aeroporto novas indústrias que possam prestar serviços ligados ao setor aeronáutico, principalmente na parte de manutenção de aviões. Isso estimulará a geração de emprego e a arrecadação. Também não podemos excluir, futuramente, a abertura de voos comerciais. Afinal, Botucatu está a 28 minutos em linha reta de São Paulo. Trata-se de um grande desafio, mas estamos fazendo a lição de casa. Realizamos um amplo estudo e estamos pré-selecionados dentro do plano de investimentos do Governo Federal. Futuramente, teremos que avançar no modelo de gestão”, ressalta.

A proposta para modernização e ampliação do aeroporto de Botucatu prevê três etapas. A primeira delas tem como foco criar condições para o desenvolvimento de negócios no sítio aeroportuário, incluindo as operações comerciais regionais, com o menor impacto possível nas atividades já em operação no local.

Para viabilizar essa fase do projeto uma série de condições são elencadas, entre elas: ampliação da pista em 600 metros; implantação de pista de táxi no setor oeste do aeroporto; ampliação do balizamento luminoso; implantação da sala de informações aeronáuticas; instalação de estação de meteorológica; implantação da primeira fase do terminal de passageiros; implantação do pátio da aviação comercial de passageiros; implantação do posto de abastecimento de aeronaves; implantação de seção contra incêndios; construção de e novos acessos viários e estacionamento de veículos.

Na segunda fase, a operação do aeroporto pode ser adequada para receber a operação de carga aérea. Já a etapa III contempla toda a estrutura projetada e ampliação da pista para o comprimento total final de 2.800 permitindo pouso e decolagem de aeronaves de grande porte. A expectativa é que, nas próximas semanas, a Secretaria de Aviação Civil anuncie os investimentos que serão feitos no aeroporto de Botucatu.

{n}Melhorias{/n}

Por meio do decreto 9.717, de 28 de janeiro de 2014, o prefeito João Cury oficializou a nomeação do coordenador da Defesa Civil do Município, Paulo Renato da Silva, como administrador do aeroporto, com amplos poderes para gerir, conservar e manter o espaço em pleno funcionamento.

Desde que o aeroporto foi municipalizado estamos na administração. Agora, no início do ano, foi publicado o decreto com a nomeação. Trata-se de um desafio muito grande, já que o prefeito pretende transformar o aeroporto em um vetor de desenvolvimento para a cidade e para a região. O movimento hoje é pequeno, apenas com aviação executiva. Mas por se tratar de um aeroporto muito preservado, que está em uma área grande, com localização privilegiada e fácil acesso, tornou-se bem conceituado no Brasil em relação aos projetos de expansão. Nosso potencial é enorme”, frisa Silva.

No processo de construção de um ambiente favorável ? inclusão de Botucatu entre as prioridades para o plano de expansão de aviação regional do Governo Federal, o administrador em várias ocasiões ouviu comentários positivos dos técnicos de várias áreas que estiverem com frequência na cidade para fazer levantamentos e produzir relatórios, para demonstrar o potencial para aviação de passageiros, de carga e para exploração industrial.

“Os técnicos disseram que pelos dados levantados e pela situação aqui encontrada Botucatu tem condições de receber grandes investimentos. Um grande diferencial o nosso é o fato de abrigar a Embraer, empresa de grande porte e reconhecida internacionalmente. Isso atrai os olhos dos investidores para Botucatu. O município teve o cuidado de elaborar um bom projeto e não há impedimento para a expansão do aeroporto. Fomos a primeira cidade do Brasil a apresentar um plano na Secretaria de Aviação Civil (SAC). Fomos além da manifestação do nosso interesse em receber investimentos. Demonstramos que temos um planejamento e um projeto para o aeroporto”, salienta Silva.

Quem tem por hábito frequentar o aeroporto Tancredo Neves já consegue ver a transformação no cuidado com a manutenção e a limpeza das instalações desde que o município assumiu a sua gestão. “A Secretaria de Obras tem nos ajudado muito com a execução de uma série de serviços. No tocante a segurança, agora a Guarda Municipal está presente no aeroporto e instalamos câmeras no entorno para controle de acesso. Montamos uma sala de reuniões para atender pilotos e usuários e realizamos melhorias na recepção que incluiu a compra de mobiliário e equipamentos novos”, revela o administrador.

O Aeroporto de Botucatu foi inaugurado no início da década de 40, mas passou a levar oficialmente o nome Tancredo de Almeida Neves apenas em 1985. A pista possui 1500 metros de extensão por 30 de largura, seis hangares, e toda a estrutura para receber aviões de médio porte.

{n}Modernização{/n}

O programa de aviação regional do Governo Federal visa ampliar o acesso da população brasileira a serviços aéreos. O objetivo é que 96% da população brasileira esteja a menos de 100 km de distância de um aeroporto apto ao recebimento de voos regulares. Os projetos promoverão a melhoria, o reaparelhamento, a reforma e a expansão da infraestrutura aeroportuária, tanto em instalações físicas quanto em equipamentos.

Os investimentos incluirão, por exemplo, reforma e construção de pistas, melhorias em terminais de passageiros, ampliação de pátios, revitalização de sinalizações e de pavimentos, entre outros. Os recursos virão do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC). Os planos de investimentos obedecerão as seguintes fases: diagnóstico da infraestrutura e da gestão dos aeródromos; elaboração do programa de necessidades de investimento e de projetos conceituais e termos de referência de equipamentos.

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